Salve, Salve, Nação Rubro-Negra!
Mais um campeonato e mais frustração. Antes do leitor pensar que eu acreditava que esse time pudesse ser campeão brasileiro, já me antecipo e deixo muito claro de que não achava. Perdi a esperança desde que fizemos 3 pontos em 12 possíveis na famosa “arrancada final”. Após sermos eliminados sumariamente dos campeonatos ao longo do ano por times inferiores, batendo recorde negativo de humilhações (vide Copa do Brasil e Sul-americana), os jogadores ainda colocaram o gosto do título na boca de muitos de nós. Durou pouco! Mas tudo bem. Somos Flamengo! Somos fortes! Gostamos de grandes emoções! O problema é que até os reveses são mais doloridos do que de costume.
Dito isso, lhes pergunto: ” – O que falta ao Flamengo?” e já lhes respondo: ” – Mentalidade campeã!”. Sim, falta mudarmos nossa mentalidade. Ao longo dos últimos vinte anos, o clube foi mudando sua forma, seu jeito no trato com os jogadores e com a torcida. O gigante dos anos 80 e 90 começou seu processo de apequenamento, arraigando uma mentalidade de time mediano (frutos da montagem equivocada de tantos elencos pouco talentosos). Óbvio que houve vários títulos durante esse tempo, mas nada foi programado de fato. Foram títulos muitas vezes ilusórios, que vieram mais na base da raça e no apoio da torcida do que por mérito do planejamento do departamento de futebol. Esses parcos triunfos faziam nossa torcida pensar que ainda éramos os protagonistas. Ledo engano, meus amigos.
Na segunda metade da década de 90 começa a derrocada de nosso querido clube com as dívidas acumulando-se devido a gestões improbas de presidentes parasitários e fisiológicos, os quais não nos trazem nenhuma saudade. Alguns enriqueceram às custas do Flamengo e outros cresceram bastante na conturbada política do clube fazendo uma oposição sórdida, onde até mesmo torciam contra o time para assumirem lugar ascendente no âmbito político rubro-negro.
Pois bem, chegou uma nova diretoria em 2013 e varreu exemplarmente o bando de imprestáveis promíscuos se seus asseclas que sugaram a gorda teta flamenga anos a fio. Hoje percebemos que a política do clube é mais salutar. Não temos mais notícias de desvios de verbas, vemos nosso CT saindo do papel e tornando-se realidade, vemos o elenco encorpando a cada ano e o trabalho sendo feito de forma correta no âmbito administrativo. Definitivamente conseguimos mudar nossa desgastada imagem de mau pagador, mantendo-se em dia com os débitos e tendo as contas saneadas, solidificando uma imagem de clube idôneo. Mas e o futebol?
Como sabemos, felizmente ele não é uma ciência exata. Houve acertos e erros no departamento mais importante do mais querido ao longo destes quatro anos presidido por Bandeira e seus Blue Caps. Preliminarmente vimos um time fraco, devido ao estrangulamento financeiro que uma política austera e saneadora nos trouxe. Paulatinamente fomos nos reforçando a cada ano. E em meados de 2015 e 2016 demos um salto de qualidade ao trazer Paolo Guerrero e, principalmente, Diego Ribas para integrarem o elenco. Mas precisamos mais do que jogadores. É necessária uma mudança de mentalidade, cortar as amarras da pequenez que apoderou-se do Mengão nas últimas duas décadas.
Como se faz isso? Simples, aprendendo com os erros! Os erros dos passado mais remoto e recente, fazendo com que evoluamos a cada dia. Manutenção de comissão técnica, qualificação do elenco, dispensa de jogadores pouco produtivos, assinatura de contratos mais benéficos e menos lesivos ao clube. Este são alguns pontos que devem ser levados em conta para que o time possa decolar. E já percebemos que boa parte disso já está ocorrendo, porém com algumas falhas de execução. Parte destes erros residem na falta de variação tática da equipe, que continua engessada na maneira de se portar em campo (perceberam como o time caiu e perdeu o meio de campo no jogo de ontem quando o Mancuello entrou, mesmo sendo acrescentado mais um jogador ao setor?). E ainda ressalto que jogadores de qualidade duvidosa e poucos comprometidos devem ser negociados, com a contratação de peças mais técnicas e de qualidade superior. Mas se fizermos isso ainda não bastará!
