Todos sabem que a Globo é a maior rede de televisão do Brasil e uma das maiores do mundo. Primando por excelência, além de dominar o entretenimento e o jornalismo, sempre coube a ela ditar as regras no tocante ao televisionamento do futebol. Simplesmente porque nunca teve concorrentes à altura, econômica ou estruturalmente, para sentir-se ameaçada em seu reinado. Assim, esteve nas mãos da Globo a transmissão e exploração do futebol brasileiro em suas diferentes mídias: TV aberta, fechada, pay per view, mobile e internet.
Já o Esporte Interativo é de conhecimento mais recente. Pequeno canal esportivo fundado no Rio de Janeiro, demorou para entrar nas TVs por assinatura pela falta de envergadura ao encarar operadoras, Globosat e os titãs da concorrência (Fox Sports e ESPN) – todos conglomerados internacionais. Clube ao qual adentrou há pouco mais de um ano, ao ser adquirido pela Turner, proprietária das redes CNN, TNT, Cartoon Network, Boomerang e outros.
O Esporte Interativo ficou grande. E passou a encarar a Globo naquilo que ela mais preza. Sendo exclusivamente um canal fechado, ofereceu um caminhão de dinheiro aos clubes pela propriedade. E prometeu rateio à inglesa, citação de naming rights e maior flexibilidade de horários.
A negociação deu errado diante dos clubes de maior torcida: Corinthians, São Paulo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG fecharam ou tendem a fechar com a Globo. Por outro lado, seduziu Santos, Atlético-PR, Coritiba, Internacional e Bahia. Outros podem vir, aumentando o inédito rompimento da exclusividade global, ao menos no tocante a este ambiente em específico.
O problema é que o embate passou a ser enxergado por boa parte da opinião pública e da mídia “especializada” como um bang-bang. Aqueles antigos filmes de faroeste que opõem claramente o bandido opressor ao mocinho redentor. Clara e respectivamente representados pela vilã Globo e o herói Esporte Interativo.
Não é por aí. Nem um pouco.
Se é correto o conceito de “monopolista” aplicado à Globo nas últimas décadas, ele o seria com base nos princípios schumpeterianos do termo. A emissora foi simplesmente a vencedora, tendo sua primazia construída com base no mérito, em anos de parceria e ótimos serviços prestados. E, sim, nos preceitos de livre mercado! Afinal, na hora H, os concorrentes nunca sustentam a postura inicial de confrontamento a ela.
Tudo, evidentemente, apesar dos pesares. Dos interesses que envolvem as Organizações Globo. Da intransigência em seus princípios comerciais, no engessamento da programação ou nas exageradas exigências quanto à postura “chapa branca” de seus profissionais. Ninguém está aqui para defendê-la.
Ainda assim, não temos uma vilã, mas uma renomada empresa líder de mercado. E até por isto, com muito poder de barganha, condição que todo entrante pequeno e desprestigiado almeja alcançar.
Por outro lado, o Esporte Interativo surge como um sopro de renovação. Injetando recursos – ou fazendo com que a Globo o faça, ao suas cobrir propostas – oferece coisas novas e bacanas. Mas não se enganem, todos aqui possuem interesses e proibições, regra que passa longe de não se aplicar ao canal. Conflitos entre fornecedores e clientes, afinal, sempre transparecem – mas só quando a relação está consumada. Apelar para o emocional ou vender-se como uma espécie incompreendida de Robin Hood não faz o feitio da Time Warner, controladora da Turner. Que nos EUA, de boba nunca teve nada.
Cabe a nós aguardarmos as cenas dos próximos capítulos, na certeza de que a dicotomia já está estabelecida – dado o fechamento de contratos com ambas as emissoras. Aguardemos ainda as futuras rodadas de negociação pelo mais desejado filão, o do televisionamento aberto, que não contará com o Esporte Interativo. Nem por isto são aceitáveis as acusações de fragilização dos clubes perante a futura rodada de conversações. Ninguém sabe como estará o mercado daqui a um ou dois anos.
No mais, entrantes sempre poderão suplantar a Globo – vide a Fox Sports, com os direitos da Copa Libertadores. Basta oferecer mais, oferecer melhor. E convencer os clubes da pertinência da migração. Alguém falou que seria fácil?
Um grande abraço e saudações!
Fonte: Teoria dos Jogos
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Concordo que a globo está mais preparada uma vez que possui expertise no assunto, só que o blogueiro não conta é que no último leilão quem venceu foi a Rede TV e Vênus platinada incentivou a implosão dos clube dos 13 para que pudesse garantir mais uma vez o monopólio, sem contar que ela também usa artifícios baixos para chantagear os clubes a assinarem com ela, já que a maioria dos brasileiros acha que se um informação não passou na globo ela não aconteceu de fato, (tolinhos, sabe de nada inocentes) , agora imagina se ela decide boicotar um clube que fechou com EI; Por exemplo para ela a Liga dos campeões não existe (no SportTV), só por que ela não possui os direitos. Só uma palavra define a rede Globo: Escrota!
Assino embaixo.
Este conglomerado é verdadeiro jugo do Brasil.
Eduardo, quais foram os artifícios baixos utilizados para chantagear os clubes? Não estou contestando, apenas curiosidade visto que parece saber o que está falando.
Entendo que a chance de boicote é grande, mas acho que mesmo os clubes que usarem o EI para aumentar seus contratos com a Globo teriam vantagens na manutenção da concorrência - se o EI tomar preju, pode não ter outro pra concorrer em 2021...
Thiago alguns blogueiros alertam para o fato de a globo possivelmente não deixar que os clubes que assinaram com a mesma liberem o sinal para os clubes da sua concorrente (EI), uma vez que a autorização para a transmissão das partidas deve vir dos dois clubes, outra chantagem é o que eu disse acima de não falar sobre um determinado clube da emissora concorrente, como se ele não existisse, lembrando que a globo sempre faz isso em relação a competições. Se ela não possui os direitos de transmissão então que se dane a competição, independente da importância da mesma. SRN
Concordo com a opinião do autor
Globo é top.
Quem ainda não é sócio e se interessar em aderir ao sócio torcedor e ajudar o mengão.
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Se a narração dos jogos no EI mudasse, eles melhorariam 200%, pq os caras parecem que estão narrando corrida de cavalo. Quanta afetação!! Péssimo!!
Pena que no EI os profissionais sejam tão fracos, especificamente os narradores. Andre Henning parece uma gralha no cio de tanta gritar e os outros são do mesmo nível por isso apesar dos pesares ainda fico com a Globo.