Flamengo consegue aval da CET-Rio sem restrições por nova Arena; oposição não aprova construção

Há mais de um ano, a diretoria do Flamengo lançou um projeto de uma nova arena multiuso, com capacidade para 2.800 pessoas, bancado por uma rede de fast food, pensando principalmente no sucesso do time de basquete – tetracampeão do Novo Basquete Brasil (NBB) e campeão da Copa Intercontinental no ano passado. Neste período, entre idas e vindas pelos órgãos públicos, foi preciso fazer mudanças, buscar entendimentos com a prefeitura. Nesta segunda-feira, o clube recebeu uma notícia importante da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET-Rio): a aprovação sem restrições da instalação. Agora, o caminho é conseguir a liberação da Secretaria de Meio Ambiente e dos Bombeiros, em seguida, da Secretaria de Urbanismo, até chegar nas mãos do prefeito Eduardo Paes.

No longo processo, a decisão sobre a liberação ou não só sairá em 2016. Antes disso, o Flamengo passará por uma eleição presidencial, no dia 7 de dezembro, e a arena pode não sair de papel. As duas chapas de oposição, encabeçadas por Cacau Cotta (Branca) e Wallim Vasconcelos (Verde), são contra o projeto atual. O presidente em exercício, Eduardo Bandeira de Mello (Azul), também é candidato e mantém o pensamento da gestão em vigor.

– Sou totalmente a favor dela. É inconcebível pensar que um rubro-negro seja contra. É um investimento totalmente de graça para o Flamengo, que vai ter seu espaço valorizado em um local privilegiado. É um trabalho de três anos e na hora em que estamos perto de conseguir a licença surge essa exploração eleitoral por causa de quadra de tênis, quando no projeto elas serão preservadas. Fizemos essa parceria com o McDonald’s, que vem sendo fiel desde o início e ainda mais agora – afirmou Bandeira.

Cacau e Wallim usam argumentos parecidos e apresentam a mesma solução. As árvores que precisariam ser derrubadas estão entre os pontos negativos do projeto. Eles apontam como alternativa para a não execução do projeto a utilização de uma das arenas construídas para a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A outra possibilidade seria reformar o Ginásio Hélio Maurício.

– Pela concessão do terreno, ele só pode ser usado para fins esportivos e voltado para dentro do clube. No projeto, uma loja do McDonald’s será construída para fora, com drive thru e tudo. Isso não é permitido. O clube infringiria a lei. Ainda há o problema de recuo do terreno, do corte de árvores centenárias, da proximidade com a lagoa, difícil passar pelas secretarias de Meio Ambiente e Urbanismo. São vários quesitos que dificultam a aprovação do projeto. O que há é o interesse em atender uma rede de fast food, que nada tem a ver com esporte. Para jogar com 2.500 lugares, amplia o Ginásio Hélio Maurício, que hoje tem capacidade para 600 pessoas. Não teria problema com governo municipal e estadual. Os grandes jogos não poderiam ser realizados para esse público, continuando com a Arena da Barra ou o legado dos Jogos Olímpicos. Serão cinco ou seis arenas sem utilidade. Poderia ser feita uma parceria para o clube administrar uma delas, mantendo uma de pequeno porte na Gávea – disse Cacau.

Membro da diretoria atual até o começo deste ano, Wallim participou ativamente da negociação do projeto. No entanto, depois de iniciar a campanha para presidente e conversar com associados, disse ter percebido que a construção da nova arena não seria a melhor solução para o clube.

– Nossa chapa resolveu que no local que está sendo concebido não vai mais fazer. Quando estava na diretoria, não tinha noção da reação das pessoas. Nunca havia chegado aos vices, pelo Rafael Strauch, que era vice do Fla-Gávea, qualquer problema com relação a esse projeto. Em um mês e pouco de campanha, fui surpreendido pela posição de que o pessoal do tênis sempre foi contra, os pais que levam seus filhos ao parque, considerado o melhor lugar do clube, também. Ainda há a questão da derrubada das figueiras centenárias, que seria mesmo uma pena. E não fizeram isso de forma agressiva, queriam saber se não havia outra solução. Pelo que sei a associação de moradores é contra. O Rodrigo Tostes (diretor executivo de operações do Rio 2016 e ex-vice de finanças do Flamengo) falou sobre a disponibilidade das arenas depois dos Jogos Olímpicos em Deodoro e na Barra da Tijuca. Já poderiam ser utilizadas em outubro. Outra possibilidade seria ampliar o Ginásio Hélio Maurício, mas um plano B. É sentar com o McDonald’s e saber se eles teriam interesse em aplicar os recursos na Gávea de outra forma – explicou Wallim.

