Gestor de 58 arenas pelo mundo, o grupo francês Lagardère foi o primeiro a se mostrar interessado na concessão do Maracanã quando a Odebrecht sinalizou que desistiria do estádio. Sua intenção de administrar a arena tem a concorrência do consórcio formado pela Amsterdam Arena, GL Events e CSM, em parceria com o Flamengo. Caberá à construtora e ao governo do Estado decidirem a questão.
Em uma entrevista ao blog, o CEO da Lagardère, Aymeric Magne, disse que pretende atrair o Flamengo para uma parceria, mas que o Maracanã é viável sem o clube. Afirmou que em seu modelo de negócios há um maior número de shows, sinalizou com a manutenção do contrato do Fluminense, e com um aproveitamento de toda a área do complexo para eventos e atividades.
Em relação aos clubes, promete um modelo inspirado no do Borussia Dormunt, cuja arena é administrada pela Lagardère. Segundo ele, o clube tem influência nas decisões sobre o estádio.
Magne não respondeu, nem deu detalhes sobre diversos pontos de seu modelo e proposta financeira, alegando confidencialidade no negócio. Argumenta que isso será conhecido após a negociação. Lembre-se que o Maracanã foi construído com dinheiro público. Mas o executivo francês garantiu que o grupo atenderá todas as condições da concessão, incluindo R$ 1,5 bilhão para manutenção, R$ 200 milhões em investimento e pagamento de outorga. Veja abaixo a entrevista:
Blog: Qual o modelo que o senhores pensam para a gestão do Maracanã?
Aymeric Magne: Temos 58 arenas pelo mundo, sendo 45 de futebol. Nossa visão é clara: o Maracanã é o maior palco, a melhor arena do mundo. Tem quatro times que podem jogar dentro. É um conteúdo muito forte sem igual no mundo. É o palco do futebol carioca. É um monumento internacional. Nossa ideia é ter um dia a dia, revitalizar o bairro com atividades diárias. Pretendemos receber shows e times internacionais. Depois da Olimpíada, temos que aproveitar o legado para o Rio. O motor será o Maracanã.
Blog: Os senhores já tiveram conversas com os clubes sobre como seria a participação deles?
Aymeric Magne: Tivemos discussões com times de futebol. Já existe um contrato do Fluminense com o operador. Em todas as nossas arenas nosso objetivo é gerir futebol. São 70 times de futebol pelo mundo que temos parceria. Cuidamos do marketing do Borussia Dortmund uma parte da Juventus, uma parte do Manchester City. A Arena é uma forma receita. O clube tem que participar da arena.
Blog: Então os senhores pretendem manter o contrato com o Fluminense como o feito com a Odebrecht?
Aymeric Magne: Tem um contrato vigente. Não posso entrar em mais detalhes.
Blog: O senhores pretendem negociar com o Flamengo alguma parceria? Como o senhores encaram as declarações do presidente do clube de que não jogará no Maracanã com a Lagardère? O estádio é viável sem o Flamengo?
Aymeric Magne: Como eu falei, sempre estamos querendo conteúdo para o estádio. O Flamengo é um dos grandes conteúdos, um dos maiores do Rio, um dos melhores se não o melhor time. Já temos modelos na Europa que podem ser aplicados no Brasil. Se não tiver o Flamengo, entendemos que o estádio é viável.
Blogs: Os senhores têm conversas com o Botafogo e o Vasco?
Aymeric Magne: Não posso falar sobre isso.
Blog: As informações que temos é de que teria de ser pago um valor entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões pela concessão do estádio. Dentro do sigilo da negociação, é possível revelar qual o valor?
Aymeric Magne: Como você disse, há o sigilo da negociação. Discutimos há um amo com a Odebrecht. Temos condições pré-definidas. É uma negociação de privado com privado. Depois, o governo tem que dar a anuência porque tem todas as condições para assumir o estádio por 30 anos. Quem assume o estádio por 30 anos tem que poder pagar R$ 1,5 bilhão em manutenção, R$ 200 milhões em investimento no Maracanã e no Maracanãzinho, e ainda tem a outorga para pagar. Se não for uma empresa séria, não vai pagar e quem vai ter que pagar é o governo e o povo. O estádio custou R$ 1,2 bilhão então é muito importante pagar a outorga de R$ 5,8 milhões por ano para reembolsar o valor que foi investido.
Blog: Mas a manutenção do Maracanã custa R$ 30 milhões por ano com as economias feitas pela Odebrecht. Vocês colocam como R$ 50 milhões…
Aymeric Magne: Queremos uma operação no nível do Maracanã. Tem que ser de alto nível. Tem que atender todo o tipo de público. Tudo tem que estar limpo e funcionamento bem.