Falta a tal da mentalidade campeã! Querer ganhar! Não se contentar com a derrota! Achar que o trabalho está bem feito e contentar-se com isso (isso é princípio, não é fim). Esse conformismo de boa parte da torcida acaba por contagiar nossos atletas. Essa letargia exacerbada de boa parte da Nação vem na contramão do necessário ao perfil de time campeão. Nos acostumamos, por exemplo, a perder na casa dos times do sul do país como se fossem normais estes resultados. Não são! Precisamos mais sangue nos olhos. Mais vibração em campo. Mais doação de todos os jogadores. Mais tesão para conseguir as vitórias, assim como fazem os grandes europeus que igualam o jogo na vontade para que o individual mais técnico decida a seu favor. Isso é ser grande. Isso é ter mentalidade campeã. Impor-se desde o início do jogo, sufocando o adversário tentando “matar” o jogo logo de início para não sofrer adversidades desnecessárias. Respeitar o adversário é meter o máximo de gols possível (lembrem-se do fatídico 7 a 1!) e não ficar tocando bola de lado, sem objetividade. Dedicação total é quesito básico desde o início até o apito final. Essa postura é que faz um time campeão! Mas não vejo isso neste elenco atualmente, apesar de ter visto isso em algumas partidas ao longo do brasileirão 2016.
É isso meus amigos. Confesso que o texto é um desabafo consciente de mais um torcedor maltratado pelas circunstâncias futebolísticas rubro-negras. Análise séria e sincera pautada na ética e com total respeito aos profissionais do clube, os quais doam-se para que o Flamengo seja mais forte a cada dia. Pessoas estas que também sofreram com o resultado do empate de ontem à noite, tendo que lidar com várias frustrações ao longo destes quatro anos. apesar de tudo, todos somos Flamengo! Todos queremos, buscamos e trabalhamos pela evolução do clube. Mas devemos cobrá-la dos responsáveis com pulso firme, sem esmorecer! Acho que isso falta no trato do departamento de futebol com os atletas. A diretoria deveria traçar metas e estabelecer padrões de conduta ao contratar jogadores para nosso elenco (se é que isso já não é feito), primando pela excelência técnica e postura vencedora; jogadores raçudos mas que respeitem todos os adversários e que busquem incessantemente a evolução da forma e na maneira de se portarem campo, envergando o Manto Sagrado com honradez e dignidade de caráter. Fazendo isso e aliando essa política financeira responsável, tenho certeza absoluta de que levantaremos todas as taças que disputarmos num futuro bem próximo.
Saudações rubro-negras a todos!
O Flamengo simplesmente é!
Fabio Monken.
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Mas lembre-se: Somos todos Flamengo!
Firsto, logo existo.
Falta futebol, não tem nada a ver com mentalidade campeã. Vou falar de novo, Diego, Jorge, Muralha e os garotos da base, o resto do elenco não serve nem pra fazer sabão.
O que mais incomoda é a passavidade da diretoria, não vemos a menor cobrança a técnico e muito menos a jogadores, se ela existe internamente pelo visto não dá o minimo resultado.
O que o Mozer faz no Flamengo? Amigos?
Fora ma!!;
Pow falei exatamente isso em outra coluna: que além de um futebol bem jogado faltava mentalidade de campeão…
Nossos zagueiros sao refugos de outros times, nosso volante e bem fraco(Nao vejo o Cuellar tao melhor assim que ele), temos GABRIEL na ponta , repito GABRIEL. Como quer ser campeao assim? Faltou qualidade e tbm acho que no final do ano o time deu uma cansada por causa das viagens.