Representantes dos 15 clubes que integram a competição aprovam o regulamento. Encontro foi realizado em dois turnos nesta quinta no Centro de Eventos do Beira-Rio
Reunidos durante a manhã e a tarde desta quinta-feira, no Centro de Eventos do Beira-Rio, em Porto Alegre, os representantes dos 15 clubes que integram a Primeira Liga fizeram mais do que aprovar de vez o regulamento do torneio para 2016. Lado a lado na mesma mesa, presidentes e dirigentes de clubes e federações trataram ainda de projetar e lançar ideias para a evolução da organização no futuro. Tudo isso com direito a planos ambiciosos de integrar paulistas a partir de 2017, de criar uma espécie de Copa dos Campeões com vaga à Libertadores e de acrescentar mais verba às equipes em um período de vacas magras.
É o que assegura o presidente da Liga e do Cruzeiro, Gilvan Pinho Tavares, em um discurso inflamado por projeções e sonhos para a iniciativa. Em contato com a imprensa após a reunião, o dirigente esboçou até mesmo uma nova competição. O torneio serviria para reunir os campeões da Copa Verde (Regiões Norte e Centro-Oeste), Copa do Nordeste e Primeira Liga, com integrantes do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com direito a vaga na Libertadores como prêmio ao vencedor.
– É possível. Temos que pensar em muitas coisas. Nem todos os grandes clubes brasileiros conseguem classificação à Libertadores. É o sonho de todo o clube. Quem sabe a gente não consiga para o futuro uma coisa diferente? Não tem o torneio do Nordeste? A liga Verde, a Sul-Minas Rio? Quem sabe a gente não consegue fazer o torneio com os campeões de cada uma dessas competições, com uma vaga na Libertadores. A CBF não tinha pensado nisso. Hoje surgiu essa ideia – projeta o presidente.
PAULISTAS EM 2017?
Atualmente, a Primeira Liga reúne 15 clubes do futebol brasileiro: América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Fluminense, Flamengo, Inter, Joinville, Grêmio e Paraná. A primeira versão do torneio, por sua vez, agrupará apenas 12 equipes. E não por falta de interesse de outras equipes.
De acordo com o presidente, até um dos grandes de São Paulo – sem revelar nomes – já o procuraram para fazer parte da organização. A falta de datas para 2016, contudo, impediu o ingresso da equipe. Nada que feche as portas para uma eventual anexação em 2017.
– O calendário já estava pronto. Não podemos sequer colocar mais clubes na Liga. Outros grandes clubes do futebol brasileiro queriam entrar, mas não podíamos trazê-los, porque não dispúnhamos de data. Esperamos que em 2017, a gente tenha mais clubes e que a Liga fique mais rentável. Eu tenho muita esperança de que quando virem que funciona, eles venham também. Eu já recebi até pedido de clube de São Paulo querendo fazer parte da Liga – assegura Gilvan.
MAIS RECURSOS
O discurso dos envolvidos é de que a Primeira Liga servirá como combustível para os cofres dos clubes envolvidos, principalmente em uma época sem bilheteria, que é a pré-temporada no início dos anos.
– Não tem nada de briga, o problema é financeiro. Ninguém quer brigar com ninguém. O que queremos é arrecadação. Enquanto o Inter ganhar metade do que o Santos no estadual, estamos condenando o Campeonato Gaúcho – acrescenta Kalil.
– Queremos que a Liga sirva de exemplo para crescer no futuro. Quanto mais crescer, mais será rentável para os clubes – comenta o presidente do Cruzeiro, Gilvan Pinho Tavares.
A reunião desta quinta-feira foi realizada no Centro de Convenções do Beira-Rio. Participaram representantes das federações gaúcha, catarinense e mineira, além de dirigentes de clubes envolvidos. Com prazo curto, os envolvidos correm para inscrever a competição 60 dias antes do início. O próximo encontro está marcado para o próximo dia 27, no Rio de Janeiro.
ARBITRAGEM
Os dirigentes garantem ainda que a falta de apoio oficial da CBF em um primeiro momento não interfira na escala da arbitragem para os confrontos do torneio. De acordo com Gilvan, a Associação Nacional de Árbitros assegurou que os árbitros têm interesse de apitar a competição. Houve até propostas de federações internacionais. O pensamento da Liga se estende até para que os árbitros ganhem o direito de arena, reivindicado no Profut.
– Estamos tranquilos com a questão da arbitragem. Os árbitros nacionais se colocaram á disposição para nossos jogos. A Associação Nacional dos Árbitros não abre mão. E tivemos até ofertas de árbitros de países da América do Sul. O árbitro tem interesse em trabalhar. A gente quer que os árbitros sejam os melhores. Estamos inovando e queremos atender até á pretensão que os árbitros demonstraram, e que não foi aceita de receberem percentual de direito de arena – afirma Gilvan.
ESTRUTURA DO TORNEIO
O chaveamento atual, já definido, prevê três grupos de quatro integrantes (confira abaixo), ou seja, 12 participantes no campeonato – Joinville e Paraná estão fora do embate, enquanto Criciúma e Chapecoense lutam pela última vaga decidida pelo ranking da CBF de 2015. O calendário prevê jogos a partir de fevereiro de 2016, com a final a ser disputada em 30 de março. Com o provável choque de datas com o Campeonato Gaúcho, o Gre-Nal válido pela primeira fase do Gauchão contará pontos para a competição nacional.
A Liga encontra resistência em alguns setores. A CBF, por exemplo, não se opõe à realização do torneio, aprovado por unanimidade, mas vê restrições no formato. O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, irritado com a participação da dupla Fla-Flu na competição, não crê que o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, autorizará o torneio.
> Confira as chaves da Liga Primeira:
Grupo 1: Cruzeiro, Fluminense, Avaí, América-MG
Grupo 2: Grêmio, Internacional, Atlético-PR, Chapecoense (ou Criciúma)
Grupo 3: Atlético-MG, Flamengo, Figueirense e Coritiba
Fonte: Globo Esporte
A FERJ vai pedir agrego, quem sustenta tudo é Flamengo e Fluminense.