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Juan lidera Fla para evitar pegadinha do elenco de medalhões

Nas últimas semanas o Flamengo bombardeou novidades. Como se não bastasse a chegada de Rafael Vaz e Réver, o clube contratou Donatti, o atacante Leandro Damião e fez sua principal aquisição da temporada: Diego. Agora, no momento em que a discussão passa a ser quem serão os titulares de Zé Ricardo, Juan tem um papel que vai além do fato de continuar no time ou ir para o banco de reservas. O zagueiro é, dos jogadores, aquele que lidera uma busca por manter o equilíbrio e evitar que a concentração de nomes consagrados não tenha efeito negativo no ambiente rubro-negro.

Integrante de um elenco no qual dois dos principais astros não se bicavam – Petkovic e Edílson, nomes do tri estadual de 2001 –, Juan espera que o grupo agora formado entre nos espírito coletivo e entenda o momento técnico de cada um. Este será mais uma das funções do jogador que, além de liderança interna, alguém que se mostra preocupado em transmitir valores a uma torcida da qual faz parte, mesmo que tenha pouca simpatia pelo marketing pessoal.

– É preciso respeitar a instituição, os companheiros e as decisões do treinador. Há muitos anos o Flamengo não forma um grupo tão homogêneo e com dúvidas para escalar. Não podemos cair na pegadinha de que isso prejudique nosso grupo – destacou.

Confira a entrevista com Juan

GloboEsporte.com – O que representou para o Flamengo a chegada da última leva de reforços? O time mudou de patamar?

Juan – O grupo deu uma encorpada boa com a chegada de jogadores experientes e vitoriosos. O Flamengo está no lugar onde sempre esteve, que é a disputa do título. Hoje existe um grupo na frente da tabela do Brasileiro que são candidatos ao G-4 e ao título, e nós estamos nesse. O time está progredindo bem, ainda buscando uma constante nos jogos, mas como o futebol que nós estamos mostrando, somo candidatos ao título. A posição na tabela não condiz com o que temos jogado. Deixamos escapar pontos importantes, mas hoje temos um padrão, e nos enxergam como um time. É importante fazermos uma arrancada nos próximos quatro jogos e virar o turno entre os quatro primeiros colocados.

Quais os perigos de um grupo com tantos jogadores consagrados?

Em afinidade a gente nunca toca, porque é de cada um. Ninguém é obrigado a ser 100% amigo de ninguém, porque na vida existem escolhas, gostos, e temos que respeitar. Mas também é preciso respeitar a instituição, os companheiros e as decisões do treinador. Há muitos anos o Flamengo não forma um grupo tão homogêneo e com dúvidas para escalar. Não podemos cair na pegadinha de que isso prejudique nosso grupo. É trabalhar nos treinos, esperar a decisão do treinador e saber que você hoje pode jogar e amanhã pode não jogar.

Essa situação o deixa preocupado? Qual o seu papel em manter a harmonia do elenco no dia a dia?

Precisamos combater isso diariamente. Não apenas eu, mas o treinador, a diretoria e os outros atletas mais velhos. Temos que puxar para cima, porque daqui a pouco um jogador importante pode estar num momento difícil, e temos que estender a mão porque vamos precisar de todo mundo. É um trabalho que vem sendo feito há um tempo por todos que enxergam isso melhor. Há um tempo não eram tantas as opções no elenco, então por isso agora batemos nessa tecla. Hoje temos mais opções de fazer um time forte. Até agora todo mundo ajudou e foi importante, é preciso se conscientizar disso. Todos têm que estar bem.

Você conhece Diego desde que jogaram juntos na Seleção. O que ele pode trazer para o Flamengo? Ele vai precisar lidar com a pressão e a expectativa da torcida?

Um jogador não fica 12 anos na Europa se não for bem. Tem um nível de treino e concentração altos. Além disso, os mais novos podem vê-lo e passam a associar uma carreira vitoriosa ao trabalho. O jogo da Europa muda para o brasileiro. Calendário, vida social… a tudo isso ele vai ter que se readaptar, e estamos aqui para ajudá-lo. É difícil, mas se o time estiver bem, ajuda. A torcida do Flamengo é apaixonada, exigente. Mas ele está acostumado porque jogou em grandes clubes da Europa. Quando um atleta alcança um nível como o dele, tem uma cobrança própria grande. Então o Diego tem tudo para dar certo.

