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Banco, esquecidos, times nanicos: a reviravolta dos goleiros do Brasileiro

A vida de goleiro, todos sabem, não é fácil. Como só há uma vaga, muitas vezes são anos de espera por uma oportunidade, e são raras as chances em que há tempo o suficiente para “roubar” a vaga no time titular. Além disso, uma pequena falha já pode decretar o fim, e a volta ao exílio no banco de reservas.

Na atual edição do Campeonato Brasileiro, porém, não são poucos os times que começam suas escalações com jogadores que passaram por momentos bastante complicados nos últimos anos. Confira:

Jaílson – Palmeiras
Aos 35 anos, Jaílson defendeu oito clubes antes de conseguir realizar o sonho de infância e ser goleiro do Palmeiras. Campinense, São José dos Campos, Ituano, duas passagens no Guaratinguetá, Juventude, Oeste e Ceará fora as camisas que defendeu antes de ser contratado em momento delicado da história do Palmeiras, que tentava escapar do rebaixamento em 2014.

Como era reserva do Ceará, muitos questionaram o pedido de Dorival Júnior, que via em Jaílson um substituto confiável para o contundido Fernando Prass. O titular, porém, recuperou-se ante de que ele fizesse sua estreia e o banco de reservas foi seu destino.

A contusão de Prass na preparação para os Jogos Olímpicos deixou a oportunidade nas mãos de Jaílson, que aproveitou. Foram 15 jogos no Brasileirão e apenas nove gols sofridos, uma média de 0,6 por partida.

Muralha – Flamengo
Há dois anos, Alex Muralha estava jogando a Série A2 do Campeonato Paulista, defendendo o Mirassol. Agora está junto com o grupo convocado para enfrentar a Argentina nas Eliminatórias para a Copa de 2016.

Depois de começar a carreira no Olé do Brasil, em 2009, o goleiro do Flamengo passou pelo Votoraty, Comercial, Oeste, Cuiabá, Shonan Bellmare, do Japão, e Mirassol, até chegar ao Figueirense, onde chamou atenção do Flamengo. As boas atuações em um dos concorrentes ao título chamaram a atenção de Tite, que já o convocou pela segunda vez.

Sidão – Botafogo
Depois de passar pelas categorias de base do Corinthians, Sidão rodou por diversos clubes do interior de São Paulo, além de Sampaio Corrêa, Luverdense e Icasa, mas sem grandes oportunidades. Depois de muito andar, ele chegou ao Audax em 2012 e participou da campanha que deu o acesso ao clube para a elite do futebol paulista.

Titular, porém, só passou a ser na oitava rodada do Paulistão de 2016, quando o então dono da posição, Felipe Alves, se contundiu. Passando segurança no gol e mostrando habilidade com os pés, foi um dos destaques do vice-campeonato no estadual, e seguiu para o Botafogo. Hoje, não deixa o torcedor carioca com saudades do ídolo Jefferson.

Walter – Corinthians
Antes de fazer sombra em Cássio, Walter rodou bastante por times menores. Seu currículo tem Rio Branco, Londrina, Caxias, Novo Hamburgo e Noroeste, até chamar atenção do Corinthians quando defendeu a União Barbarense no Paulistão de 2013.

No mesmo ano, teve a chance de ser herói na disputa de pênaltis contra o Grêmio pelo Copa do Brasil, não fosse Dida estar do outro lado e Alexandre Pato ter decidido dar uma cavadinha. Sempre aproveitando as oportunidades que surgiam em lesões de Cássio, ele conseguiu gerar uma dúvida na cabeça dos treinadores, e já é o favorito de muito torcedor.

Júlio César – Fluminense
Com a contusão de Diego Cavalieri, Júlio César assumiu a titularidade em setembro. De lá pra cá, foram 12 jogos e, apesar do Fluminense não viver um grande momento, suas atuações não vêm sendo questionadas.

