O Flamengo é o clube que mais tem crescido em gerenciamento em todo o Brasil. O nosso presidente, Eduardo Bandeira de Mello, brada aos quatro cantos de que o elenco do Flamengo vem melhorando ano após ano. É verdade. O Flamengo melhorou sua gestão financeira, o Flamengo melhorou sua gestão de marketing, melhorou nos esportes olímpicos, o basquete autossustentável. Ainda assim o Flamengo peca num assunto relativo ao futebol: os contratos.
Para avaliar como se dão as contratações no futebol do Flamengo, devemos observar algumas contratações. Um dos jogadores mais contestados do elenco atual é Gabriel. Gabriel chegou ao Flamengo em 2013 e está no clube desde então. Nunca foi emprestado. Vive de lampejos e passa momentos sem sequer ser relacionado. Às vezes nem vai para o banco, em outras oportunidades é titular. O salário de Gabriel gira em torno de 120 mil reais. O que quer dizer que ao fim do contrato, Gabriel terá custado próximo de 8 milhões ao clube. Mesmo tendo ficado fora de jogos durante vários períodos.
Outro caso emblemático é o de Lucas Mugni. O argentino foi contratado a peso de ouro do Colón para ser o novo Zico. Foi disputado a tapa com o Internacional, Santos, Atlético Paranaense e o Flamengo ganhou a disputa. O salário de Mugni é de 50 mil dólares. O que dá, no câmbio de hoje, 174 mil reais. O jogador já teve ótima proposta para ser vendido para as Arábias, já teve proposta de empréstimo para Vitória, América Mineiro, Atlético Paranaense, já esteve, inclusive, emprestado a um clube da Argentina. Brigou por lá por algum motivo que não ficou claro e voltou para o Flamengo. O jogador parece acomodado com a situação em que está. Infelizmente em seu contrato não existe nenhuma cláusula que o obrigue a ser produtivo. O jogador parece gostar do clima tropical do Rio de Janeiro, de seu apartamento na Barra da Tijuca, de fazer academia no Flamengo e desfrutar do plano de saúde grátis, pois quando se machuca é o departamento médico quem cuida. Seu contrato vai onerar o clube ao todo em 14,390 milhões*. Foi até difícil de escrever isto aqui.
Como a metodologia do futebol ficou perversa nos últimos tempos. Se o clube contrata o jogador por um período curto, talvez, se o jogador se valorizar, vem um clube de fora e o pega ao final do contrato sem que o clube lucre com isso, se o clube faz um contrato longo pode acontecer de não vingar e onerar os cofres do clube por um período enorme, se o clube faz um contrato em que o salário do jogador é muito baixo a multa fica muito fácil de ser paga em caso de valorização, se o clube faz um contrato com a multa alta o salário do jogador sobe demais. É o tal do “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, e para se proteger o clube acaba fazendo contratos mais longos por salários mais altos.
Ó e agora quem poderá nos defender?
Olhemos então para outros modelos de negócio feitos ao redor do globo e que muito têm dado certo em outros centros de futebol. Contrato de produtividade, no Brasil ficou conhecido de forma pejorativa e muitos o confundem com contrato de risco. Este é o tipo de contrato que se faz quando um jogador oferece algum perigo, como o caso de Adriano, por exemplo. O jogador ficava fora das partidas e onerava o clube com salário alto, quando da terceira passagem. O Flamengo, então, fez um contrato de risco com o jogador. Atenção. contrato de produtividade não é a mesma coisa que contrato de risco! Quando você não confia saúde do jogador, no histórico de problemas dentro e fora de campo e você se precavê de um prejuízo maior pelo que possa acontecer, este é um contrato de risco.
O contrato de produtividade, diferentemente, é um contrato que visa premiações por determinadas metas alcançadas. O jogador recebe premiação por gols, por artilharia, por assistências, por importância nos jogos, vitórias, campeonatos etc. Melhor ainda se for adicionado cláusulas do contrato de risco fazendo, assim, o jogador se cuidar. Para nós não interessa saber se Cirino vai para a balada. Alan Patrick, Everton e Paulinho podem ficar na noite carioca bebendo todas as cervejas que quiserem. Para nós interessa o resultado dentro de campo, o que o jogador faz na sua folga deve ser, de fato, livre. Mas ele tem que ter uma responsabilidade com o clube e nada melhor do que colocar em contrato a responsabilidade com o próprio bolso.
