Dentro de campo, o clássico carioca entre Vasco e Flamengo realizado no último domingo (24) saiu conforme o esperado. Disputado do início ao fim, a jogo terminou com vitória dos cruz-maltinos por 2 a 0. Porém, fora das quatros linhas, a partida ficou marcada por uma série de problemas que comprometeram a organização do evento. Tonico Máximo, responsável pela Sarelli Festas e Eventos, empresa que trouxe o duelo carioca para a Arena da Amazônia Vivaldo Lima, afirmou não realizar maispartidas em Manaus por causa da desorganização.
Em entrevista concedida durante o Clássico dos Milhões, o empresário reclamou do despreparo da Policia Militar que não soube dividir as torcidas e da Secretaria Estadual de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), que teria permitido a entrada de pessoas não autorizadas pelos portões reservados à imprensa e camarote do governador.
“Tivemos problemas no portão que entra os governantes. Mais de 500 pessoas entraram por essa entrada. As catracas também não funcionaram. Não podemos saber quantos ingressos falsos entraram no estádio. Sabemos que houve superlotação da arena. Teve flamenguista em pé. Faltou logística. Isso afetou a organização”, disse o produtor que confirmou que foram vendidos 44.500 ingressos.
Questionado sobre esta denúncia feito pelo organizador do evento, a assessoria de imprensa da Sejel informou que as catracas podem funcionar de duas maneiras: via contador (quando o ingresso é recebido por uma pessoa e rasgado) e no modo automático (leitura do bilhete por código). No dia do jogo entre Vasco e Flamengo, a opção de uso foi por contador, uma vez que estava chovendo e muitas pessoas chegaram com seus bilhetes molhados. O modo automático iria atrasar a entrada dostorcedores – uma vez da dificuldade da leitura – e isto poderia ocasionar tumulto e prejudicar a segurança do evento.
Já sobre a entrada de pessoas pelo camarote do Governador, testemunhas que estavam no local, entre elas o presidente da Associação de Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas (Aclea), Eduardo Monteiro de Paula, perceberam que alguns veículos oficiais, entre eles um Volkswagen da marca Voyage, cor branco, placa OAN 7541, entraram e saíram do estacionamento inúmeras vezes transportando pessoas.
“Na entrada, teve problema com o Estado. Chegava carros com um monte de gente que não poderia entrar, mas entrava. Vi pessoas da Sejel tentando conter, mas não conseguiram por causa da hierarquia”, relatou Dudu.
Outro problema encontrado foi que alguns profissionais de imprensa não tiveram acesso ao campo permitido, porque os coletes destinados para os profissionais já tinham terminado. Perguntado sobre a situação, Eduardo relatou que a Sejel repassou para algumas pessoas, não credenciadas, o uniforme.
“Acho que no fundo, a Sejel acaba trabalhando contra a própria Sejel. Quando libera a entrada de pessoas que não trabalham com esportes para ir para o campo. Está estragando a própria estrutura que foi montada para a partida. É preciso ter bastante cautela. Até entendemos que podem ter os seus compromissos, mas a própria promotora se complica. Graças a Deus, nenhum problema foi muito forte, mas tivemos. Não tivemos muitos problemas da nossa parte (Aclea). Quem estava com o colete da imprensa e não era, foi a Sejel quem passou.
Quem era da Aclea, não atrapalhou. Os problemas foram com jornalistas que não tinham a credencial da Aclea e sim com os que entraram através da secretaria”, informou o presidente.
Invasão e erros nos telões
Quando a partida já estava 2 a 0 para o Vasco, Yesley Ricarte Araújo, 28, invadiu o campo fazendo com que a partida fosse interrompida. Não demorou para ele ser detido pela Polícia Militar do Amazonas. Agora, ele está suspenso de ir a jogos na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Yesley foi autuado pelo Artigo 41-B da Lei nº 10.671 do Estatuto do Torcedor. Sobre o assunto, a Sejel explicou que o torcedor passou pela segurança privada contratada pelos organizadores e pulou para o campo.
O titular da pasta, Fabricio Lima, comentou que o indivíduo pulou da arquibancada direto para o gramado, surpreendendo a todos os seguranças.
“Ele pulou de uma altura de mais de 4 metros. Infelizmente, não podemos imaginar que uma pessoa fará uma maluquice como essa. Ainda bem que rapidamente foi pego e a partida continuou. Erramos menos que no Fluminense e Vasco. A tendência é errar cada vez menos”, explicou o secretário que, perguntado sobre os erros na escalação que apareceu nos telões da arena, afirmou que isso foi culpa das assessorias dos clubes que erraram na hora de passar os nomes para os administradores. Fora isso, o locutor oficial do estádio admitiu ter errado em uma substituição.
“As escalações foram passadas pelos assessores dos times e o locutor, bem como o digitador, apenas repassaram a informação. No entanto, houve a constatação de um erro na substituição do Ederson, camisa 10, no segundo tempo. Segundo o locutor, o rádio falhou e ele escutou Everton, no lugar de Ederson”, finalizou.
Fonte: Em Tempo
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