Nem mesmo o sucesso num Brasileiro disputado majoritariamente fora de casa esconde a obsessão do Flamengo pela volta ao Maracanã. Por cada um de seus 50 pontos, o rubro-negro teve que viajar 1.006km em média, enquanto o Palmeiras percorreu 392,6km a cada ponto para chegar à liderança, com 51. O rubro-negro jogou longe do Rio 25 vezes, totalizando mais de 25.160km rodados. Já o Palmeiras saiu de São Paulo apenas 11 vezes, viajando cerca de 9.815km no total. Tem dado certo, mas o Flamengo não vê a hora de encerrar essa rotina.
Com o final dos Jogos Paralímpicos, o rubro-negro aumenta a carga para ter o estádio antes da liberação oficial, em 30 de outubro, prazo para o Comitê-Rio 2016 devolver o local para a concessionária que administra o Maracanã. Diplomático, o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, evita o confronto e acredita em uma solução até a 32ª rodada, em 23 de outubro, quando o rubro-negro recebe o Corinthians.
— Não vejo má vontade para que o Flamengo não jogue no Maracanã. Há interesse de todos — garantiu Bandeira ao GLOBO. — Acho plausível jogar lá contra o Corinthians.
O otimismo do dirigente não é compartilhado pelo presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Ontem, ele não garantiu que a entidade devolverá o Maracanã antes do prazo e não comentou as falhas no gramado por causa da realização das cerimônias do Rio-2016. Nuzman lamentou que seja difícil atender à demanda de Flamengo e Fluminense.
— A responsabilidade do Comitê Organizador é devolver o Maracanã como estava. E para fazer as quatro cerimônias que fizemos foram necessárias várias modificações, questão de luz, som, alta tecnologia que foi utilizada, fogos, tudo isso conectado com música. Nosso objetivo é fazer o maior esforço possível. Já tivemos o pedido feito pelos clubes. Mas o mais importante é entregar. Queremos poder atender aos clubes, mas garantir isso hoje é impossível — afirmou Nuzman, em entrevista coletiva.
As dificuldades parecem desanimar o presidente do Fluminense, Peter Siemsen. O tricolor é mandante no Fla-Flu de 12 de outubro, que dificilmente acontecerá na cidade.
— Queríamos muito fazer estes dois jogos (Fla-Flu e Fluminense x São Paulo, em 16/10) no Maracanã. Estamos tentando junto ao comitê organizador. Mas todas as informações que recebemos são de que será muito difícil. Há equipamentos de imenso valor que precisam ser retirados e adaptações que foram feitas para os Jogos — explicou Siemsen em entrevista à ESPN Brasil.
Presente na mesma entrevista em que estava Nuzman, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que irá costurar um acordo com o Botafogo para que o Flamengo jogue no Engenhão.
— O Engenhão passa hoje (ontem) para o Botafogo, que já está acompanhando a desmobilização. O estádio é uma concessão da Prefeitura feita em 2007, após os Jogos Pan-Americanos, ao Botafogo. Há um pleito do Flamengo, se o Maracanã não for possível, para jogar no Engenhão. Liguei pessoalmente para o presidente do Botafogo para que não crie obstáculo a essa possibilidade, afinal de contas o Flamengo está perto da liderança — ressaltou Paes.
BOTAFOGO DIZ NÃO TER SIDO PROCURADO
Procurado pela reportagem, Carlos Eduardo Pereira, presidente alvinegro, negou que tenha sido procurado pessoalmente por Paes. Botafogo e Flamengo não têm uma boa relação institucional, situação que foi agravada com a transferência de Willian Arão para o rubro-negro. O presidente do Botafogo deixou aberta a possibilidade de o alvinegro atuar em seu estádio ainda em 2016.
— É difícil comentar uma declaração do prefeito. Se ele se dispõe a fazer essa costura, vamos aguardar. Não tenho nenhum comentário a fazer sobre essa colocação. Não foi diretamente comigo — disse o dirigente.
A única vez em que o Flamengo atuou no Rio pelo Brasileiro foi justamente contra o Botafogo. Ainda assim, como visitante, na Ilha do Governador, no clássico de 16 de julho, que terminou empatado em 3 a 3. Ontem, Bandeira de Mello não se mostrou otimista com a possibilidade de um acordo para atuar no Engenhão.
— Vamos esperar o prefeito, mas não tenho muita esperança.
No Maracanã, o Rio-2016 precisa retirar da cobertura um grande sistema de iluminação, som e projeção, o que exigirá a presença de equipamentos pesados no gramado. Um palco de grandes dimensões ainda ocupa o lado Sul do campo. Segundo o Rio-2016, só depois disso, uma nova grama, já plantada em Saquarema, será trazida para o Rio e replantada no estádio. O gramado precisará de alguns dias sem uso para estar estar em condições de receber um jogo.
O comitê precisa ainda desmobilizar escritórios onde trabalharam mais de 500 funcionários. A área de imprensa tem de voltar a seu lugar original (na parte superior do lado Oeste), e as cadeiras cativas terão de ser devolvidas para seus lugares. Por causa de uma lei estadual, nenhuma partida no Maracanã pode acontecer sem que os donos de cativas possam assistir. Algumas áreas comuns e rampas de acesso foram fechadas para que a cenografia das cerimônias fosse armazenada, e precisam ser desbloqueadas. Por segurança, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE) não libera o estádio com entradas fechadas, restos de obras e estruturas metálicas ao alcance do torcedor.
Fonte: O Globo
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Tudo isso por falta de Planejamento lá atrás...fica nessa de Maracanã e deu mole. Claro que o botinha vai fazer de tudo para nos prejudicar. Revanchismo pelo caso Arão. Coisa de clubinho de quinta, mas é a realidade. O Fla poderia conversar com o Fluminense então e mandar alguns jogos em Edson Passos. Não me agrada, mas diante do exposto é melhor que ficar aturando esse time de merda ficar de cu doce com a gente. Bom, se o flor não ficar de merda por causa do Maracanã...Fla contra tudo e contra todos. E vamos ser campeões assim mesmo.