Quatro temporadas, quatro finais consecutivas, três adversários diferentes, 31 jogadores campeões e a mesma comissão técnica. Sobram motivos para o torcedor do Flamengo estar otimista e acreditar no tetracampeonato consecutivo do NBB. O mesmo otimismo que existirá do outro lado da quadra, neste sábado, às 14h10, na Arena Carioca 2, no Rio de Janeiro. Se Bauru não tem o mesmo currículo vitorioso dos rubro-negros como equipe, pode ao menos se gabar em contar com algumas peças acostumadas a ganhar tanto ou mais do que os rivais. A primeira delas está no banco de reservas, mas quando ainda jogava, o técnico Demetrius Ferraciú conquistou seis campeonatos nacionais com as camisas de Franca (3), Vasco (2) e o extinto Telemar. Um troféu a mais que Marcelinho Machado – seu ex-companheiro de seleção brasileira e uma de suas principais preocupações nessa decisão -, único jogador da equipe carioca que participou das cinco conquistas nacionais do clube da Gávea, um deles também pelo antigo Brasileiro.
– Cada ano tem uma particularidade. No primeiro título, existem uma expectativa e ansiedade maiores, depois vêm a oportunidade de ganhar novamente e na sequência as mudanças na equipe, jogadores novos e a missão de precisarmos provar mais uma vez que temos condição de sermos campeões. Essa temporada talvez seja em cima disso, nosso time está sempre chegando e sempre ganhando, há três anos que conquistamos o NBB. Queremos mostrar que podemos ganhar mais uma vez. Nós até já vimos em outros esportes e em outras ligas muitos tricampeonatos, mas o tetracampeonato é sempre muito difícil de se ver, e nós temos esse objetivo de colocar o Flamengo e nossos nomes na história do esporte – afirmou Marcelinho que, aos 41 anos, não se cansa de levantar troféus.
– São 17 títulos e se ganharmos no sábado serão 18 em nove anos no Flamengo. Eu sou muito positivo e espero sempre o melhor, mas é muita coisa. Mas se for parar para pensar ano a ano, eu acho que sempre pensei nisso, até mais do que isso, porque todo ano queremos ganhar tudo. E tivemos algumas oportunidades na Liga Sul-Americana, quando batemos na trave em dois anos, e na Liga das Américas, batendo na trave recentemente duas vezes novamente. É um gostinho bom de conquistas, mas tenho sempre um gostinho de quero mais.
Marcelinho é um dos quatro personagens que estiveram nas três conquistas do Flamengo no NBB, junto com Marquinhos, Olivinha e Gegê. No comando deles, a mesma comissão técnica comandada por José Neto. Ao mesmo tempo que essa base pode ser apontada como uma das principais armas da equipe rubro-negra desde 2012, ela faz com que as mudanças a cada fim de temporada se transformem em um novo desafio pela frente.
Marquinhos sabe muito disso. Um dos quatro remanescentes da primeira conquista do Flamengo e único jogador do atual elenco com contrato para a próxima temporada, o ala convocado na sexta-feira pelo técnico Rubén Magnano para a reta final de preparação da seleção brasileira para a Olimpíada do Rio admite que a cada temporada fica mais complicado manter essa hegemonia.
– É muito gratificante para nós quatro e para a comissão técnica, mas ao mesmo tempo é muito difícil porque cada ano nós perdemos uma peça importante e temos que reformular a equipe. Foi muito visível isso durante nossa temporada, com muitos altos e baixos. Mudamos quase meio time, é muita coisa. Mas por outro lado ficamos felizes por estarmos chegando em mais uma final, novamente com esses jogadores. Apesar de ser uma vantagem, é um desafio muito grande. Entrosar meio time em seis, sete meses é muito complicado, e isso ficou claro. Alternamos muito, mas ao mesmo tempo fizemos um bom campeonato que nos deu o primeiro lugar e a possibilidade de decidir em casa. Estamos preparados – analisou o camisa 11 do Flamengo.
Se Marquinhos é um dos jogadores acostumados a conquistar títulos do lado carioca, Alex Garcia se junta a Demétrius do lado paulista. Com a camisa de Brasília foram três títulos seguidos em quatro finais disputadas, duas delas contra o Flamengo. Derrotado em cinco jogos na primeira, em 2008/2009, na temporada que marcou a estreia do NBB, “Brabo” deu o troco na mesma moeda no ano seguinte e se vingou dos rubro-negros, numa final decidida nos segundos finais, em Anápolis.
Perseguido pelos rubro-negros, o camisa 10 que também estará nos Jogos do Rio, em agosto, não se incomoda com os xingamentos dos rivais. Muito pelo contrário. Acostumado a enfrentar o Flamengo em jogos decisivos, Alex destaca a força do clube rubro-negro e admite que a hostilidade da torcida rival é seu maior combustível em quadra.
