A falta de um local para jogar as finais do Novo Basquete Brasil fez o Flamengo apelar para o improviso. A Arena Carioca 2 foi cedida pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ainda inacabada. O palco sequer está preparado para receber eventos de basquete, pois será a sede das competições de judô e luta olímpica. Nesta quinta-feira, a instalação recebeu o segundo duelo da série contra Bauru e as dificuldades foram visíveis, da iluminação ao placar, passando pela necessidade do torcedor de sair do ginásio para buscar alimentação com a ausência de lanchonetes internas. O sistema de refrigeração funcionou, e a visibilidade de qualquer parte é boa.
Nos Jogos Olímpicos, a Arena Carioca 1 receberá os jogos de basquete, mas ela está sendo preparada no momento para receber a Liga Mundial e o Grand Prix de vôlei. Com isso, restou ao Flamengo essa opção, que confundiu até o prefeito Eduardo Paes em uma mensagem no Twitter. A iluminação atrapalhou os jogadores, principalmente nos rebotes e arremessos de três pontos. O placar ainda foi um problema para os torcedores. Só havia um grande e posicionado no alto. Dependendo da posição no ginásio não conseguiam ter acesso ao resultado do jogo, mesmo com outro menor colocado no chão ao lado do banco do Bauru.
– A iluminação é forte, mas feita para outro tipo de esporte. A arena é gostosa de jogar. Pena que não vai poder usar boa parte do ano – comentou Marquinhos, que elogiou também a estrutura dos vestiários.
O placar chegou a atrapalhar visivelmente Ronald Ramon no último ataque do segundo quarto. Ele procurou o relógio para identificar quantos segundos faltavam e foi empurrado pelo grito da torcida para colocar velocidade. Técnico do Bauru, Demétrius pediu aos árbitros um maior cuidado com as pessoas que bloqueavam o placar improvisado no chão da quadra, o mesmo utilizado pelo Flamengo na Liga das Américas quando houve uma pane elétrica no Maracanãzinho em 2015.
– Teve gente que reclamou (da iluminação). Não era confortável. Com relação ao placar, eu pedi para tirar as pessoas da frente para a gente maior visibilidade no terceiro quarto. Mas tudo é uma questão de adaptação – explicou Demétrius.
A questão da alimentação foi resolvida com alguns trailers de food truck e barracas de cachorro quente na parte externa da arena. Ainda assim, com preços altos de sanduíches e pizzas. As filas, no entanto, não foram um problema. A preocupação com os banheiros se resolveu com a regularização da chegada da água ao local. A sujeira de algumas cadeiras chamou a atenção, mas algo típico de uma obra inacabada.
A operação foi toda feita pelo Flamengo. A chegada dos torcedores não apresentou problemas. Na parte interna, algum tumulto para conseguir manter todos sentados. A polícia precisou entrar em ação para conter alguns deles e retirar outros. O presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, foi ao jogo e virou alvo de xingamentos. Um de seus filhos respondeu com sinal obsceno a quem estava mais próximo, o que causou revolta.
No fim, mesmo com a derrota, os torcedores mostraram seu apoio ao time. Com duas faixas, demonstraram orgulho pelo basquete e vergonha com o futebol. Deixaram o ginásio em tranquilidade, à espera do jogo 3 da série melhor de cinco contra o Bauru para mais uma experiência em um palco dos Jogos Olímpicos.
Fonte: GE
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A iluminação estava estranha mesmo, mas tem que se levar em conta que ali vai ser praticado outro esporte e não o basquete.