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Federações lucram mais que 54 times dos quatro principais estaduais

Uma breve análise dos borderôs das partidas que movimentam o futebol brasileiro neste início de ano reforça o que o torcedor mais atento já sabe há bastante tempo. Ninguém lucra mais com as partidas dos Estaduais e Regionais de 2016 do que as federações locais, cada vez mais sanguessugas dos clubes.

A diferença para outros anos é a fiscalização maior e a velocidade com que os dados que escancaram o caráter de exploração dos clubes pelas federações são propagados. Talvez motivados pela onda de limpeza inspirada nas investigações contra dirigentes corruptos (em voga desde maio de 2015), os números da vergonha estão sendo compartilhados, divulgados na imprensa e chegado aos ouvidos do torcedor. Protestos pelas arquibancadas de todo o País são notícia a cada rodada.

O site “Balanço da Bola”, do contador Benny Kessel, é um desses canais que o torcedor precisa conhecer para ter a real dimensão da distância entre os ganhos dos clubes e das federações com os jogos dos Estaduais. Dos 62 times que jogam os quatro principais campeonatos Estaduais (Carioca, Gaúcho, Mineiro e Paulista), apenas oito conseguiram ter lucros maiores do que as federações locais. Veja os números levantados por Kessel.

Os números foram obtidos a partir dos borderôs divulgados pelas próprias federações e reforçam a necessidade de os clubes assumirem as rédeas das competições das quais participam. Movimentos como a Primeira Liga são importantes nesse sentido. Ter a exata dimensão de que são os clubes os donos do espetáculo e, portanto, os verdadeiros merecedores dos lucros em torno dos jogos, é imprescindível. Principalmente em um momento em que a credibilidade das federações está abalada pelos escândalos que derrubaram dirigentes de todo o mundo.

A federação carioca, em batalha diária com Flamengo e Fluminense, ainda mascara números que poderiam ser ainda piores para os clubes menores. “Desde 2015, nos jogos entre pequenos, ela não coloca em seus boletins financeiros as despesas operacionais dos jogos, com arbitragem e com o delegado da partida, além do INSS devido sobre esses valores. Mesmo arcando com essas despesas e pagando os impostos, fato que não sabemos ao certo se ocorre, elas deveriam ser expostas nos boletins por uma exigência do Estatuto do Torcedor”, comenta o contador.

“As demonstrações contábeis da Ferj são uma vergonha em termos de transparência. Além da ressalva pela não adoção de conceitos básicos de contabilidade, ela registra, por exemplo, mais de R$ 7 milhões em ‘Despesas Gerais’, sem qualquer explicação de onde ou com quem são gastos esses valores, dinheiro dos clubes diga-se de passagem”, completa.

Essa prática é adotada pela Ferj desde 2013. Na época, em reportagem do UOL, a entidade informou que divulga apenas o que é exigido por lei. No entendimento da federação, os dados expostos são de caráter privado dos clubes. Nada mudou.

“A Ferj ainda determina a seu bel-prazer o valor da cota de TV que será repassado aos clubes, estabelecendo o critério que é do seu interesse, e não do interesse dos clubes. Até mesmo os clubes pequenos tem parte da sua receita repartida com a federação, especialmente aqueles que sobem da segunda divisão. Será que eles estão satisfeitos com essa situação, ou não reclamam por medo de retaliação?”, pergunta.

Prejuízo são-paulino

No levantamento de Kessel, o dado que mais chama atenção é tamanho do prejuízo que o São Paulo vem tendo no Estadual. Sem considerar a partida da terça-feira contra o Mogi Mirim, o clube do Morumbi, que tem alugado o Pacaembu nos seus primeiros jogos da temporada, teve um saldo negativo superior a R$ 68 mil. Está, sem força de expressão, “pagando para jogar”. Na terça, pouco mais de 3 mil torcedores foram ao estádio municipal para duelo contra o Mogi Mirim. Foi o pior público do clube em oito anos. Segundo Kessel, o São Paulo terá um prejuízo acumulado superior a R$ 150 mil depois de sete jogos do Estadual.

Na Copa do Nordeste, torneio muito querido pelos torcedores da região, nove dos 20 times também estão tendo prejuízo. As federações só não lucraram mais que o Santa Cruz. Somados os valores, as entidades que comandam o futebol nordestino lucraram, em três rodadas, mais de R$ 135 mil. O time pernambucano ficou com R$ 156 mil. Já o Bahia, outra equipe tradicional, “pagou” R$ 67 mil para jogar.

Já não passou da hora de os clubes darem as costas para essas entidades que apenas sugam da paixão do torcedor pelas suas cores e camisas?

Fonte: Esporte Final

Coluna do Flamengo

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  • Este feudalismo das federações estaduais tem que acabar senão vai continuar Alemanha 7 x 1.

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