– É tranquilo, uma rivalidade sadia. Sabemos que o Flamengo tem uma estrutura muito grande e sempre está montando grandes equipes para chegar. Eu procuro aperfeiçoar meu basquete, melhorar e fico feliz por minhas equipes também estarem sempre chegando. Será minha sexta decisão, mais uma vez com a equipe de Bauru e mais uma batalha. Isso (os xingamentos) motiva e dá uma concentração a mais para não cometer erros, pois às vezes quando temos a torcida a favor nos empolgamos um pouco mais e passamos do ponto. Com a torcida contra, raciocinamos melhor, nos preocupamos mais e a concentração é bem maior, mas fico feliz de poder continuar incomodando os adversários – afirmou Alex, que aposta uma fórmula simples para acabar com hegemonia do Flamengo.
– Concentração. Lógico que a minha situação é diferente de alguns que estão chegando à uma final pela primeira vez, não sei qual será a reação deles. Mas a fórmula para vencer Flamengo é estar focado no que vamos fazer dentro de quadra, escutar os mais experientes, e tentar ser corajoso e não titubear em certas situações. Basquete é assim, feitos de acertos e erros e quem errar menos sairá vitorioso.
Comandante rubro-negro, José Neto concorda com seu rival e lembra que os playoffs são decididos em detalhes. E nesse caso não há como negar que um time com uma base formada desde 2012 leva uma certa vantagem. Um dos remanescentes da primeira conquista, o treinador do Flamengo aposta no trabalho e destaca a importância de Marcelinho, Marquinhos, Gegê e Olivinha, os únicos presentes em todas as conquistas desde 2012.
– Os dois primeiros título nós ganhamos em jogo único, que é a mesma situação que teremos sábado. Por isso temos que aproveitar a vantagem do mando de quadra. Não tenho dúvida nenhuma e nem é segredo para ninguém que nosso sucesso é fruto da proposta do trabalho que temos feito. São jogadores que viveram e vivem essa proposta e que sabem que ela pode dar certo, além da maneira com que eles fazem que os estão chegando acreditem nessa fórmula e de tenham confiança no nosso projeto. Não adianta nada eu ter uma super ideia, uma super estratégia ou um super grupo se a execução não for boa. O mérito é deles que executam e nosso que oferecemos essa proposta e fazermos uma loucuras que às vezes eles também aceitam – disse o treinador rubro-negro.
Ao mesmo tempo que já sentiram o gostinho de levantar um troféu, Jefferson e Murilo sabem muito bem da força do rival. Principalmente dentro de casa. Campeão com o Flamengo na temporada 2008/2009, o ala que brigará por uma das 12 vagas da seleção que disputará o Sul-Americano da Venezuela aposta nos minutos iniciais para reverter a pressão para os donos da casa.
– Pensando em tudo que aconteceu naquele momento durante essa semana eu tenho a dimensão do que vamos enfrentar. Acredito que seja uma maneira a mais de estar preparado e focado para o jogo. Sabemos das dificuldades que é ganhar aqui dentro, mas sabemos que temos condições de vencer também. Já conversei com a equipe e estamos bem preparados. Sabemos que terá pressão e que a torcida vai gritar. Isso no começo do jogo pode ser contra, mas pode virar a nosso favor durante a partida. Jogar na frente de 8 mil pessoas gritando e, de repente, o Flamengo passa a estar atrás do placar pode fazer com que a pressão fique do lado deles. Começamos o último jogo em Marília de forma bem intensa e sabendo o que tínhamos que fazer, era um jogo de vida ou morte para nós, e agora é de vida ou morte para os dois. Nos saímos bem em casa e empatamos a série, agora vamos ver como o Flamengo vai se sair nessa situação – desafiou Jefferson.
Campeão com o Bauru em 2002, Murilo mudou muito de lá para cá. Inclusive de endereço. Nos 10 anos em que esteve fora, o pivô vestiu a camisa de Mogi, Franca, o extinto Ribeirão Preto, Macabi tel Aviv, Minas e São José. Mas não foi só ele que mudou. O Flamengo também. Rival da final da temporada passada, o time carioca manteve a base, mas perdeu algumas peças importantes. para o jogador, essa pode ser a senha para uma vitória paulista.
– Sabemos que será difícil, mas é um desafio para nós e tenho certeza que todos queriam estar numa situação como a nossa. Acho que o primeiro passo é entrar de uma maneira forte, bem diferente do que aconteceu no primeiro jogo aqui. Acho que o Laprovittola na temporada passada fez a diferença no campeonato inteiro. Quando ele jogava bem dificilmente o Flamengo perdia. Mas eles trouxeram o Rafael Luz, seleção brasileira, um excelente jogador, mas com características diferentes e acho que isso mudou bastante na armação deles. Mas continua um time muito perigoso. Sabemos que eles têm dois, três jogadores que puxam o jogo e o restante vão acompanhando, mas temos que estar atentos a todo mundo – explicou.
O quinto e último jogo da série melhor de cinco partidas do NBB 8 terá transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em tempo real do GloboEsporte.com.
Fonte: GE
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