A vida de Leandro Souza de Lima, o Discreto, mudou bastante de uns tempos para cá. Revelado pelo Flamengo no time que tinha Olívia, Olivinha e Oscar Schmidt, o jogador se viu obrigado a buscar novos horizontes e mergulhou no universo do basquete de rua. O início não foi fácil, mas agora, aos 32 anos, o reconhecimento começou a aparecer, mesmo que ainda timidamente.
Na França, onde está disputando um torneio, Leandro conversou com a reportagem do Garrafão Rubro-Negro e narrou a introdução da sua história.
– Conheci o basquete através da minha mãe, que me colocou numa escolinha como atividade de ócio, quando eu tinha quatorze anos. Aos dezoito, após muito treino e ajuda dos grandes treinadores Jhen, Israel e Rafael, eu pisei no meu primeiro clube de basquete, que me federou e me fez campeão estadual juvenil e adulto, em 2002, e realizou meu sonho de moleque: vestir a camisa do Flamengo. Além de tudo, tive a oportunidade de jogar e ser campeão ao lado de Oscar Schmidt e Olívia, sob comando do Miguel Angelo da Luz. Nesse momento, minha carreira despontou e muitas portas se abriram. Isso me deu confiança e força para lutar pela minha profissionalização – externou.
As dificuldades apareceram um pouco depois. Com pouca idade, ‘Discreto’ foi buscar seu sonho, mas teve que passar por inúmeros obstáculos. Hoje, é bicampeão brasileiro de basquete 1×1 e vice-campeão mundial. Ele aproveitou a ocasião e contou como funciona a modalidade de rua.
– Sempre lutei para ser um jogador de basquete, mas começar com 18 anos me limitou muito. Nunca desisti e busquei de todas as maneiras possíveis. Foi aí que veio o basquete de rua, e eu aprendi que quando se tem um sonho, é preciso correr atrás dele. Joguei descalço, muitos clubes não me aceitaram, e eu continuei treinando na rua, em busca de um reconhecimento que eu sabia que chegaria. Pois bem, hoje sou bicampeão brasileiro 1×1, número 2 do mundo no campeonato Fightball, bicampeão de basquete 3×3 na Itália e campeão brasileiro de 4×4. Participei de uma turnê com os Harlem Globetrotters em onze cidades, como Barcelona, Milão e San Francisco, e já tenho viagem confirmada para o dia 23 de agosto. O basquete de rua está realizando meus sonhos. Falando um pouco da modalidade, em si, é considerado de rua todo basquete que não é federado. O basquete de rua não é obrigado a atender regras e normas convencionais da Federação, porém, está no 3×3 da FIBA e tem sua Federação própria, prêmios em dinheiro, regras e ranking mundial. A principal característica é a variação de jogo, que pode ser mostrada de diversas maneiras: 1×1, 2×2, 3×3, e por aí vai. A habilidade do jogador aparece mais e ocorrem várias jogadas de efeito, como dribles fenomenais e enterradas alucinantes. Com disciplina e dedicação, é possível formar um campeão nas quadras das ruas – disse esperançoso.
Leandro assumiu ser torcedor de berço do clube carioca, falou da experiência adquirida e se declarou.
– Jogar ao lado de lendas do basquete foi uma experiência que não sei descrever bem. Imagina um jovem de dezoito anos, que ao pisar pela primeira vez em um clube, se depara com Miguel Angelo, Olívia e Oscar? Não tem como falar nada. Simplesmente, não consigo. Só posso agradecer a eles. Sou Flamengo de berço e sempre vi o clube como extraordinário, tanto pela torcida, como pelos títulos. Nunca imaginei que poderia defender a camisa rubro-negra. Lembro que fui muito bem acolhido pelo André Guimarães e por Erly, Miguel e o Mineiro, que era o roupeiro. Todos me aceitaram e me tornaram um campeão. Eu não sou só Flamengo, eu era Flamengo antes de ir para Gávea e, depois de viver tudo que vivi, eu sou ainda mais. Sou fiel de coração, rubro-negro de alma, corpo e emoção. O sentimento que tenho pelo clube nunca vai morrer – admitiu.
No fim da entrevista, o ex-ala-pivô comentou sobre o momento que o basquete brasileiro atravessa e revelou suas próximas intenções.
– O basquete no Brasil está evoluindo muito, a presença dos brasileiros na NBA é a prova que nosso esporte engatou a marcha. Acho que falta incentivo dos governantes. Os jovens talentos precisam de estrutura. Vivo na Espanha há quatro anos e as oportunidades que tive aqui, não ia conseguir ter no meu país. Espero que isso mude e a política acompanhe o crescimento do esporte. Meu próximo objetivo é o Fightball, com prêmio de cem mil dólares para o campeão. O basquete de rua ainda não tem patrocínio e nós, jogadores, temos que trabalhar para pagar nossas inscrições e viagens. Se eu conquistar esse torneio, vou concretizar um objetivo maior, que é viver do basquete e ter o reconhecimento mundial – encerrou.
Fonte: Garrafão Rubro-Negro
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