Hoje, Flamengo e McDonald’s têm assinado um memorando de entendimento, que permite a ambos desistir do projeto. Mesmo depois de aprovado pela prefeitura, ela ainda teria que passar pelo Conselho Deliberativo do clube e pelos executivos da rede de fast food. O valor da obra para a nova arena é de R$ 30 milhões. Vice de esportes olímpicos, Alexandre Póvoa se considera neutro na eleição – ele foi convidado pelas chapas verde e azul para seguir no cargo, mas ainda não se decidiu. No entanto, tem posição clara quanto à construção da arena na Gávea:

– Tenho profundo respeito pela natureza, e tudo será feito para replantar o que for retirado, como ocorre em qualquer obra, em qualquer lugar do mundo. Tem gente que infelizmente prefere Deodoro e a Barra da Tijuca por desconhecer completamente a realidade do esporte olímpico brasileiro, mas eu prefiro minha casa e meu clube, o Flamengo. Mais lamentável e inexplicável do que a proposta de ignorar R$ 30 milhões de investimento privado, que será incorporado ao patrimônio dos sócios, após uma luta de tanto tempo, é a demonstração de desprezo aos esportes olímpicos do Flamengo e desrespeito ao sonho dos atletas rubro-negros de várias modalidades. Pensar em outras opções, se por acaso a nossa arena não for viabilizada, tudo bem. Agora, se comprometer a não construí-la, depois de tanto esforço e agora que estamos tão perto, atendendo a questões políticas menores e de disputa pelo poder, é inacreditavelmente triste – afirmou Póvoa.

Fonte: GE

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • Nossa. Quanta put.... Pra que tantas licenças, pra que tanta burocracria? E ainda tem gente que fala em construir estádio ali.

  • Do cacau eu espero tudo..mais ei wallin, parabéns por mais essa pérola.

  • Em qualquer lugar do mundo o governo trabalha para o bem da comunidade e para o desenvolvimento econômico e social, menos na "Cidade Maravilhosa"!
    No governo do estado do Rio de Janeiro, temos muito interesse pessoal e político interferindo as tomadas de decisões, seja porque o prefeito e o governador são torcedores de outros times, ou porque se o Flamengo conseguir criar seu ginásio, não precisará mais contar com locais como HSBC Arena, Maracanãzinho, ou a arena em construção de Deodoro, diminuindo assim a receita de quem controla tais locais.

    É impressionante... Nós queríamos um ginásio de 4.000 lugares, e a prefeitura impôs tantos obstáculos para a "legalização" do projeto que o estádio agora terá a pífea capacidade de 2.800 espectadores.
    Pra mim essa redução de capacidade e ENORME burocracia é só uma forma educada e sutil do Governo dizer que não quer que tenhamos nosso ginásio.

    Se estamos querendo fazer um projeto "padrão NBA" (como os diretores vivem falando), erramos desde o inicio. Deveríamos estar tentando a construção de um ginásio para no mínimo 10 mil pessoas, não só porque segundo o regulamento do NBB as finais só podem ocorrer em arenas com tal capacidade, mas também porque TEMOS QUE PENSAR GRANDE DE UMA VEZ POR TODAS, e sempre teríamos casa cheia na temporada regular, visto que teremos a combinação:
    • Time campeão com um basquete bonito de se assistir;
    • Cartão de crédito do flamengo, sócio torcedor, e Flapasse facilitando a compra de ingressos para a temporada inteira;
    • Empolgação da torcida e do time em ter uma arena linda e nova.
    • Mais recursos para contratar e melhorar o time provenientes: da bilheteria que viria 100% para o clube, do Naming Rights que seria vendido para alguma empresa à um longo prazo, da cota de transmissão dos jogos que teria via web para sócio-torcedores pela Fla TV ou pelos compra dos direitos por canais fechados (os canais começariam a ter interesse em transmitir os jogos do Flamengo em sua nova, enorme, e lotada Arena), e pelos aumentos nos patrocínios da camisa devido ao inegável aumento da visibilidade do Basquete rubro-negro.

    SRN

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