Vamos pegar o exemplo de Gabriel. O salário de Gabriel é 120 mil hoje, mas isso é um problema porque nós não queremos esse tipo de contrato no nosso futebol. Neste modelo de contrato, Gabriel não mais receberá 120 mil, mas 60 mil (que já é um valor maravilhoso devido ao futebol apresentado) se ele estiver disponível para 60% dos jogos do Flamengo naquele mês. Se por acaso ele estiver disponível para 80% jogos naquele mês, o salário aumenta a para 80 mil. 100%, 90 mil. Assistência soma 5 mil ao salário. Gol, 10. Isso faria o menino Jamal comer a bola. Vamos fazer uma conta simples. Gabriel disponível para todos os jogos faz num mês 3 gols e 3 assistências. O Salário do rapaz sobe para 145 mil, é mais do que ele recebe, mas os gols e assistências do jogador garantiriam duas, talvez três vitórias. Em contrapartida, caso Gabriel só estiver disponível para cinco partidas no mês, não fizer Gol, nem der assistência, seu salário vai ser apenas de 60 mil e outro jogador estará comendo a bola como louco para entrar em seu lugar. Claro que dizer apenas 60 mil parece idiota, mas atualmente nós pagamos 120.
Muitas coisas ainda precisam entrar em seu devido lugar. Por exemplo, pode gerar uma vaidade entre jogadores de ataque não tocarem mais a bola para dar assistência, questão de cartões amarelos etc. Mesmo assim vale muito a pena tentar.
E você? O que acha desta possibilidade? Vamos conversar a respeito? Comenta aí!
* Dados corrigidos as 23:44 após choque de realidade e correção do usuário João Vitor. Agradeço.
Obs.: Estamos aqui para somar, galera. Se errarmos podem nos corrigir que teremos prazer em acertar.
Anderson Alves, O otimista.
Twitter: @Andersonroch
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Discordo.É uma boa ideia, mas não daria certo aqui.
Digamos que no time A um jogador bom comece ganhando 100 mil reais de início num contrato de produtividade. Seu salário pode aumentar a partir de gols, assistências e desempenho em partidas que valem títulos.Caso contrário, o salário irá diminuir.
No time B, ele poderia ganhar 450 mil logo de cara, onde seu salário permaneceria estável, com baixo ou alto rendimento, até o fim de seu contrato.
A tendência seria esse jogador ir para o time B, onde o seu salário seria mais estável e bem menos volátil, mesmo com um desempenho ruim. Vide o caso do Gabriel.
Essa proposta de gerar incentivos ao atleta para ter um maior salário é legal, mas a maioria não segue essas ideias.Os clubes em sua totalidade não assinam esse tipo de contrato por aqui e jogadores no Brasil querem vida mansa.
Não adianta se propor um contrato assim sendo que a maioria dos clubes não o exercem (a não ser que se crie uma liga e em consenso eles decidam mudar tudo). Se só o Flamengo começasse a usar, perderíamos contratos ainda mais.
Mais, quem sabe, o Gabriel, o Caramujo ou o Mugni, Saiam, pra GANHAR mais ?
Só o Flamengo é trouxa de pagar o que eles recebem, infelizmente.
E se fazer gol contra, paga? o Samir ia tá devendo pro flamengo kkk
Mugni não ganha isso nem aqui e nem na china, Ele ganha 175 mil reais.
único jogador que joga no Brasil que recebe em dólares e o Lucas Barrios do Plameiras já saiu a reportagem sobre isso.
O cara confundiu o Mugni com o Messi, acontece, ambos são meias, argentinos, de iniciais LM. A diferença é que o Messi o flamengo não quis
Mancuello também pelo que sei.
Obrigado. Consertado os valores, ainda que não mude o fato de ele não onerar o clube. Sobre o salário, as últimas reportagens dão conta de 50 mil dólares. Tem em vários veículos, então preferi ficar com essas, o que dá quase isso aí mesmo. Valeu.
Essa do Mugni foi boa, kkkkkkkkk. Mugni custou 1 milhão de dólares e veio como aposta, nunca foi destaque na Argentina, veio porque era um jogador barato e primissor e quem o queria era o Atletico PR, nunca houve interesse de Cruzeiro, Inter, Santos, Real Madrid, Barcelona. Foi uma aposta que não deu certo, agora falar que veio como status de novo Zico, encheu aeroporto, foi disputado contra o Brasil inteiro foi forçar demais a barra.
