Em uma rivalidade com caras conhecidas, o dominicano Ronald Ramon, do Flamengo, e o brasileiro Paulinho Boracini, do Bauru, levam um ar de novidade à final do NBB. O jogo 4 acontece neste sábado, às 14h10, no Ginásio Neusa Galetti, em Marília (SP). Com 2 a 1 de vantagem, o Rubro-Negro está a um triunfo do pentacampeonato, sendo o tetra seguido.
Os alas-armadores, que disputam pela primeira vez a decisão, já foram cestinhas de suas equipes em pelo menos uma das três partidas da melhor de cinco. Boracini anotou 17 pontos no segundo duelo, vencido pelo time paulista, no Rio de Janeiro. Já Ramon marcou 21 e comandou a vitória rubro-negra no terceiro jogo.
E não é só isso que os aproxima. Ambos viveram um período de desconfiança sobre seus desempenhos antes de alcançarem status de referência na busca pela almejada taça do torneio nacional.
Ramon, de 30 anos, chegou ao Fla em janeiro, com o campeonato iniciado. A diretoria esperou até o limite das inscrições para assinar o contrato, por economia de despesas.
Após cinco anos no Limeira e com boas atuações pela República Dominicana, que chamaram a atenção do técnico José Neto, o jogador viveu altos e baixos na primeira fase, com média 4,8 pontos por jogo. Nos playoffs, a marca melhorou para 8,6.
– A equipe abriu os braços para mim. Cheguei no meio da temporada, e é difícil entrar em um time formado, que já tinha título carioca. O que facilitou foi a forma como me receberam. Sinto como se eu jogasse aqui há anos – contou Ramon, que tem a confiança do comandante rubro-negro.
– Ele se encaixou muito bem em um setor onde tínhamos uma carência. Foi uma boa aposta. Chegou por último ao elenco, mas já estava no Brasil havia um bom tempo e conhecia o basquete brasileiro. Ronald contribuiu para chegarmos aqui – disse Neto, auxiliar do argentino Rubén Magnano na Seleção.
Aos 31 anos, Boracini teve ajuda da sorte. Após Ricardo Fischer romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito, em março, o atleta, que vinha de recuperação de um edema ósseo no joelho esquerdo, ganhou a melhor oportunidade com a camisa desde que chegou, em 2015.
– O grupo me aceitou desde o começo. Pude desenvolver melhor o meu jogo e ser mais agressivo nos playoffs, com a titularidade – falou Boracini, que tem o ex-atleta americano Allen Iverson como um ícone.
– Mesmo quando jogo mal, o pessoal me dá força para não abaixar a cabeça. Sem dúvida (Bauru) é a melhor equipe que já joguei, com jogadores mais credenciados, mais títulos e passagens pela Seleção e NBA – completou.
Se Bauru vencer, o título no NBB só será decidido no quinto jogo, no dia 11/4, na Arena Carioca 2, no Rio de Janeiro.
BATE-BOLA
Paulinho Boracini – Ala-armador, ao LANCE!
‘Ficamos apreensivos, mas temos condições de ser mais agressivos’
LANCE!: Como o time lida com a desvantagem de 2 a 1 na série decisiva?
Paulinho Boracini: Ficamos apreensivos. Chegou a hora de ganhar ou ganhar. Queríamos estar na frente. Fizemos um terceiro jogo meio apático, mas mostramos que, em cinco minutos, conseguimos tirar uma boa diferença pela segunda vez. Temos totais condições de, aqui em Marília, jogar um basquete mais agressivo, com uma defesa mais forte e conseguir levar a série para o Rio de Janeiro sábado.
L!: Que avaliação faz do seu desempenho nesta temporada?
P.B.: Eu vinha na troca do Fischer, então saí um pouco da minha característica de puxar o jogo. Acho que eu soube fazer bem meu novo papel na fase regular. Nas finais, ataquei mais no jogo 2.
L!: Em quem mais se inspira no esporte?
P.B.: Allen Iverson, até por que eu comecei a jogar basquete lá pelos anos 2000. Ele estava no auge. Era o baixinho MVP que fazia muitos pontos, então me inspirei nele. Steve Nash é outra. No Brasil, gostava muito fo Valtinho. Tentava vê-lo jogar para aprender.
BATE-BOLA
Ronald Ramon – Ala-armador, ao LANCE!
‘Procurei me encaixar na maneira como a equipe do Flamengo joga’
LANCE!: Que avaliação faz de seu desempenho no Flamengo neste NBB?
Ronald Ramon: No jeito que o time joga eu procurei me encaixar. Temos dez que farão o seu trabalho. Cada jogo é diferente. Se for ver, sempre há um que se destaca. É algo bom. Não significa que não joguei bem este ou aquele jogo, mas que estamos fechados como grupo.
L!: Você deixou Santo Domingo para morar nos EUA. Como foi isso?
R.R.: Fui quando tinha nove anos, com meu pai. Frequentei a escola lá. Morei a maior parte do tempo em Nova York. Depois, me mudei para Pittsburgh, onde fiz a universidade e tenho casa.
L!: Quais são seus maiores planos na carreira hoje?
R.R.: Agora, eu almejo um pouco de tudo. São seis anos na seleção do meu país, e se estou aqui no Flamengo hoje, é resultado da minha trajetória. Tive uma história no basquete em que não tiro nada. Só acrescentaria algumas conquistas. Hoje, quero ganhar o NBB. Queria vencer a Liga das Américas pelo Flamengo, o que não deu, mas agora temos a chance de um título que seria muito bom para minha carreira.
Fonte: Lance
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