Se pelo lado profissional 2016 pode ser esquecido por Zico como treinador, pelo do coração, o maior ídolo da história rubro-negra terá boas recordações deste ano – principalmente pela estrutura montada pelo Flamengo. De volta ao Brasil após uma temporada ruim na Índia, em que o Goa FC terminou em último na liga nacional, o Galinho marcou presença no seu Centro de Treinamento, o CFZ, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, durante a apresentação do Boavista, na tarde desta segunda-feira, e fez um balanço da temporada como técnico e do Flamengo. Zico, inclusive, se mostrou emocionado com a realização de um sonho antigo: ver o Centro de Treinamento do clube enfim sendo finalizado.
– Eu vou estar lá (na inauguração do CT nesta terça-feira em homenagem aos 35 anos do título mundial conquistado em 1981). Fico muito feliz. Era o que estava faltando ao Flamengo, uma infraestrutura dessas, que é dada aos profissionais. Vai somar muito, não só para o profissional, como para todas as categorias de base. Era o que eu mais queria, ver o Flamengo com seu centro de treinamento. Vai ser muito bom para todos – disse.
Zico ainda foi realista ao falar da sua terceira temporada seguida no comando do FC Goa. Após ficar com o vice-campeonato em 2015, o Galinho sofreu neste ano com o time indiano, que terminou na última colocação da Super League. O ídolo rubro-negro listou uma série de problemas ocorridos por lá e criticou a nova direção do clube.
– Aconteceu uma troca de dois presidente, e o que entrou não sabia nada de futebol. Aí você tem um time que vai para a final e perde 12 jogadores, tem que modificar tudo. Fizeram algumas aquisições de maneira errada. As coisas não funcionaram bem. Mas, mesmo assim, com todas as adversidades, fomos prejudicados clamorosamente em três jogos. E esses pontos perdidos nos deixaram fora dos quatro primeiros. Mas que a temporada foi turbulenta, foi. Foi um aprendizado, principalmente para esses novos donos, que precisavam colocar gente que entenda de futebol – declarou o Galinho, em entrevista ao GloboEsporte.com que você confere na íntegra em texto abaixo e em vídeo acima.
Sonho realizado
– Eu vou estar lá (na inauguração do CT nesta terça-feira). Fico muito feliz por isso. Era o que estava faltando ao Flamengo, uma infraestrutura dessas, que é dada aos profissionais. Acho que o Flamengo, hoje, com essa nova direção desde 2012, tem essa política de austeridade, cumprindo as obrigações, deu uma levantada no clube em termos de credibilidade. Os jogadores se comunicam, falam entre eles. Qualquer jogador que é chamado, aceita, porque tem o respaldo, ainda mais com um local como esse centro de treinamento. Vai somar muito, não só para o profissional, como para todas as categorias de base. Então, o Flamengo está de parabéns. Era o que eu mais queria, ver o Flamengo com seu centro de treinamento. Isso vai ser muito bom para todos.
Objetivos do Flamengo
– Acho que alguns objetivos foram conquistados. O Flamengo não começou tão bem, mas o time engrenou e conseguiu brigar pelo título. Então, no Brasileiro, foi bom, mas o Flamengo é um time que a torcida exige alguma conquista, e esse ano foi um ano sem. Tem sempre que conquistar. Então, tem que ver os erros, procurar corrigi-los e ir em cima dos acertos. O Flamengo é um time que, em qualquer competição, tem que lutar pelo título. Ainda mais em ano de Libertadores, que a exigência acaba sendo muito maior.
Elogios a Zé Ricardo
– Foi uma aposta de sucesso, pela capacidade e conhecimento no próprio Flamengo. A gente viu a ascensão dele nas categorias, o que já tinha conquistado. Tinha capacidade de assumir no momento que o Flamengo estava precisando. O Flamengo fez bem, porque é um cara de ideias novas. Acho que foi um grande aprendizado para ele e ele provou a competência na competição.
Turbulência na Índia
– Não foi legal. Tivemos muitos problemas, porque, no ano passado, fomos para o jogo final. Deu um problema e, este ano, houve, uma troca em cima da competição. Enquanto os outros estavam com times completos, ainda estávamos sendo julgado pela ISL para ver ser se seríamos punidos ou não. Aí aconteceu uma troca de dois presidente, e o que entrou não sabia nada de futebol. Perdemos 12 jogadores. Aí você tem um time que vai para a final e perde 12 jogadores, tem que modificar tudo. Fizeram algumas aquisições de maneira errada, mas eu não tinha assinado contrato ainda, estava na dúvida se ia ou não. As coisas não funcionaram bem. Mas, mesmo assim, com todas as adversidades, fomos prejudicado clamorosamente em três jogos. E esses pontos perdidos nos deixaram fora dos quatro primeiros. Mas que a temporada foi turbulenta, foi. Foi um aprendizado, principalmente para esses novos donos, que precisavam colocar gente que entenda de futebol.
Futuro em aberto
– Por enquanto, eu volto para a televisão. Fico normalmente no primeiro semestre fazendo palestras também. Ano que vem vai ser um problema, porque, na Índia, a temporada vai ser em novembro, por causa do Mundial sub-17 em outubro. O calendário vai mudar. Não sei se vão entrar mais equipes, então não tem nada decidido.
Fonte: GE
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