Por conta das negociações com emissoras interessadas na transmissão do Brasileirão, só se fala em cotas de TV. No entanto, existe um torneio totalmente presente em nossas vidas, casas e aparelhos de TV, para o qual pouco nos atentamos. Tratam-se dos estaduais, cujas renegociações também se encontram em pleno vapor, ainda que envolvam cifras menos polpudas e distorções muito mais injustificáveis do que as geralmente apontadas.
Assim como tantas outras receitas de marketing, os valores pagos pelos estaduais não são fáceis de ser descobertos. Primeiro porque, nos balanços patrimoniais, a maioria dos clubes não discrimina as receitas de televisionamento. Eles classificam-nas como “Cotas de TV” numa conta única, sem separar Brasileirão, estaduais e outros torneios. E eles são muitos: Libertadores, Copa do Brasil, Primeira Liga ou amistosos, todos trazem recursos pagos pela televisão.
Enfim: com base em informações veiculadas na mídia, balanços, orçamentos e borderôs (como os da FERJ, que incluem cotas de TV), este seria o ranking dos quatro principais estaduais do país:
Percebam, em primeiro lugar, a discrepância de valores entre estaduais e o Brasileirão. Embora o nacional dure exatamente o dobro de um estadual (seis meses e vinte dias, contra três meses e dez dias do Carioca), a diferença paga chega, em alguns casos, a mais de dez vezes. Isto sem discrepância nas audiências – com leve tendência (acreditem) aos próprios estaduais: em 2015, dezesseis jogos do Paulista registraram média de 18,5 pontos para a Globo (quem paga a conta), enquanto 38 jogos dos clubes de São Paulo bateram 17,9 pontos no Campeonato Brasileiro.
Em segundo lugar, temos a diferença a favor do Paulista em detrimento dos demais torneios. Aí, parte da explicação reside nas rodadas de negociação: em São Paulo, os valores se referem à última leva de assinaturas*, fechada ao final de 2015 e válida pelos próximos anos. Já no Rio e no Rio Grande do Sul, o último ano do antigo contrato é justamente o atual, com conversas possivelmente iniciadas nos próximos meses. Antes do litígio entre Fla, Flu, FERJ e Primeira Liga, estimava-se para os cariocas algo em torno de R$ 11 milhões, que podem cair pela manutenção das incertezas.
*Estima-se que as luvas tenham ficado na casa dos R$ 20 milhões.
Ainda assim, a primazia de Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos se manterá. Diferente do Brasileirão – quando a Globo equipara Flamengo e Corinthians – pelos estaduais, os times do estado mais rico se beneficiam da robustez de seu mercado. Isto num torneio transmitido apenas para dentro de suas fronteiras, ao contrário do Carioca – veiculado em outras 14 praças.
Em terceiro, verifica-se a total equiparação dos grandes de um mesmo estadual no rateio da grana. A projeção desta equidade distributiva configura um sonho para a maioria dos clubes envolvidos na gritaria contra a suposta “espanholização”. Seguindo critérios de audiência e número de partidas, Flamengo e Corinthians recebem muito mais do que seus pares no Campeonato Brasileiro. Nos estaduais, não.
Um quarto elemento ainda salta aos olhos. Miudezas à parte, os maiores times do Rio recebem igual aos grandes gaúchos e mineiros. E isto não se dá porque a Globo paga o mesmo, mas porque nestes, os clubes de menor investimento pagam a conta. Enquanto no Rio um pequeno desembolsa até R$ 2,5 milhões (em São Paulo, mais de R$ 3 milhões), no Rio Grande não se aufere mais do que R$ 800 mil. Melhor do que em Minas, onde restam míseros R$ 300 mil para cada agremiação.
Enquanto o foco no Brasileirão recai sobre absurdos bem menos inexplicáveis, a verdade é que as cotas de TV nos Estaduais são aquilo que se convencionou por “samba do crioulo doido”. Valores baixos, distribuição heterodoxa e equiparação de clubes de porte totalmente diferente.
Que o diga a Ponte Preta, faturando quase igual ao Flamengo…
Um grande abraço e saudações!
Fonte: Teoria dos Jogos
Tem uma parada errada nessa matéria aí. No carioca, o Fla ainda recebe mais que o Botafogo… Quando saiu aquela reportagem sobre o Flamengo e o Fluminense perderem o dinheiro da TV por participar da Primeira Liga, foi dito que o Botinha recebia menos.
Nesse ano o Fla tem que negociar individualmente.
Por essa e outras é que o nosso Mengão deveria jogar o carioqueta com time reserva. Mengão em ascensão e o estadual cada vez mais decadente.
Temos que jogar o paulista em 2017.
Ferj afundando o RJ e ngm faz nada.
SRN ST
O campeonato Carioca é transmitido para
vários estados graças ao Flamengo que é um time com imensa torcida e uma
torcida que está espalhada nacionalmente e não apenas no estado do RJ.
Por
isso no novo contrato do Campeonato carioca para o ano que vem, o Fla
tem de receber muito mais que os demais times do estado.
Agora
que temos uma boa administração e não um monte de ladrões que sempre
ficavam atrás da Globo com o pires na mão, poderemos ter um contrato
decente.
A culpa dessa discrepância é dos ex-presidentes do Fla que administravam porcamente o clube e depois íam com o pires na mão atrás da Globo e pegavam adiantamentos de cotas e depois ficavam reféns desses contratos podres de transmissão.
O Fla vem carregando os times do RJ nas costas faz tempo.
Chega! Basta!
Agora que temos condições de negociar um bom contrato sem estar reféns de adiantamentos de cota, que para 2017 os nossos atuais administradores costurem um bom contrato para o Fla e tirem essas barangas das costas do clube e ferre também a FERJ (Fede), que hoje arrecada muito e distribui muito pouco e de forma obscura…
O Flamengo pode muito bem sentar a mesa com Globo agora no inicio do ano e já definir o valor do próximo contrato independente de federação e os outros clubes.. Procura a Globo e fala que só assina por 25 Milhões e ainda Receberá luvas agora num bom valor. Quando o restante dos clubes forem negociar o nosso já estará no bolso e com um contrato muito maior. SRN