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Do começo precoce à “vida boa” na Turquia: Mezenga, a ex-joia do Fla

O início de Bruno Mezenga nas categorias de base do Flamengo era promissor. Afinal, em 2004, o jovem tinha nada mais nada menos do que 38 gols em 33 jogos no Campeonato Carioca juvenil. A empolgação era tanta, que, em 2005, ele foi alçado ao elenco principal como uma espécie de solução em meio à escassez de atacantes no elenco que disputava o Brasileirão. Fez, então, a sua estreia com os surpreendentes 16 anos, mas, apesar da expectativa criada, jamais conseguiu corresponder. E hoje, aos 28, culpa a precipitação do Rubro-Negro por lançá-lo ao time de cima com aquela idade e num “momento difícil”

– Acredito que pelo momento que o Flamengo vivia, foi um pouco equivocada (a promoção). Mesmo vindo de uma grande fase na base, acho que eu ainda não possuía a maturidade necessária para encarar as dificuldades que um grande clube como o Flamengo enfrentava – disse o atacante ao GloboEsporte.com.

Sem engrenar na ocasião, Mezenga foi emprestado a algumas equipes, como Macaé e Fortaleza Retornou em 2009 e chegou a atuar na campanha que deu o título brasileiro ao Fla naquele ano. Deixou o clube em 2010 e, seis anos depois, encontra a estabilidade na carreira na Turquia. Já são cinco temporadas seguidas do atacante por lá. Atualmente, defende o seu terceiro time no futebol turco: o Eskisehirspor, da Segunda Divisão nacional – já havia passado pelo Oduspor, duas vezes, e Akhisar -, onde marcou três gols em 10 partidas até o momento.

– Já tem um pouco de turco no Mezenga. A Turquia já faz parte da minha história e tenho muito carinho por esse lugar. Adaptei-me muito bem ao país e sempre fui bem tratado por todos. Meu filho mais velho é turco de nascimento e minha família gosta muito de viver aqui. Temos amigos e pessoas muito queridas que nos ajudaram nesses anos, facilitando a nossa adaptação. Aqui temos uma qualidade de vida muito boa e vivemos de forma tranquila – contou.

Natural de Niterói, Bruno Mezenga chegou ao Flamengo após o convite de um antigo técnico da base do clube. Rapidamente, desandou a fazer gols e ganhou o status de joia na Gávea. Em 2005, recebeu a primeira oportunidade no time principal, dada pelo técnico Celso Roth na derrota por 1 a 0 para o São Caetano, pela quinta rodada do Brasileirão. Recebeu algumas outras chances durante a temporada, mas passou em branco em todas elas. Naquele mesmo ano, foi vice-campeão mundial sub-17 com a seleção brasileira no Peru ao lado de nomes como Renato Augusto e Anderson, por exemplo.

Em 2009, Bruno Mezenga viveu, talvez, o seu melhor momento com a camisa do Flamengo. Foi reserva imediata de Adriano na reta final do Campeonato Brasileiro. Na penúltima rodada, inclusive, substituiu o ausente Imperador na vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, que deu a liderança da competição ao time rubro-negro.

– Foi marcante pelo fato de estar substituindo um ídolo da torcida num momento muito importante do campeonato, onde o Flamengo precisava ganhar para continuar em primeiro lugar. Foi muito especial também porque tive todo apoio e confiança do grupo e do Andrade.

Após o título, seguiu no elenco do Flamengo para 2010 – ano que enfim fez o primeiro gol pelo clube. No entanto, sem grandes chances, foi emprestado ao Legia Varsóvia, da Polônia, e, logo em seguida, ao Estrela Vermelha, da Sérvia. Isso até 2011, até inciar a segunda passagem pelo Oduspor e retornar à Turquia, onde não pretende sair no momento.

Confira a entrevista completa com Bruno Mezenga:

Chegada ao Flamengo
– Foi através do meu treinador Jackson, que conhecia um dos técnicos da base do Flamengo, chamado Armênio. Eu jogava num time em Tanguá e, após realizar um teste, fiz alguns treinos e já pediram a minha documentação.