Em 2005, depois de se destacar na Copa São Paulo jogando pelo Paraná, foi contratado pelo Botafogo. Com 20 anos, em 2007, virou titular do clube e foi do céu ao inferno. Na semifinal da Taça Rio, impediu o gol 1000 de Romário e defendeu uma cobrança na disputa de pênaltis. Porém, falhou feio na semifinal da Copa do Brasil, contra o Figueirense, e entrou na justiça para deixar o clube.

Antes de chegar no Fluminense em 2014, foram cinco anos na Europa. Depois de duas temporadas pelo Belenense, foi contratado pelo Benfica, mas teve poucas chances no clube, sendo emprestado ao Getafe e ao Granada, da Espanha, quando também jogou pouco. Antes de substituir o contundido Cavalieri neste ano, havia atuado apenas duas vezes no ano, ambas pela Florida Cup, na pré-temporada.

Aranha – Ponte Preta
Mário Lúcio Duarte Costa já é um nome conhecido do futebol brasileiro, se destacando com a própria Ponte Preta em 2008, e depois passando por Atlético Mineiro e defendendo o Santos por quatro anos, sendo campeão da Libertadores na reserva de Rafael.

Só que, em 2015, Aranha trocou o time da Baixada Santista pelo Palmeiras e, apesar de ficar todo o ano por lá, atuou em apenas uma partida. Neste ano, sua carreira parecia estar encerrada, passando o primeiro semestre sem clube para defender. Em junho assinou contrato com o Joniville, para disputar a Série B, mas jogou apenas quatro jogos antes de voltar a defender o clube que o formou.

Denis – São Paulo
No final de 2007, Denis perdeu a vaga de titular foi para a reserva de Aranha na Ponte Preta, clube que o revelou. Sem muitas oportunidades, deixou o clube campineiro no começo de 2009 indo para o São Paulo, para ser o reserva de Rogério Ceni.

Em sete anos, não foram muitas as oportunidades como titular, e eram nulas as chances de conseguir roubar a vaga de um dos maiores ídolos da história do clube, então não restava outra alternativa que não esperar pela aposentadoria do “Mito”.

Em 2016, Denis talvez seja o jogador mais observado no futebol brasileiro, enfrentando uma grande pressão por substituir Ceni. Após um começo de temporada com falhas e questionamentos, chegou à semifinal da Libertadores com o São Paulo e, apesar da má fase da equipe no Brasileiro, sofreu 32 gols em 33 jogos na competição nacional. Seu contrato já foi renovado até o final do próximo ano.

Rafael – Cruzeiro
Cria da base do Cruzeiro, Rafael está à disposição do time profissional do Cruzeiro desde 2008, mas foram muito raras suas oportunidades do time já que, neste período, Fábio tornou-se o atleta que mais vezes vestiu a camisa do clube, com 704 jogos.

Com o titular fora da temporada, recuperando-se de uma ruptura no ligamento cruzado do joelho direito, Rafael, que só tinha jogado 18 partidas em seis anos, já disputou 21 jogos, sendo 13 no Brasileiro, conseguindo até ficar uma sequência de cinco jogos sem sofrer um gol sequer.

Danilo Fernandes – Internacional
Revelado pelo Corinthians, Danilo Fernandes foi relacionado para o time profissional do clube pela primeira vez em 2009, mas só foi ter a primeira oportunidade em um jogo em 2011. Foram 25 jogos oficiais com a camisa do Corinthians em quatro temporadas, sendo preterido na disputa com Júlio Cesar, Cássio e Walter.

Em 2015 foi para o Sport e mostrou que tinha condições de ser um dos grandes goleiros do futebol brasileiro. Com uma média de 0,9 gols sofridos nas 36 partidas que fez pelo Brasileirão, chamou a atenção de diversos clubes, mas ficou no time pernambucano até o começo de maio, quando foi contratado pelo Internacional para substituir Alisson, vendido para a Roma.

Fonte: ESPN

Coluna do Flamengo

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