Outro dia este que escreve ouviu o comentarista Alexandre Oliveira da ESPN Brasil analisando a situação do São Paulo no programa ”Bate Bola” da hora do almoço e concluindo que Ricardo Gomes deveria esquecer sua visão de futebol, não pensar em jogar bem e tentar ”arrumar um jeito de ganhar”.
Obviamente que o colega não sugeriu nada ilícito, mas o blogueiro aqui ficou imaginando, como o Bobby no seu Fantástico Mundo, o técnico do tricolor em uma espécie de videogame usando uma combinação de teclas, o velho ”macete”, para alterar o placar para 1 a 0 a favor do seu time. Sem jogar.
Porque para vencer tem que jogar. E quem joga bem normalmente está mais próximo da vitória. A menos que o adversário faça ainda melhor. O ”jogar bonito” é outra discussão, mais subjetiva. O que é belo para um pode ser chato e enfadonho para outro. A Espanha campeão do mundo em 2010 é um bom exemplo dessa dicotomia.
O debate não é novo. Por aqui se intensificou em 1994 depois da conquista do título mundial que a seleção de 1982 não conseguiu. O trauma da derrota na Espanha criou uma falácia de que só havia dois caminhos: jogar bem e perder ou jogar pelo resultado e levar a taça para casa.
Como se o time de Telê Santana abrisse mão dos dois pontos à época – e não sofresse o terceiro gol de Paolo Rossi no Sarriá com todos os jogadores postados na defesa – ou a seleção de Parreira não tivesse sido superior e com mais posse de bola que todos os adversários na disputa nos Estados Unidos.
Agora a polêmica volta com a disputa entre Palmeiras e Flamengo pela liderança do Brasileiro. Nos últimos jogos, um discurso em comum: ”o que importa é ganhar”. Não por acaso, o desempenho caiu. Contra América e Santa Cruz, os dois piores times da competição, vitórias construídas sem brilho. Na última rodada, sofrimento diante de Cruzeiro e Fluminense. O alviverde deixou dois pontos pelo caminho.
Cuca é uma pessoa ansiosa e passa isso para seus times, que quando estão vencendo ficam mais à vontade e praticam um futebol mais fluido. Mas até construir a vantagem normalmente apelam para o ”atalho” do abafa e das jogadas ensaiadas. Como para abreviar o sofrimento.
Legítimo, mas se demora a acontecer a tensão fica no ar. Contra o Cruzeiro de Mano Menezes na Fonte Luminosa o gol não saiu no primeiro tempo de domínio e a proposta de jogo degringolou na segunda etapa e Zé Roberto salvou o gol de Robinho.
Já o Fla de Zé Ricardo perdeu um pouco da paciência de quem prefere trocar passes e controlar a bola. Teve menos posse que o Fluminense em Volta Redonda porque tentou decidir mais rapidamente as jogadas. Venceu em duas falhas tricolores, mas podia ter cedido o empate se Sandro Meira Ricci tivesse validado o gol em impedimento de Henrique ou se Muralha não salvasse chance cristalina de Wellington Silva no final.
Porque jogar bem e jogar para vencer deveriam ser sinônimos. Mas o embate 1982 x 1994 não morre. Nem o título de 2002 conquistado com sete vitórias e um estilo competitivo com momentos de beleza foi capaz de arrefecer. Nem com o exemplo recente de Tite, que focou na melhora de desempenho da seleção e conseguiu as quatro vitórias nas Eliminatórias que passaram longe do time de Dunga, que priorizava resultado até em amistoso.
É claro que todo mundo deseja a vitória. Não fosse assim, o último confronto entre Pep Guardiola e José Mourinho não terminaria com o catalão, símbolo do jogo vistoso, enfiando cinco na última linha de defesa no Manchester City e o português, adepto do ”ônibus” protegendo sua meta, buscando o empate com um United cheio de atacantes. Algo circunstancial dentro de linhas de trabalho e pensamentos antagônicos.
O Cruzeiro de 2003, de Vanderlei Luxemburgo e Alex foi o melhor time da era dos pontos corridos no país. Dos 100 pontos e dos 102 gols em 46 partidas. Mas na reta final conquistou algumas vitórias sofridas, arrancadas meio à forceps. Quando o adversário joga a vida, o time que se destaca está mais que estudado e é preciso marcar um gol para depois administrar os três pontos. Normal. Mas deve ser exceção, não regra. Até porque o risco é maior.
Entre Palmeiras e Flamengo, separados por apenas um ponto, quem voltar a olhar para o campo e buscar melhorar o próprio jogo terá mais chances de terminar no topo. Porque ”arrumar um jeito de ganhar” é para os medíocres. Como o São Paulo de hoje, lutando para não cair. Como não podem ser os candidatos ao título mais importante do país cinco vezes campeão mundial.
Fonte: André Rocha | UOL
Flamengo venceu na reinauguração da Arena da Floresta neste domingo (24) Os crias do Ninho…
Rodolfo Landim deseja ter Calleri no Flamengo Rodolfo Landim vive as últimas semanas como presidente…
De La Cruz participou novamente do treinamento com grupo do Flamengo O elenco do Flamengo…
Publicação de De La Cruz tem piscina, churrasco e deboche O Flamengo deu sequência neste…
Mirassol conquistou pela primeira vez vaga na Série A A 38ª rodada do Campeonato Brasileiro…
Erick Flores fez parte do elenco do Flamengo campeão do Carioca e do Brasileirão em…
Ver comentários
O campeonato ruma para uma decisão nas ultimas rodadas, mas se tem alguém que tem tempo para trabalhar é o Flamengo então eu vejo mais como obrigação do Zé Ricardo elevar o nível de jogo só time. Ele me parece mais inteiro e consciente do que o cuca que a uma hora dessa já está rezando pra deus e o mundo e usando a mesma calcinha a meses pra não dar nada errado, além de não divulgar escalação, encharcar a área do goleiro adversário e outras faltas de vergonha na cara bem canalhas tipicas de um técnico que sentou em cima da sua única grande conquista e lá ficou por 3 anos.
Vamos Zé acreditamos muito em vc!
Kkkkkk concordo contigo. SRN