Subida aos profissionais, em 2005
– Foi uma experiência muito importante para mim. Eu estava no meio dos jogadores profissionais, podendo conviver e aprender um pouco mais com eles, além de estar realizando o grande sonho de todo menino que vem da base.

Na hora errada
– Acredito que pelo momento que o Flamengo vivia, foi um pouco equivocada (a promoção ao time principal, em 2005) . Mesmo vindo de uma grande fase na base, acho que eu ainda não possuía a maturidade necessária para encarar as dificuldades que um grande clube como o Flamengo enfrentava. Contudo, para a minha carreira acabou sendo válido em todos os aspectos.

Título brasileiro de 2009
– A principal recordação daquele título é o grupo que tínhamos e a atmosfera em que vivíamos. Era uma mistura muito boa de jogadores experientes com atletas mais jovens, comandados pelo Andrade, que era um treinador muito querido por todos.

Substituto de Adriano em rodada decisiva– – Foi marcante pelo fato de estar substituindo um ídolo da torcida num momento muito importante do campeonato, onde o Flamengo precisava ganhar para continuar em primeiro lugar. Foi muito especial também porque tive todo apoio e confiança do grupo e do Andrade.

Saída do Flamengo em 2010
– Tive uma sequência boa no início de 2010, durante o Carioca. Como era início de temporada, os jogadores que atuavam regularmente estavam voltando aos poucos, e o Andrade estava dando oportunidade para os atletas que completavam o elenco. Fiz gols e vinha jogando bem, mas depois que perdemos o título estadual, o Andrade saiu e não tive mais muitas chances.

Torcida pelo Fla?
– Acompanho os resultados e algumas notícias através da mídia. Não é muito fácil assistir as partidas por conta do fuso horário, já que aqui os jogos realizados no Brasil passam de madrugada.

Mezenga turco?
– Já tem um pouco de turco no Mezenga, sim. A Turquia já faz parte da minha história e tenho muito carinho por esse lugar. Adaptei-me muito bem ao país e sempre fui bem tratado por todos. Meu filho mais velho é turco de nascimento e minha família gosta muito de viver aqui. Temos amigos e pessoas muito queridas que nos ajudaram nesses anos, facilitando a nossa adaptação. Aqui temos uma qualidade de vida muito boa e vivemos de forma tranquila. Atualmente não penso em deixar a Turquia, mas, no futebol, por vezes surgem oportunidades que não podemos descartar.

“Sufocos” na Turquia
– Uma história engraçada foi em 2008, quando eu vim pela primeira vez para o Orduspor, da Turquia. Nunca havia jogado fora do Brasil e vinha tendo muito reconhecimento porque eu era o artilheiro da Segunda Divisão. Porém, o clube não tinha uma estrutura muito boa. Pelo meu contrato, eles teoricamente teriam que me dar um carro para eu ir aos treinos, mas isso não aconteceu. Além desse fato, fiquei sem receber por cinco meses. Como a cidade era pequena, e eu morava a uns dois quilômetros do clube, tive a criativa ideia de pegar emprestada a bicicleta do meu vizinho de 10 anos e ia treinar assim, debaixo de um belo frio do inverno turco. Era engraçado as pessoas me verem naquela situação, já que, como eu era o principal jogador do time, deviam presumir que eu teria um belo carro e os salários em dia (risos).

Fonte: Globo Esporte

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • Quem bom está se dando bem, mas achava ele é o Diego Maurício seriam jogadores de alto nível, via muito potencial dos dois. Tomara q o Baggio e o Nixon tenha um futuro melhor.

  • Ele falou certo, naquela época vários jogadores subiram equivocadamente pelo fato do time sem condições financeiras de trazer bons jogadores sempre colocava os garotos na fogueira.

    Perdemos vários, mas tenho certeza que daqui pra frente o Flamengo saberá aproveitar sua prata.

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