Debaixo de chuva e sobre o gramado molhado, a pior armadilha para o Flamengo no clássico deste sábado seria derrapar diante do Botafogo. Para não correr o risco hoje de ver o Palmeiras ampliar a vantagem para sete pontos, o rubro-negro precisava da vitória. O empate em 0 a 0 exibiu equilíbrio nas chances perdidas e no domínio de ambos em certos momentos e atrapalhou menos o alvinegro, que seguirá em quinto lugar ao fim desta rodada.
Em segundo, e após quatro jogos sem vencer, o Flamengo torce para o Internacional derrotar o Palmeiras hoje, mas está ameaçado pelo Santos, firme em seu encalço. Caso vença a Ponte Preta hoje pela manhã, o time de Dorival Júnior rouba a posição do rubro-negro. Em cenário mais nebuloso, até o Atlético-MG, adversário do Coritiba, pode superar o Flamengo se vencer, porque teria saldo melhor.
Com o fim do jogo veio o início da injeção de ânimo. As quase 50 mil pessoas presentes ao Maracanã aplaudiram os times. Cada torcida com uma motivação distinta. A alvinegra, mais tranquila, festejava a boa partida, enquanto os rubro-negros ditavam um tom de perseverança, rapidamente endossado pelos que saíam de campo.
— Mais uma vez, não era o que imaginávamos, mas faz parte. Jogamos contra uma equipe forte, que marcou bem. Mas faltam quatro jogos. Se, matematicamente, ainda tiver a possibilidade, vamos buscar até o final. É assim que funciona o Flamengo — disse Emerson, responsável por boas jogadas no segundo tempo, quando deixou o banco.
Enquanto Rafael Vaz lamentava os pontos e a vitória perdida, o alvinegro Camilo encontrava justiça no placar. As análises distintas no calor do apito final mostram bem o que o resultado significou na tabela para cada equipe.
— Acho que, no primeiro tempo, o Flamengo teve domínio maior. Mas, no segundo, conseguimos criar mais, ter mais posse de bola. Tivemos oportunidades, foi um jogo aberto. O empate foi justo — disse Camilo.
Equilíbrio marcante no primeiro tempo, com cinco finalizações para cada, só destoava na posse de bola de 67% para o Flamengo. Ao ditar o ritmo de jogo, o rubro-negro apresentava um Diego com o monopólio do meio-campo, servindo aos homens de frente, que não tiveram precisão. Enquanto isso, Aírton e Neílton apareciam bem pelo lado do Botafogo, visivelmente no aguardo de um erro do rival e ancorada em um consistente sistema defensivo. Aírton e Lindoso ameaçaram aos 19 e 20 minutos. Diego, do outro lado, aos 36, obrigou Sidão a defender.
PIMPÃO PERDE CARA A CARA
Na volta do intervalo, foi o goleiro rubro-negro que fez jus ao nome. Com menos de um minuto, Muralha espalmou um perigoso chute de Neílton no canto. Depois, foi a vez de Pimpão, de cabeça, assustar o goleiro rubro-negro, impreciso na saída.
O grito de gol, enfim, foi ouvido no Maracanã em cobrança de falta de Diego, aos 7. Mas a bola bateu na rede pelo lado de fora e iludiu a torcida.
A entrada de Emerson deu nova opção ao ataque rubro-negro. Ao receber de graça a bola dos pés do xará Emerson, ele arriscou de fora da área e, mais uma vez, a bola chegou a tocar a rede por fora antes de sair, aos 34.
Marcelo Cirino também saiu do banco. Ao se preparar para entrar, o jogador ouviu vaias. Na primeira chance, aos 37, recebeu ótimo cruzamento de Emerson e chutou por cima.
Pimpão também teria seus momentos de mira falha. Aos 44 e aos 47, ele poderia ter decidido o jogo, mas faltou precisão e tranquilidade para concluir.
Em um tarde nublada, o tempo fecharia ainda mais em campo após entrada de Emerson em Carli, que custou um cartão amarelo e a suspensão automáttica a Sheik.
FLAMENGO 0 X 0 BOTAFOGO
Flamengo: Alex Muralha, Pará, Réver, Vaz e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão (Leandro Damião) e Diego; Gabriel (Cirino), Fernandinho (Emerson) e Guerrero.
Botafogo: Sidão; Alemão, Emerson, Carli e Victor Luís (Gervasio Nuñez); Airton (Diogo Barbosa), Rodrigo Lindoso, Bruno Silva e Camilo; Neilton (Sassá) e Rodrigo Pimpão.
Juiz: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS).
Cartões amarelos: Réver, Airton, Victor Luís e Emerson.
Público pagante: 44.388 (49.382 presentes).
Renda: R$2.408.689,00.
Local: Maracanã.
Ver comentários
Se o Palmeiras ganhar amanhã, um abraço para o título.
Um time que briga pelo título não pode de maneira alguma ficar 4 jogos sem vencer como nós estamos.
Volto a insistir, o retorno do Sheik foi a ruína do Flamengo. Bastou esse zumbi voltar que o Flamengo mudou caiu demais de produção e parece estar se afundando mais. Sheik vascaíno faz mal para a equipe, eu tenho medo que a diretoria patética renove com esse senhor.