Derrota da covardia

Covardia. O Flamengo perdeu para sua falta de atitude. Não sou daqueles que costumam fazer texto pós-jogos, com raras exceções. Hoje é uma delas. Precisamos, urgentemente, mudar a postura frente ao que vem acontecendo na disputa de clássicos no Rio de Janeiro. O menosprezo por nossos rivais locais (e são rivais pela história dos confrontos) tem nos custado muito caro. Foi assim em 2015 e começou assim em 2016.

Nenhum jogo se decide antes de começar. Assim como clássico é clássico, sempre sem favoritos. Vocês devem ter ouvido essas frases milhões de vezes, mas a equipe do Flamengo parece se esquecer a cada vez que entra em campo. Contra o Vasco já são sete jogos sem vencer e, mesmo contra o Fluminense e o Botafogo, não tivemos jogos em que demonstramos a superioridade que acreditamos ter.

Ontem foi vergonhoso. O time saiu de um jogo quase perfeito contra a Portuguesa (que é muito fraca, claro) para um jogo que simplesmente inexistiu. Meio-campo perdido, ataque isolado e sem movimentação, defesa demonstrando alguma insegurança.

Individualmente, PV não dá mais. Acho, inclusive, que suas saídas inseguras do gol, seus rebotes em alguns chutes e sua pouca habilidade na saída de bola tornam a defesa do Flamengo ainda pior do que ela já é. Muralha já! E mesmo que ele falhe em pequenos lances inicialmente, tem muito mais potencial para adquirir a confiança necessária para a titularidade no gol rubro-negro.

Marcio Araujo é exatamente isso. Não comprometeu contra a Portuguesa, acertou todos os passes, entre outros, pelo simples fato que a Portuguesa inexistiu no jogo contra o Fla. Ele não é bom no combate, ele não é bom nos passes, não se posiciona bem… Hora do Cuellar entrar, mesmo ainda sem 100% da forma. O carioca não é experimento? Vamos testar contra os pequenos.

Jorge precisa urgentemente de uma chamada. Seu potencial é inegável, mas falta-lhe atenção em muitos momentos. No Brasileiro do ano passado tomamos gols em lances em que ficou parado e ontem, no gol do Rafael Vaz, mais uma vez não acompanhou o zagueiro. Uma boa conversa vai fazer bem ao garoto.

Quem não é mais garoto é o Sheik. Mas parece que só na idade. Recebeu seu aumento, continuou no Flamengo, falou gracinha em Camarote da Sapucaí e quando chegou em campo, não se garantiu, como sempre. Aliás, ele deve estar achando que é o Romário. Mas o baixinho cumpria as promessas que fazia. Sheik marca mal, cai toda hora, é individualista, não sabe puxar contra-ataques e tem a personalidade explosiva. Pra mim, já deu. Desde o ano passado.

Vou finalizar por aqui, porque sei que estou meio azedo. Mas não sem antes dar aquela cornetada na estrela da companhia. Guerrero, meu filho, você ganha muito. Pelo que você ganha, eu, com 100 quilos, estaria correndo até ter uma parada cardíaca em campo. Se a bola não chega, marca em cima a saída de bola. Corre, chama os companheiros. Para de tomar cartão, para de se irritar, para de reclamar o tempo todo. Ainda acredito em você. Ainda.

Saudações rubro-negras e que na quarta-feira vençamos o América MG para apagar a impressão que deixamos ontem.

Felipe Foureaux

Fonte: Falando de Flamengo