O maior número de opções, principalmente na zaga, poderá dar a você um descanso quando necessário. A lesão sofrida contra a Chapecoense foi consequência de um esforço além do que você aguentava?

Foi uma situação muito delicada. Era um número reduzido de jogadores para a posição, tivemos uma sequência forte de jogos e alguns resultados que não foram bons. Era um momento complicado de ficar fora de uma partida. (lesão) Poderia acontecer, todos sabiam que era uma zona de risco, mas em alguns momentos da carreira você tem que arriscar. Decidi arriscar, em termos, porque queria jogar. Infelizmente tive a lesão e mais infelizmente ainda, foi uma lesão grande.

Aos 37 anos você já consegue diminuir aquela cobrança de disputar todos os jogos, brigar para ser titular, e pensar mais em jogar quando estiver bem fisicamente?

No Brasil tem esse pensamento. Ainda é muito forte o impacto de ser titular e reserva, mesmo sendo o país que mais precisasse de rodízio, pelo calendário maluco e as viagens longas. Não se pensa muito em performance. O atleta mais velho e que passa pela Europa pensa mais em jogar em alto nível. Se tiver que ficar algumas partidas fora para manter esse nível e evitar lesões, o jogador precisar ter a consciência de que o melhor é sair em alguns jogos.

Suas atitudes fora de campo costumam repercutir com entusiasmo dos torcedores, mas você não gosta muito de aparecer…

Quem me conhece sabe que marketing comigo é muito difícil. Sempre fui muito contrário, pelo meu jeito de ser. Tenho pavor de fazer coisas forçadas, mas sei que é importante mostrar atitudes como atleta e cidadão. Quando cobro meu filho, é dessa forma. No futebol de hoje, o contato com o torcedor é maior. Ele praticamente está dentro a sua vida. Nós e os clubes temos papel importante, porque o futebol é a maior paixão nacional, e nossas atitudes refletem em milhões de pessoas. Dentro de campo cada um vai duelar e fazer o melhor, mas o comportamento fora dele é importante para que todos vejam.

Uma vez você disse que pretende jogar mais um ou dois anos. Quando parar, pretende manter algum vínculo profissional com o Flamengo ou ficará no aspecto afetivo?

Falo um ou dois anos, mas isso se refere a um período de maneira geral, porque não sei o que vai acontecer. Ligo muito minha entrada em campo à minha performance. Enquanto estiver bem para jogar em alto nível e bem mentalmente para me preparar, vou continuar. A certeza é de que no Brasil, gostaria que fosse sempre no Flamengo. Depois não pensei ainda. Procuro me concentrar no que faço hoje e em estender minha carreira. Minha ligação com o Flamengo é para a vida toda, pelo carinho que tenho e pelo que devo ao clube. No futebol é difícil falar o que vai acontecer no futuro, mas no que depender de mim, meu nove será sempre muito colado ao Flamengo.

Fonte: GE

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • Grande Juan! Um dos melhores zagueiros que vi jogar e com uma personalidade que me lembra o Angelim. Mesmo se perder posição, tenho certeza que vai continuar sendo importante no grupo.

  • Se prepara vey Juan, porque o professor falou que no segundo turno a braçadeira de capitão vai ser minha!

      • Que comédia o que rapaz? O professor zé que me falou, aguarde até o segundo turno e verá. Ele disse que tem visto o meu empenho, a minha dedicação e principalmente a minha qualidade com a bola no pé. Porque saio muito bem com a bola no pé e dou excelentes passes, sempre deixando meus companheiros em condiçoes de gols.
        Cansei de dar passe pro guerreiro e pro gabriel ja.

  • Grande Juan, vc é quem eles tem que respeitar, primeiro por ter pele rubro-negra e segundo por ser um dos maiores zagueiros da história do FLAMENGO. Estou muito esperançoso com esse elenco formado. SRN

  • Jogador sério, mesmo que não esteja no seu auge é muito importante ter ele no grupo!!

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