Oswaldo fala do retorno de Guerrero, mas avisa: “não é o Super-Homem”

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Após treinamento realizado debaixo de muito sol e calor no Ninho do Urubu, o técnico Oswaldo de Oliveira concedeu longa coletiva. Falou por mais de 30 minutos e seu olho brilhou quando tratou da volta de Guerrero. Deu pelo menos três encorpadas respostas sobre o retorno do peruano, todas recheadas de elogio. Mas fez um alerta: a participação do atacante contra o Internacional não representa a solução de todos os problemas do Flamengo e, segundo o treinador, o elenco precisa ter consciência disso.

– Guerrero voltou muito bem da seleção peruana, apenas lamentando a derrota. O desempenho dele nos dois jogos pela seleção, e a convicção de que está melhorando da lesão o deixou muito animado, e ele está muito bem para esse jogo. É fundamental, ele sabe disso e todo mundo sabe. Eu não estava no Flamengo quando ele foi contratado e sabia disso. Sinto ele com outro ânimo. Quando ele chegou ontem (quinta-feira), foi uma festa. A expectativa e a motivação com ele crescem bastante. Guerrero é um craque. É o único jogador atuando no Brasil que postula à premiação principal do futebol (integrou pré-lista de indicados à Bola de Ouro). É um jogador de muita respeitabilidade, mas quando ele não faz o gol fica todo mundo frustrado. Ele precisa a aprender a lidar com isso e o grupo também, porque ele não é o Super-Homem.

O camisa 9 e outros titulares, aliás, não foram a campo e trabalharam na academia. A decisão não foi influenciada pela temperatura, mas sim por opção dos departamentos médico, de fisiologia e de preparação física. O Flamengo volta a campo no domingo, às 16h, para enfrentar o Internacional, no Maracanã.

Confira outros pontos abordados por Oswaldo na coletiva:

Situação do Flamengo piora após derrota contra o Figueirense?

Não mudou nada, porque todos nossos concorrentes diretos perderam. Muda somente o número de jogos, mas a situação da tabela é a mesma.

Por que os titulares não foram a campo nesta sexta?

É conduta do departamento médico junto com a preparação física. Estamos na segunda quinzena de outubro, mas perto do fim do que o início. São condutas de exercícios na academia, eles ficaram fazendo outras atividades paralelas que podem auxiliar na recuperação.

Voltas de Guerrero e Jorge ao time

Importantíssimas. São dois jogadores que têm tido desempenho muito bom e voltam à equipe. A gente se sente mais fortalecido com a volta deles dois.

É mais interessante pegar o Inter, que luta pelo G-4, ou times que buscam a fuga do Z-4?

As equipes oscilam muito. Quem não está no topo da tabela, lutando contra rebaixamento, vem com outro objetivo, outra motivação. É irrelevante eu dizer se é melhor jogar contra quem está embaixo ou em cima. É muito o momento. Jogamos contra o Fluminense, e eles estavam muito mal. Hoje estão muito bem.

Frustração pelo desempenho ruim contra o Figueira após 10 dias de treinos?

Todo mundo teve 10 dias. Foi uma rodada em que ninguém empatou. São inúmeras frustrações. Não vejo como frustração, porque o trabalho não acaba aqui.

Calor forte

Hoje me deu saudade do Catar. Era esse calor assim, fiquei 16 anos lá. O calor era uma coisa parecida. A gente muda tudo, tenta mudar intervalos. No meu caso, eu, que estou iniciando um trabalho, você diminuir ritmo não é interessante, mas temos de conviver com o que estamos encarando. Tenho que me adaptar, porque dou continuidade ao trabalho. Não posso olhar só do meu princípio. Temos que ter mais cuidado com o pessoal que tem iniciado.

Mudanças no calendário resolveriam a questão do calor?

A mudança do calendário tem que aceitar nossas condições climáticas. Se aqui tem muito calor, outros países têm frio demais. Nossa mudança passa pela quantidade de jogos. Tem que haver uma revisão nos estaduais e no Brasileiros. Temos 20 participantes e 38 jogos, lá na Europa também, mas lá o campeonato é mais dividido. A não ser que joguemos num estádio com ar condicionado. No Japão, tinha temperatura de 0 graus e neve fora (do estádio), e jogamos num estado climatizado, com 22 graus. Seria bom.

Sul-Minas-Rio

Tomara que eu esteja aqui ainda para jogar essa competição de forma pioneira. Acho que motiva. Minha única preocupação é com o inchaço do calendário. Já temos jogos demais e é preciso ver para que não se desperdice energia. Tem que ver com cuidado como organizar isso para que não haja desperdício nas outras competições para que os jogadores não fiquem sobrecarregados. É questão de racionalidade para que se tenha jogos de melhor nível na faixa inicial da temporada.

Amor pelo Campeonato Carioca

Eu adoro o Carioca, mas não sei ainda como isso vai ser resolvido. Não tenho prestado atenção nisso ainda, não. Tenho um caminhão de areia para resolver, mas gostaria muito de participar. Continuo com amor incondicional pelo Carioca. Foi meu início, vi grandes clássicos e gosto especialmente do Carioca.

Colocou sua continuidade duas vezes na condicional. Acha que a vaga na Libertadores pesará para tal da decisão da diretoria? Ou pensa em mudança de presidente?

Não passa nem por isso (ano eleitoral). A gente sabe o que é a vida do treinador. Minha expectativa é continuar. Eu quero muito. Mas acho que não passa por isso também (permanecer somente se conseguir vaga no G-4).

Fonte: GE

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