Segundo tempo contra o Confiança deve ser parâmetro para o Flamengo

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O adversário era frágil, não oferecia tanta resistência, mas a atuação do Flamengo no segundo tempo deve servir de exemplo para a equipe repetir ao longo da temporada. Depois de uma primeira etapa com equívocos e a abdicação de alguns pontos de seu estilo de jogo, o Mais Querido fez 45 minutos de manual. O resultado de 3×0 ficou barato para o Confiança e classificou o time da Gávea para a segunda fase da Copa do Brasil.

Destaque individual da partida, Marcelo Cirino torna-se o artilheiro do Flamengo na temporada e soma nada menos que seis gols nas últimas cinco partidas. Willian Arão, com três assistências no jogo, Mancuello, Rodinei e Cuellar também foram muito bem. Mesmo com o placar já construído o rubro-negro seguiu buscando gols e esbarrou na falta de pontaria de alguns jogadores, principalmente Paolo Guerrero, que esteve bem coletivamente, mas pecou nas finalizações mais uma vez.

Muricy deu a Fernandinho sua primeira oportunidade com a camisa do Flamengo. Com a opção pelo número 31, o Mais Querido voltou a atuar no 4-1-4-1 mais posicional, com dois pontas bem abertos, praticamente sem deixar os flancos. Mancuello voltou ao centro do campo e Alan Patrick ficou no banco. O raciocínio de Muricy não estava errado. Com a vantagem obtida em Aracaju, o Confiança armaria o ferrolho, e o Flamengo precisaria de jogadores bem abertos para ‘’alargar’’ a defesa adversária.

Por ser um ponta nato (veja aqui a análise da contratação), Fernandinho era o homem ideal para atuar ali, mesmo não esteja no mesmo nível físico que os demais.

Tecnicamente, também ficou claro que ainda precisa melhorar. Oscilou demais e, em um de seus melhores momentos, o Flamengo abriu o marcador. O estreante lançou Willian Arão, que escorou de cabeça para a finalização de Mancuello.

Arão se prepara escorar de cabeça e encontrar Mancuello, autor do primeiro gol. Entrada dos dois ao mesmo tempo na área funcionou neste lance, mas não no restante do primeiro tempo.

Arão se prepara para escorar de cabeça e encontrar Mancuello, autor do primeiro gol.

ntrada dos dois ao mesmo tempo na área funcionou neste lance, mas não no restante do primeiro tempo.

Arão e Mancuello juntos dentro da área não foi um mero acaso no primeiro tempo. A dupla buscou bastante a última linha de defesa do Confiança. O lado bom era a presença de área constatada no lance do gol. Já o lado ruim foi a falta de opções de passe mais curto para Cuellar e os laterais. Faltava mais aproximação e articulação na intermediária. O resultado foi um exagero de bolas esticadas e altas dentro da área. O time assustou assim e marcou um gol, mas foi na direção contrária do que Muricy vem implementando desde o início do ano.

Perceba neste flagra como Cuellar tem opções de passe distante. Guerrero é o mais próximo. Arão e Mancuello bem adiantados. O ideal é revezar nesta função. Enquanto um dá profundidade, o outro articula as jogadas. Fla teve 70% de posse e Cuellar acertou 99% dos passes.

Cuellar tem opções de passe distante. Guerrero é o mais próximo. Arão e Mancuello bem adiantados. O ideal é revezar nesta função. Enquanto um dá profundidade, o outro articula as jogadas. Fla teve 70% de posse e Cuellar acertou 99% dos passes.

O Flamengo é um time que constrói suas jogadas por meio da aproximação, com a bola passando de pé em pé, em tabelas e triangulações pelos lados do campo. Este foi o futebol apresentado na segunda etapa. O treinador corrigiu o imenso espaço entre Cuellar, Arão e Mancuello, e a equipe literalmente voou nos 45 minutos finais.

Com menos de cinco minutos já eram quatro boas chances criadas, três delas a partir de jogadas do inspirado Marcelo Cirino. O segundo gol saiu em um dos quase 20 escanteios que o time cobrou na partida. Arão resvalou e Cirino completou. A dupla apareceu novamente poucos minutos depois, quando o volante deu lindo passe para o atacante driblar o goleiro e marcar mais um.

Aqui a origem do gol de Cirino. Com o problema corrigido, Arão e Mancuello passaram a revezar momentos de articulação e de profundidade.

Origem do gol de Cirino. Com o problema corrigido, Arão e Mancuello passaram a revezar momentos de articulação e de profundidade.

O Flamengo continuou sufocando até o final do jogo e o adversário teve apenas um lance de perigo em todo o segundo tempo. Com a defesa bem adiantada e buscando a compactação ideal durante todo o jogo, a equipe colocou em prática de forma muito positiva o conceito de sufocar o adversário assim que perdia a posse de bola. Este é um princípio importantíssimo no jogo de posse pedido por Muricy, e só houve falhas quando a distância entre os homens de meio não permitia um agrupamento maior de jogadores na hora de apertar a marcação.

O Confiança é bem limitado, mas o Flamengo fez a parte dele e confirmou o crescimento da equipe em momento importante da temporada. Domingo tem decisão contra o Vasco, e o time encontra-se em estágio mais avançado do que quando encarou o arquirrival nas duas primeiras oportunidades em 2016. Boa chance para quebrar o incômodo jejum no histórico recente.

Fonte: iFlamengo News

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  • O ponto é, tecnicamente o Mancuello transformou a equipe. O time cresceu demais com ele em campo e a equipe que não ganhava a seis jogos, goleou os últimos 3, coincidentemente por 3×0. O Esquema 442 funciona melhor no início, para sufocar. Talvez alternar os dois esquemas durante a partida fosse uma boa opção, para desestruturar a marcação do adversário e ficar menos previsível.

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