Nem Beckenbauer, nem Welinton

Ainda que esteja ajudando bastante o time, e tenha mudado a história da zaga rubro-negra ao lado Réver, Rafael Vaz precisa tirar como lição o erro crasso cometido na última partida.

Não, esse não é mais um daqueles textos exageradamente críticos, não vou descer a madeira num cara que chegou no meio de uma baita confusão. Achei  as vaias da torcida potiguar desnecessárias, o rapaz está ajudando tanto a equipe, ele precisa apenas de um choque de realidade, para se colocar no seu devido lugar.

É necessário ‘baixar a bola’, é claro que se trata de um zagueiro técnico, como há tempos o Flamengo não tinha no elenco, mas fazer o feijão com arroz é extremamente necessário para conseguir manter regularidade, só assim conseguirá ter uma boa passagem pelo clube.

Ainda que tenha acertado em alguns lances, Vaz está insistindo em lançamentos, e até cruzamentos improváveis, que na maioria das vezes não são as melhores opções de jogadas. O coletivo deve ser sempre a primeira opção.

Ainda mais para um zagueiro, por mais técnica que tenha mostrado, o papel dele não é essa, existem situações e situações, e se lá pelas bandas do ‘vice de segunda’ ele entrava para ser ‘o cara’ decidindo as partidas no ataque, aqui ele primeiro tem que mostrar que é um zagueiro de respeito.

Acredito que a alta cúpula rubro-negra tem trazido o zagueiro para ser um reserva, assim como ele era no clube em que jogava anteriormente, contratar Rafael Vaz para ser titular absoluto na zaga do Flamengo é pensar pequeno demais.

Rafael Vaz não está na minha lista desafetos, é óbvio que é um jogador importante para o time, e tem mostrado isso, até agora. Ele tem futuro com a camisa do Flamengo, mas sabe que veio para disputar, e beliscar uma posição no time titular.

Quanto menos margem abrir para erros, melhor! Não tem necessidade de passes rebuscados, jogadas de efeito, e categoria refinada, é muito mais interessante mostrar competência defensiva, ser aguerrido na marcação, e quem sabe beliscar uns golzinhos lá na frente.

Tem que ir comendo pelas beiradas, Vaz não é um Beckenbauer, não adiantará nada ser um leão atacando e um gatinho na defesa. ‘Paçocadas’ à la Welinton ficarão mais vivas na lembrança do flamenguista, do que meia dúzia de gols de cabeça.

É notório que o time melhorou defensivamente desde que estreou pelo Flamengo, os números estão aí, e não mentem. Mas já tem algumas rodadas que percebo uma afobação em seus desarmes, algumas vezes na marcação dentro da área do Flamengo.

Quase pôs tudo à perder contra o Cruzeiro lá no Mineirão, seria um pênalti infantil em uma jogada boba, assim como na partida contra o Santa Cruz, quando quase fez outro pênalti. A tragédia era anunciada, e a displicência contra o rival florido já estava desenhada.

É bem verdade que ele quase fez um gol lá na frente no último jogo, foi por pouco, mas se Vaz estivesse com o foco correto,  e não desse o mole que deu, pelo menos 1 pontinho teríamos somado no domingo passado. Mas, frustrações à parte, é vida que segue, acontece!

Vaz ainda deve ser o titular, torço muito para que dê a volta por cima, e espero que Zé Ricardo troque uma boa ideia, recolocando o zagueiro nos eixos que o Flamengo precisa.

Que os deuses do futebol estejam com o Flamengo!

Vinny Dunga
vinny.dunga@colunadofla.com