Quando a bola subiu, o peso dos últimos dias parecia encher o ginásio de São Januário de tensão. Todas as discussões da primeira partida e a indefinição sobre a data e o local do segundo confronto criaram um clima ainda mais nervoso para o duelo entre Vasco e Flamengo na noite desta quinta-feira. Depois de um início muito ruim, porém, o time da casa encontrou fôlego para se mostrar forte. Com as mãos certeiras e uma atuação incansável, Hélio ditou o ritmo da equipe à vitória por 104 a 98. O Cruz-Maltino, então, se mantém vivo e força o jogo 3 da final em busca do título do Campeonato Carioca.
O terceiro jogo segue indefinido. Há um problema de datas. Pelo regulamento, deve haver uma diferença de 48h entre os jogos, excluindo a chance de ser nesta sexta. O Flamengo, que tem o mando de quadra, quer levar o jogo para o ginásio do Tijuca, com portões abertos no sábado. O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE) afirmou não ter contingente para garantir a segurança, por conta da partida entre Botafogo e Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro de futebol. O Rubro-Negro ainda tenta a liberação, mas o mais provável é que a partida seja marcada para a próxima semana.
O JOGO
Quando a bola subiu, os dois times pareciam nervosos. Nezinho errou o passe para David Jackson, Marcelinho também falhou ao tocar para Olivinha. O Flamengo, porém, começou melhor. Marquinhos anotou os dois primeiros pontos. Pouco depois, Ramón conseguiu a cesta e sofreu a falta, convertendo o lance extra e abrindo 5 a 0 no placar. JP Batista ampliou com dois lances livres. Olivinha acertou a mão, marcou mais três pontos, e o Rubro-Negro fez a contagem chegar a 10 a 0.
Christiano Pereira, então, parou tudo. Deu uma sonora bronca em seus jogadores, mas seu time seguiu errando. Os donos da casa só foram sair do zero depois de quase cinco minutos de jogo, em infiltração de Hélio, que marcou, sofreu a falta e aproveitou o lance extra (12 a 5). Os dois times estouraram em faltas antes do zerar do cronômetro. Melhor para o Flamengo, que fechou o quarto com nove pontos de vantagem: 26 a 17.
Na volta à quadra, o Flamengo logo ampliou a vantagem para 13 pontos. Com Palacios, Drudi e Wagner em quadra, o Vasco tentava reagir, mas se perdia em erros. Àquela altura, Flamengo se mantinha à frente com boas atuações de Ramón, Olivinha e Marcelinho. Hélio, do outro lado, carregava o time da casa nas costas. Em uma bola de três, fez a diferença cair para sete pontos (30 a 23). Neto, então, pediu tempo.
O Vasco conseguiu encostar, mas seguia com problemas na marcação. Logo o time de São Januário estourou a contagem das faltas, a pouco mais de quatro minutos do zerar do cronômetro. Hélio, porém, estava inspirado. Com duas cestas de três seguidas, fez a diferença cair para apenas um ponto (34 a 33). O empate veio pouco depois, pelas mãos de David Jackson, que marcou, sofreu a falta e aproveitou o lance extra, marcando 36 a 36. O Flamengo cansou e abriu espaço para o Vasco. Em belo gancho de Gaúcho, o time da casa assumiu a dianteira pela primeira vez: 40 a 38. A vantagem foi mantida até o fim, e o Vasco foi com 47 a 44 para o intervalo.
Com o fôlego recuperado, o Flamengo foi para cima. Por duas vezes, o Vasco conseguiu abrir cinco pontos de diferença, mas o Rubro-Negro foi buscar. Hélio marcou de três, Marquinhos respondeu da mesma forma do outro lado (57 a 57). Marquinhos, melhor da equipe àquela altura, recolocou o Flamengo à frente no jogo.
A partida ficou nervosa. Marcelinho sofreu a falta de Hélio e reclamou. Houve um início de discussão, interrompido pelo árbitro, que deu um aviso final aos jogadores. A partida seguia equilibrada, porém. No fim, quando Marquinhos se preparava para voltar ao jogo, um gato passou pela quadra e arrancou gargalhadas dos jogadores. Foi o Vasco, porém, que sorriu no fim do quarto. Depois de falta de Mineiro, Fiorotto marcou no lance livre e levou o time em vantagem para o quarto final: 76 a 75.
O Vasco voltou melhor. Depois de uma cesta de três de David Jackson, abriu sete pontos de diferença (84 a 77). Marcelinho conseguiu diminuir da mesma forma no outro lado. Do lado de fora de São Januário, a torcida vascaína esquecia os portões fechados e se fazia ouvir de dentro do ginásio. O Flamengo chegou ao empate, mas o Vasco voltou a abrir quatro pontos de vantagem a pouco mais de três minutos do fim.
O jogo ganhou em velocidade. O Flamengo tentava tirar a diferença a todo o custo, enquanto o Vasco lutava para se manter à frente. Uma cesta de três de David Jackson fez a vantagem vascaína pular para cinco pontos a um minuto do fim. O Rubro-Negro tentou, mas não conseguiu impedir a queda. O Vasco se manteve vivo: 104 a 98.