Bandeira, Wallim ou Cacau? É dia de o Flamengo decidir as eleições

Após quatro meses de rivalidade exacerbada, o processo eleitoral de 2015 termina nesta segunda-feira, no Ginásio Hélio Maurício, das 8h às 21h, na Gávea. Lá os associados do Flamengo decidirão quem presidirá o clube no próximo triênio. Estão na disputa o atual presidente, Eduardo Bandeira de Mello, Wallim Vasconcellos, ex-aliado de Bandeira, e Cacau Cotta, vice de administração e do Fla-Gávea durante a administração de Patrícia Amorim.

O administrador Bandeira de Mello, de 62 anos, entrou na vida política do Flamengo quase que por acaso. Colega de Wallim no BNDES, Bandeira teve de substitui-lo nas eleições passadas após o antigo aliado ter sido impugnado, situação que se estendeu ao seu vice, Rodolfo Landim. À frente do Rubro-Negro, o atual mandatário conquistou dois títulos no futebol: Copa do Brasil, em 2013, e o Estadual, um ano depois.

Luiz Cláudio Cotta, o Cacau Cotta, funcionário do Tribunal de Contas do Município e de 44 anos, tem mais tempo de Gávea que seus dois adversários. Foi vice do Fla-Gávea e de administração durante a administração de Patrícia Amorim. No período, teve grande aprovação dos sócios pelo trabalho realizado dentro do clube.

O economista Wallim Vasconcellos, 57 anos, hoje adversário de Bandeira, foi eleito em 2012 por seus pares como o candidato. Os nomes de Rodolfo Landim e de Flávio Godinho também tinham força, mas seus compromissos com BR e EBX, respectivamente, fizeram de Wallim o nome ideal. Durante a administração de Bandeira, foi vice de futebol, cargo que ocupou até o dia 1º de junho, quando, após derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, renunciou. No fim de agosto, assumiu a pasta de administração. Foi exonerado da mesma em 2015 quando oficializou sua candidatura.

Racha Azul, e oposição de Cacau ao grupo original

Terminadas as eleições de 2012, o grupo vencedor afirmou que deixava de ser azul (cor da chapa) e que todos voltariam a ser apenas rubro-negros. Isso até se consolidou, pois parte dos azuis tornaram-se verdes. O racha foi iniciado em fevereiro de 2015, quando o então vice de marketing, Luiz Eduardo Baptista, deixou a pasta por discordar de postura de Eduardo Bandeira de Mello em relação à Ferj. A saída de Bap permitiu o retorno de Flávio Godinho, atual vice de planejamento e tido por muitos como o 001 da Chapa Azul de três anos atrás.

A cisão foi oficializada no dia 22 de julho, quando, após reunião entre membros da Chapa Azul de 2012, Bandeira de Mello ratificou o desejo de concorrer à reeleição. Os dissidentes garantiram à época que havia um acordo para Bandeira abdicar da tentativa de se manter na cadeira mais importante do clube.

Alheio à briga entre o grupo que se dividiu em chapas Azul e Verde, Cacau Cotta oficializou sua candidatura no fim de julho, declarando-se oposição ao modelo defendido pelos antigos aliados. Tratou Bandeira e Wallim como candidatos de mesmo DNA.

Cacau critica responsabilidades divididas e aponta governo “por Whatsapp”

Cacau, em sua plataforma de governo, prometeu acumular a vice-presidência de futebol e criticou duramente o Conselho Gestor, grupo que tomava as decisões do futebol de forma colegiada. Disse ainda que a descentralização de poder era a marca de um grupo que dirigia o clube “por Whatsapp”.

Caso vença a eleição, a Chapa Azul, que adotou o Conselho Gestor durante esses três anos, mudará sua forma de gerir o futebol. Líderes do grupo acreditam que era muito “cacique para pouco índio”, referindo-se aos executivos.

Números de 2012 

Pouco antes da meia-noite desta segunda-feira, o novo presidente do Flamengo será conhecido. Em 2012, Bandeira conquistou vitória com larga vantagem, arrebatando 1414 votos de 2675 válidos – 52,85%. Foi seguido por Patrícia Amorim, sua antecessora, que registrou 914 votos (34,16% dos válidos). Jorge Rodrigues, com 347 votos (12,97% dos válidos), terminou na terceira colocação.

Entenda

Nas eleições, serão eleitos presidente e vice-presidente, presidente e vice-presidente da Assembleia Geral e os membros do Corpo Transitório dos Conselhos Deliberativo e de Administração. A chapa vencedora nomeia 120 conselheiros para o Deliberativo, sendo 40 suplentes. Se o segundo colocado somar 20% dos votos nomeia trinta conselheiros e mais dez suplentes. Para o Conselho de Administração, são 48 da chapa vencedora, com 24 suplentes. Do segundo colocado, entram 18 conselheiros, sendo 12 efetivos e seis suplentes. O novo presidente toma posse oficialmente em janeiro, mas faz a transição na segunda quinzena de dezembro. O mandato vai até o fim de 2018.

Fonte: GE