Que um camisa 10, daqueles que ditam o ritmo do time, é artigo raro no futebol brasileiro, todo mundo sabe. Mas Flamengo e Botafogo, ao menos, têm do que se orgulhar. Diego (que na verdade veste o número 35) e Camilo são os maestros das equipes que se enfrentam neste sábado, no Maracanã. Contratados na última janela, os dois são protagonistas das arrancadas de seus clubes. Se hoje o Flamengo sonha com o título brasileiro e o Botafogo briga por uma vaga na Libertadores, os clubes devem muito a Diego e Camilo, respectivamente.
O que pouca gente lembra é que os dois poderiam estar com as camisas trocadas, no clássico deste sábado, no Maracanã. Há cinco anos Diego quase foi para o Botafogo, em negociação que teve as participações de Carlos Alberto Torres e até Beckenbauer. Camilo também já teve seu momento rubro-negro, aos 19 anos. Confira abaixo algumas curiosidades.
DIEGO E O BOTAFOGO
“Reforço de parar aeroporto”
Pouca gente lembra, mas Diego quase foi jogador do Botafogo. O meia foi a segunda tentativa do ex-presidente Maurício Assumpção de contratar um “reforço de parar aeroporto” – a primeira havia sido Ronaldinho Gaúcho – algo que foi concretizado dois anos depois, com Seedorf.
Flerte
Em abril de 2011, o Botafogo fez um projeto para contratar Diego. Na época, insatisfeito com a reserva no Wolfsburg, o brasileiro tinha interesse em deixar o futebol alemão. Ao lado de Carlos Alberto Torres, Maurício Assumpção embarcou para Alemanha com o desejo de trazer Diego na mala. Por intermédio do Capita, ele conheceu Franz Beckenbauer, que fez o meio de campo entre Botafogo e a Volkswagen, dona do clube alemão. Após algumas conversas, o salário, na casa de R$ 1 milhão mensais, foi acertado.
Frustração
Apesar da alta pedida salarial, o Botafogo conseguiu uma composição financeira para arcar com os salários de Diego. O grande empecilho foi o Wolfsburg. O clube alemão pediu alto para liberar o brasileiro, que tinha contrato até 2014. Maurício Assumpção pretendia oferecer à Volkswagen uma espécie de permuta: a montadora estamparia sua marca no Engenhão – podendo até dar nome ao estádio. O clube chegou a designar os então empresários e ex-zagueiros Alexandre Torres e Ricardo Rocha para irem à Alemanha negociar, mas o Wolfsburg não topou e encerrou o negócio. No mês seguinte, Diego foi emprestado ao Atlético de Madrid.
CAMILO E O FLAMENGO
Chegada à Gávea
Pouca gente sabe, mas Camilo teve passagem pelo seu adversário deste sábado. Em 2006, o meia, então com 19 anos, foi emprestado pelo RS Futebol ao Vasco. Após curto período, o gerente de futebol Isaías Tinoco o levou para treinar no Flamengo.
Curta estadia
Durante três meses, Camilo treinou na equipe sub-20 do Flamengo, na época comandada pelo ex-jogador Adílio. Na Gávea, o meia trabalhou ao lado de jogadores como Renato Augusto e Marcelo Lomba. O clube carioca tinha interesse em inscrevê-lo na Copa São Paulo de Juniores e fez uma oferta. No entanto, Paulo César Carpegiani – dono do RS Futebol – pediu alto, o negócio não avançou, e Camilo retornou ao Rio Grande do Sul.
Flerte
Curiosamente, o diretor do RS Futebol nessa época era Rodrigo Caetano, hoje profissional do Flamengo. O dirigente sempre gostou do futebol do meia. Recentemente, o Rubro-Negro consultou a situação do camisa 10 do Botafogo e cogitou a possibilidade de levá-lo para Gávea em 2017. A negociação, no entanto, é complexa. Camillo tem contrato com o Alvinegro até 2018, e a multa rescisória é de R$ 15 milhões. No fim do ano o valor cai para cerca de R$ 12 milhões. No momento, as conversas estão paradas, e a tendência é que o atleta renove com o Botafogo.
Fonte: GE
O Diego não era reserva no Wolfsburg, acabou emprestado ao Atlético de Madrid porque brigou com o técnico. O Flamengo também tentou trazê-lo nessa época se não me engano, o Zinho era o coordenador de futebol. Mas se o próprio clube, dono do passe, só aceitava vender pelo valor da multa (que era alta), não dá pra dizer que ele esteve realmente perto nem do Botafogo nem do Flamengo nesse período. Interesse é diferente de negócio avançado, que não se concretiza por detalhes. Assim como treinar por algumas semanas na Gávea, pelo menos pra mim, não significa que um jogador passou pelo Flamengo. Forçaram nessa.