São só mais dez dias. Dez dias pra nos livrarmos desse 2015 que assombrou a Gávea. Ano sem sequer um jogo pra ficar na história do Mengo. Doze meses de sorrisos amarelados, fruto da relação amena entre os jogadores e o Manto Sagrado. O ano da apatia está indo embora. Chega logo, ano do trabalho!
Não dá pra esperar um 2016 diferente, visto que o novo comandante é Muricy Ramalho. E, pelo visto, treinador e diretoria não aguentaram esperar e já começaram a trabalhar no pouco tempo que resta deste ano de apatia.
Primeiro passo: arrumar a defesa. Não dá pra tomar tanto gol imbecil como o Flamengo tomou em 2015. Foi desesperador. Era difícil achar um torcedor que tivesse na ponta da língua a dupla de zaga “ideal”. Nenhuma das opções servia.
Samir – que há 2 anos prometia ser um monstro – se encrencou em uma série de lesões e não vingou. Foi vendido à Udinese por cerca de R$ 16 milhões (R$ 8 milhões aos cofres rubro-negros), bom negócio.
Para o lugar dele, Juan – 36 anos e duas Copas do Mundo disputadas nas costas. Outro que teve carreira prejudicada por seguidas lesões. Em 2015, disputou apenas 25 jogos pelo Internacional. Contratação ruim? Talvez em um outro time, mas Juan está voltando pra casa. Ele é flamengaço, e uma torcida que já viu Júnior e Petkovic voltarem e brilharem com quase 40 anos, tem motivos de sobra pra acreditar em Juan.
Uma “Juandorinha” só não faz verão, sabemos. É necessário, no mínimo, mais um zagueiro. Por isso, o clube corre atrás de Henrique, ex-Palmeiras, hoje no Napoli. Contra ele, pesa o fato de não fazer uma partida desde maio. Mas pra quem se acostumou com Wallace, Samir, Marcelo e César Martins, isso pode até ser deixado de lado. No papel, um belo reforço. Se o preço estiver justo, assina logo com o Mengão!
Outro especulado na Gávea é Alex Muralha. Baita contratação, caso se concretize. O melhor goleiro dos clubes “secundários” do Brasileirão 2015. É claro que temos Paulo Victor, mas vimos que o 2015 dele não foi sombra do 2014. Sombra, talvez seja disso que PV precise. César não ameaça o posto de titular, Muralha ameaçaria. Concorrência que só faria aumentar o nível dos 2 goleiros. Melhor para o Flamengo.
Na lateral-direita, sai Ayrton, entra Rodinei. Se jogar o que jogou no último Brasileiro, pela Ponte Preta, não terá dificuldades para assumir a camisa 2. Na esquerda, Armero vai embora (não deveria nem ter vindo) e a diretoria busca Chiquinho, do Santos. Se firmar acordo, sai do banco do Peixe para o nosso. Difícil tomar a posição do Jorge, mais difícil ainda é ter um desempenho pior que o do Armero com a camisa do Fla.
Para a volância, quem chega é Willian Arão. Série B não é lá muito parâmetro, mas ele teve um ano legal pelo Botafogo. Volante com características ofensivas, se tiver um pingo de raça, desbanca Canteros. Se apresentar 2 pingos de técnica, pode deixar Márcio Araújo no banco (se bem que deve constar no contrato do “Massa” uma cláusula que o obriga a ser titular).
Só que alguém precisa marcar nesse meio-campo. E ninguém, hoje, no Flamengo, marca. Jonas é esforçado, mas tem tremenda dificuldade de passar 90 minutos em campo. Ou é substituído pra não ser expulso, ou toma o cartão vermelho antes da substituição. Para a função, o Fla chegou a flertar com o chileno Marcelo Díaz, do Hamburgo, mas parece que não vai vingar.
Do meio pra frente, o clube também se movimenta. Renovou com Sheik (um erro, a meu ver) e busca estender o contrato de Alan Patrick, melhor do time em 2015. Éverton e Paulinho não devem ficar. Ainda assim, o foco principal está na defesa, como tinha de estar.
Se, no gramado, a filosofia de Muricy Ramalho ainda não foi implantada, nos bastidores ela já está em ação. O trabalho começou. E começou bem.
Fonte: Nosso Flamengo | ESPN