A torcida do Flamengo que foi nesta quinta-feira à noite ao ginásio do Tijuca Tênis Clube para assistir ao jogo contra o Vitória pela temporada regular do Novo Basquete Brasil pôde comemorar em dobro. Além de acompanhar o triunfo da equipe comandada pelo técnico José Neto por 98 a 87, teve a oportunidade de rever um velho conhecido. Aproveitando suas férias no Rio de Janeiro, o pivô americano Jerome Meyinsse, que jogou no clube da Gávea por três temporadas, foi recebido de braços abertos. Pelo time carioca, ele foi três vezes campeão do NBB e do Estadual, venceu a Copa Intercontinental e a Liga das Américas, e se tornou o queridinho dos rubro-negros por seu jeito irreverente e carismático.
Demorou até que Meyinsse conseguisse ficar livre para falar com a imprensa após o confronto em quadra. Torcedores pararam para pedir fotos, autógrafos e abraços. Alguns perguntaram quando ele voltará ao Flamengo. Do outro lado da arquibancada, onde estavam membros de torcidas organizadas, o americano ouviu gritos como “Jerome é melhor que LeBron” e “Ôôô, Meyinsse vai voltar, Meyinsse vai voltar”. Mas vai mesmo? O próprio jogador não descarta a possibilidade de um retorno ao Rubro-Negro, mas afirma que o foco, no momento, é o San Lorenzo, da Argentina, com quem tem contrato até o fim da temporada.
– O contrato com o San Lorenzo é de um ano, vale até o fim dessa temporada, e não sei ainda se vamos renovar… É incrível que a torcida do Flamengo peça minha volta, eles não têm comparação. Bom, possibilidade tem para tudo. Quando chegar a hora, vamos conversar e ver o que acontece. A hora de negócios ainda não chegou. Até agora, só a torcida mesmo que está pedindo. Mas, é claro, vamos conversar (se tiver uma proposta). Agora meu foco é o San Lorenzo, porque ainda temos muito a disputar – comentou.
Questionado sobre quem é melhor, Brasil ou Argentina, Jerome se esquivou bem. Contudo, em seu novo país, falta uma iguaria que ele não dispensa, o açaí. Quando morou no Rio de Janeiro e defendeu o Flamengo, ele se apaixonou pela fruta. Nas redes sociais, fez questão de demonstrar esse amor diversas vezes. Ganhou o apelido de “Rei do Açaí” e até mesmo fundou uma torcida organizada, a FLAçaí.
– Os dois – Brasil e Argentina – têm seus lados bons, só vou falar isso (risos)… Lá não tem açaí, estou sentindo falta. Agora estou de férias para aproveitar, né? Fico até domingo. Já comi bastante açaí, mas falta muito ainda (risos) – brincou.
Para não se envolver em polêmica, Jerome também preferiu não falar sobre futebol. No sorteio para a próxima edição da Taça Libertadores da América, o Flamengo, seu ex-time, caiu no grupo do San Lorenzo, da Argentina, seu atual clube no basquete.
– Olha, me ligaram do San Lorenzo hoje para não falar disso, não comentar de futebol (risos).
Nas redes sociais, contudo, ele e Olivinha trocaram postagens e brincaram, e o americano deu a entender que vai torcer para o Rubro-Negro.
– O Jerome é uma pessoa fantástica. Ele era um dos caras mais engraçados do nosso grupo. Estava sempre brincando, feliz e alegre. A gente sente falta porque qualquer time que conte com o Jerome, quando ele sai, faz falta. E aqui não está sendo diferente. Isso faz parte e vida que segue. Felizmente ele conseguiu ir para Argentina em uma grande equipe. E ontem eu estava brincando com ele no Twitter, porque ele está jogando no San Lorenzo e teve o sorteio da Libertadores. E o Flamengo caiu no grupo do San Lorenzo. Aí eu perguntei para ele para quem ele ia torcer, ele respondeu. Estamos sempre trocando mensagem, temos nosso grupo da equipe da temporada passada. Então, é uma relação saudável que a gente tem, e realmente ele faz falta em qualquer grupo – contou Olivinha.
Perguntado sobre a possibilidade de ter Meyinsse de volta num futuro próximo em seu elenco, o técnico José Neto sabe que um negócio seria bastante complicado, até por conta do contrato vigente do americano e da oportunidade que ele terá de jogar mais uma Liga das Américas pelo time argentino. Mas o comandante não esconde que gostaria muito de trabalhar novamente com o “Grandão” em breve.
– Além da parte profissional, eu admiro demais a pessoa dele. Acho que qualquer clube gostaria de tê-lo no time, e conosco não seria diferente. Mas sei que ele está num bom momento, profissionalmente para ele foi bom ir para o San Lorenzo, é um time de camisa, e sei que agora ele terá a chance de jogar a Liga das Américas. Ele teve a chance de jogar na NBA e foi muito bem. Ele merece tudo que está acontecendo. Foi muito difícil perdê-lo, mas temos nossas limitações também. Por isso não ficamos com ele, não foi nossa vontade que ele saísse, mas a possibilidade dele era muito melhor do que tinha aqui, e ele avaliou profissionalmente. Espero que um dia possa ter a chance de trabalhar de novo com ele, seja onde for. Se for no Flamengo, melhor ainda – concluiu.
Fonte: GE
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