Punição a jogadores do Flamengo antecipa mudanças para 2016

Não foi à toa que o Flamengo puniu cinco jogadores por estarem em uma festa na última terça-feira. Mais do que uma demonstração de rigor da diretoria, criticada pelos opositores de não ter pulso firme, as punições dão ideia da cara que o elenco rubro-negro terá, ou melhor, que não terá em 2016 — independente de quem vencer a eleição presidencial em dezembro.

Quinta, ao falar sobre os companheiros, Paulo Victor evitou polêmicas. Mas, ao falar sobre a vida de um jogador do Flamengo, deixou claras as privações que deveriam ter sido feitas pelo quinteto.

— Aqui a cobrança é da maior torcida do mundo. Tudo que você faz aqui é maior. Eu tenho certeza de que 90% dos jogadores têm o sonho de jogar no Flamengo, mas sabem da responsabilidade que isso traz — disse o goleiro. — É preciso sabedoria quando se escolhe (jogar no) o Flamengo. Tive boa proposta no meio do ano, mas optei por ficar. Receber cobrança faz parte da vida de jogador. Estamos devendo em campo e, por isso, é que essa cobrança vem acontecendo.

Dos cinco, três têm contratos longos com o clube: Éverton, Paulinho e Marcelo Cirino — que tem o caso mais complicado a ser resolvido. O atacante foi contratado com pompa no início do ano junto ao Atlético-PR graças à participação do fundo de investimento Doyen, que comprou 50% dos direitos econômicos do atleta.

Para ter o jogador, o Flamengo se comprometeu a pagar € 3,5 milhões até dezembro de 2017 — caso os investidores não consigam negociá-lo por um valor maior. O preço sofre acréscimo de 10% ao ano. À época, o valor em moeda nacional era de R$ 11,3 milhões. Hoje, com a crise econômica, subiu para R$ 14,8 milhões.

Em 41 jogos pelo rubro-negro, 30 deles como titular — a maior parte destes no primeiro semestre —, Cirino, de 23 anos, esteve longe de agradar à torcida e à direção. Na temporada, marcou 11 vezes, mas nove dos gols foram no Carioca, quando atuava como centroavante. Deixou sua marca uma vez na Copa do Brasil e outra, no Brasileiro. Em recuperação de cirurgia no joelho direito, ele foi na quinta ao Ninho do Urubu para realizar fisioterapia.

O caso dos demais parece ser mais simples. Em compensação, como todos vinham atuando como titular, o afastamento representa uma dor de cabeça para Oswaldo de Oliveira. Ontem pela manhã, ele escalou Ayrton na lateral direita, Luiz Antônio e Jajá no meio-campo e Gabriel no ataque. À tarde, os antigos titulares Pará, Alan Patrick, Éverton e Paulinho fizeram apenas atividade física, separados do restante do elenco, no Ninho do Urubu.

O afastamento de Pará causou uma situação, no mínimo, curiosa. Como o jogador está emprestado pelo Grêmio até o fim do ano — e não ficará no rubro-negro em 2016 —, ele não poderia enfrentar o clube gaúcho, neste domingo, na Arena do Grêmio. Já que o Flamengo também tem um jogador emprestado ao Grêmio, Erazo, foi acordado na manhã de quarta-feira que ambos poderiam atuar. Tudo fazia sentido até que, no mesmo dia, o Flamengo afastou Pará. Na prática, o rubro-negro permitiu que o equatoriano entrasse em campo sem o pagamento de uma multa de R$ 500 mil.

Outro jogador emprestado até o fim do ano, o meia Alan Patrick, que pertence ao Shakhtar Donetsk, não deverá permanecer na próxima temporada. Com cinco gols em 21 partidas, ele foi considerado peça fundamental para a arrancada rubro-negra no início do segundo turno. Seu desempenho, no entanto, caiu com o restante da equipe.

SAÍDAS SERÃO FACILITADAS

Com direitos econômicos ligados ao Flamengo e contratos longos, Éverton e Paulinho deverão ser liberados para negociar com outros clubes. Contratado no início de 2014 por mais de R$ 4 milhões, após boa passagem pelo Atlético-PR, Éverton tem contrato até o fim de 2017. Titular em 40 jogos do ano, o meia-atacante é visto como um jogador com mercado. Um clube chinês estaria interessado no meia e o Flamengo deve facilitar a negociação.

Já Paulinho, contratado por empréstimo em 2013 junto ao XV de Piracicaba, quando ainda era um desconhecido, nunca mais repetiu as boas atuações que o fizeram ser comprado em definitivo. Em maio de 2014, o Flamengo pagou R$ 1 milhão por 60% dos direitos econômicos do jogador. Este ano, uma nova quota de 10% foi vendida pelo clube paulista por R$ 250 mil. Em 2015, em 31 jogos, ele deixou sua marca cinco vezes.

Embora não tenha participado da festa, o colombiano Armero, atualmente recuperando-se de lesão na coxa direita, é mais um que deve ser liberado. Ele está emprestado pelo Udinese, da Itália, até o fim do ano. O meia Almir é outro que não deve permanecer. Emprestado pelo Bangu, ele tem contrato até o fim do ano.

Fonte: O Globo

Coluna do Flamengo

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