Simples: Aprendam com os erros e acredite na base. O problema que esse pensamento é surreal se tratando da pressão que vai ser em cima desse treinador e dos seus escolhidos para 2017. A torcida com até surpreendente paciência está aguardando há mais 6 anos por um título de expressão (Copa do Brasil é o 2° maior título e isso é coisa para o Vice da Gama). Desde 2009 estamos aguardando um título de expressão é até agora nada. Os vacilos durante o fim deste brasileiro nos custou a perda, por enquanto, de mais um título de expressão. Para 2017 a paciência acabará, caso esse ano de 2016 se repita, não adianta ter austeridade nas finanças e futebol pífel com eliminações para times sem expressão. Em 2017 é título ou título.
A copa do Brasil não é título de expressão? Então de 1993 a 2008 não ganhamos nenhum título de expressão segundo você e nesse período foram 15 anos.
Você esquece que estamos no Brasil, onde times que são grandes não ganham títulos de "expressão"(nas suas contas) a décadas, Grêmio, Palmeiras e Vasco, não estou falando que temos que nos nivelar por baixo, mas que dentro de uma realidade estamos projetando estrutura e times para brigarem por títulos todos os anos, mesmo que não venha título em 2017 (acho bem difícil e espero que não aconteça) minha paciência nunca esgotará. É nessas horas que separamos os torcedores de verdade dos torcedores modinhas.
SRN
Isso mesmo, título de expressão para o Flamengo agora é Brasileiro, Libertadores e Mundial. A torcida tem que exigir os melhores títulos, se vier a copa do Brasil tudo bem, mas que os outros venham também para compensar esses anos de seca.SRN
Se vc acha isso, tudo bem, mas obrigação de ganhar ninguém tem...só de fazer boa campanha.
SRN
Entendo Élder, mas aqui é Flamengo não é Vasco. Abraço! SRN
Não entendo essa fixação pelo Mundial. Acho legal de zuar os outros, mas é um título que se joga contra Mazembe da vida e um forte Europeu de férias...
O grande problema é a competitividade, se você oferece um contrato de produtividade para o atleta que em caso de atuação boa ele ganhe bem e o outro clube oferece um contrato comum que ele ganhe um dinheiro fixo obviamente ele vai preferir o dinheiro fixo, se já está dificil contratar jogador nível A, imagine com esse contrato de produtividade.
Se o cara, pensa "pequeno, fique, onde está !!!
Só fala isso até perdemos a chance de contar com um atleta que vai brilhar em outro time.
Mas se ele se garante, vai poder receber mais. Para se ter uma noção, só em gols, Hernane teria abocanhado 350 em 2013. É muito dinheiro. Uma média de 30 mil por mês, fora o salário.
Acho que a galera já resumiu bem o que aconteceria se esse tipo de contrato fosse implementado. Não adianta mais hoje reclamar de salário de jogador, reclamar de custo de contratação. Claro que tem casos totalmente fora do comum, mas achar ruim o Gabriel receber seus cento e poucos mil reais em um mercado totalmente inflacionado não ajuda nem resolve nada. Isso não tem volta, quanto mais dinheiro os clubes ganham, mais caros ficam os jogadores, mais recordes financeiros são quebrados, assim que funciona, não dá para evitar.
Compreendo. E aqui não estou defendendo o clube pexinchar, é quase o inverso. O clube poderia aumentar a sua folha mensal, desde que o resultado fosse satisfatório.
Não acho interessante os termos propostos, pois acredito que tornaria a relação dos jogadores dentro de campo ruim. Por exemplo, vão haver mais fominhas tentando fazer gols à todo custo (quando um passe para o colega seria melhor), sem contar as inúmeras tentativas de passes para gol e ainda as brigas pela titularidade. Mas acredito que em um contrato de produtividade, o elenco inteiro deveria ser beneficiado em casos de vitórias e gols... &;-D
Os dois bônus podem ser contemplados e há que se desenvolver um mecanismo para prevenir os fominhas. Ainda outro dia, havia uma penalidade no Cruzeiro para jogadores que tomassem vermelho direto. Há de se criar aqui.
Esqueceu de citar que o Diego já tem esse contrato de produtividade, se não me engano Guerrero também.
Vdd amigo ??
Na ESPN há época da contratação do Diego a matéria dizia que dependendo da produção o salário dele aumentaria (cerca de 100.000 a mais)
É que não é bem o mesmo modelo. O salário dele aumenta com bônus de campeonatos e convocações para a seleção.
Senhores, base! A palavra, a ideologia, a perspectiva.. tudo gira em torno de uma coisa:
VALORIZAÇÃO DA BASE!
Espero que esse ano seja o ano da virada nesse quesito. Acredito muito nessa nova parceria que o Flamengo vai fazer. A da Exxos para mim, foi um sucesso.