A suspensão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) de todas as competições internacional até janeiro acabou respingando nos clubes. Proibido de jogar a Liga das Américas junto com o Bauru, o Flamengo se posicionou de forma oficial, e os jogadores também se mostraram decepcionados com a situação, mantendo um consenso de que a principal entidade do basquete brasileiro precisava de mudanças.
Apesar de estar fora do principal torneio continental, o cenário ainda pode ser revertido, uma vez que os clubes e a Liga Nacional de Basquete tentarão buscar medidas para mudar a decisão da Federação Internacional de Basquete (FIBA). Mas, por ora, o Rubro-Negro não vai disputar o torneio. O treinador da equipe, José Neto, afirma que punição atinge o Flamengo, como em uma equipe. Quando um erra, todos saem derrotados.
– É triste, porque o basquete brasileiro como ele está hoje, como as equipes estão jogando, como estão investindo nos clubes. (Tendo) Uma liga forte e se mostrando em nível internacional também. A gente vai ter que pagar por um preço que talvez não fosse nós que teríamos que pagar. Mas fazemos parte do basquete brasileiro, e tem uma confederação a qual somos subordinados. É que nem uma equipe, quando um acaba errando, todo mundo paga. Infelizmente é assim. Mas a gente paga em um momento em que o Flamengo está fazendo um grande investimento, talvez um dos maiores do Brasil. Mas temos que acatar. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Lamentando a situação, o comandante do time rubro-negro não entende que as responsabilidades do Flamengo se alterem na temporada. Ou seja, ficar fora da competição internacional não aumenta a obrigação do time em vencer os outros torneios restantes, como o NBB e o Estadual, com final contra o Vasco prevista para o dia 6 de dezembro.
– O Flamengo não joga um campeonato pensando no outro. A gente não entra na partida pensando em outra coisa. Sempre tivemos a responsabilidade e um peso para ganhar os campeonatos que a gente está jogando, seja ele um Carioca, seja ele uma Liga das Américas, seja ele um NBB. É uma pena isso, mas estamos bem focados e preparados para aquilo que nós podemos fazer. Pensar naquilo que a gente não pode fazer mais é uma energia gasta desnecessária. A gente lamenta e espera que isso possa se reverter.
Capitão e participante de todas as nove edições do NBB, Marcelinho Machado é mais ríspido em sua avaliação sobre o cenário da CBB. Ele criticou a gestão e a forma de escolha dos dirigentes, mas crê que há uma solução para o basquete no país. Além disso, o ala é otimista em relação às chances do Flamengo em disputar o campeonato em janeiro.
– Acho que alguma coisa tinha que ser feita. A Confederação chegou em uma situação vergonhosa e esse momento precisa ser usado por todos no basquete para sair com uma solução. O sistema da eleição a gente sabe que é antigo, então muita coisa tem que mudar. Chegamos no mais baixo que se poderia chegar. A gente não vai trabalhar com hipóteses. Essa posição da FIBA ainda não é definitiva, vai ter uma reavaliação deles. Eu, como jogador, tenho uma expectativa positiva para que a comunidade do basquete possa vir com uma solução e ter um futuro melhor. E que (a FIBA) possa voltar atrás nessa decisão e a gente possa voltar a disputar Liga das Américas.
Após seu retorno às quadras, após quase um mês afastado, Fischer foi mais um a lamentar a punição. Ele diz que o planejamento do clube foi feito para o título internacional, mas que, mesmo sem a competição no calendário, a pressão por conquistas na temporada se mantém intacta.
– A Liga das Américas era o nosso plano. Foi montando o time, mantiveram a base para ganhar de novo o título da competição. Do NBB é sempre uma pressão por ter ganho os últimos quatro anos. Mas isso (a pressão) se mantém, mas não aumenta. A gente fica triste porque um projeto foi feito para a Liga das Américas. É um campeonato muito importante que pode nos levar ao Mundial, mas a pressão é a mesma.
Enquanto a decisão final não é anunciada, o Flamengo se prepara para pegar o Campo Mourão, fora de casa. O duelo será na próxima quinta às 20h15 (de Brasília).
*Estagiário, sob supervisão de Edu Santos
Fonte: GE