Blogs: Esse investimento de R$ 200 milhões é o mesmo previsto no edital? Porque inicialmente eram cerca de R$ 500 milhões e depois havia uma renegociação para entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões. Em que será investido?
Aymeric Magne: Com o valor corrigido, está em R$ 200 milhões. Houve uma revisão do primeiro edital. Isso seria investido no Complexo do Maracanã. Ainda não posso dar detalhes.
Blog: A Odebrecht assumiu o estádio em 2013 e não conseguiu torná-lo rentável. Por que seria diferente com a Largadère? O que os senhores fariam de diferente?
Aymeric Magne: Porque temos uma experiência de 20 anos com estádios. Administramos o Castelão e o Independência. Pesquisamos bem o Maracanã. Esse é o nosso core bussiness (negócio principal): é operar estádio e não construção. Temos parceiros globais que podem viabilizar. Teremos mais shows. Queremos que o Maracanã se torne o maior palco internacional. No Castelão, fazemos 12 shows por ano, e 47 jogos de futebol. O Maracanã tem um potencial bem maior. Precisa ter uma operação comercial internacional. Se o Allianz Parque consegue receber oito ou dez shows por ano, não sei o número exato, o Maracanã pode fazer o mesmo. Para isso, temos que flexibilizar a operação. Assim pode ter evento para 70 mil no Maracanã e outros no Maracanãzinho.
Blog: Serão revistas as condições do contrato que impediam a construção de um centro comercial perto do estádio e tombavam o Parque Julio Delamare e o Célio de Barros?
Aymeric Magne: Não posso divulgar. O que posso falar é que o Maracanã é um complexo. Todas as atividades são possíveis no Maracanã, no Maracanãzinho e dentro da área da PPP.
Blog: Vou voltar ao assunto dos clubes. Uma restrição que o Flamengo faz é a exigência de ter maior influência nas decisões do estádio. Qual o modelo que os senhores pretendem oferecer para os clubes em relação à gestão do Maracanã?
Aymeric Magne: Não posso falar em relação aos clubes. Posso dizer que será um contrato bom para eles. Eu te pergunto: quem opera a Arena Dortmund? Somos nós, e você ouve falar da Lagardère? A parceria que temos com os clubes eles têm influência sobre as decisões. Todos os modelos que temos com os clubes são para dar bônus para eles e sem ônus.
Blog: A Lagardère opera dois estádios, Castelão e Independência. O senhor pode dizer se a operação deles é superávitária? Digo se a empresa ganha mais do que investe?
Aymeric Magne: Não posso divulgar números. Posso dizer que é bom para todas as partes. Os clubes estão felizes tanto no Independência quanto no Castelão.
Blog: Um questionamento que se faz em relação à Lagardère é a parceria com a BWA, empresa paulista. A BWA já teve passagem pelo Maracanã cuidando da bilheteria e houve muitos problemas com ingressos e acusações de evasões de renda. A BWA vai participar da parceria do Maracanã?
Aymeric Magne: Focamos no futuro e não no passado. Queremos fazer do Maracanã a melhor arena do mundo. Não sei o que aconteceu no passado. (A assessoria da Lagardère nega que a BWA faça parte do consórcio que tenta assumir o Maracanã)
Blog: Há uma perspectiva de quando vai se concluir a concorrência e a negociação em relação ao Maracanã?
Aymeric Magne: A nossa perspectiva era que fosse o mais rápido possível para podermos desenvolver o melhor para o produto. Mas, depois da negociação privada, ainda tem que passar pelo governo. São processos que vão acontecer. Estamos fazendo o trabalho. Os próximos passos estão com a Odebrecht e o governo.
Blog: Isso significa que a proposta dos senhores já foi formalizada?
Aymeric Magne: Não falei isso.
Blogs: O senhor alegou confidencialidade em alguns pontos. Se a Lagardère sair vencedora desse processo, os dados da concessão serão divulgados?
Aymeric Magne: O processo de negociação é sigiloso. Mas, quando concluído, todos os termos da PPP serão transparentes sem frescura. O que posso dizer é que vamos cumprir 100% das condições do edital, 100% da outorga. Essas informações são importantes. Todos os requisitos do governo serão cumpridos.
Fonte: Rodrigo Mattos
Vice presidente de futebol do Flamengo explicou por que o clube rubro-negro não aceita garantia…
Jogo do Flamengo hoje acontece a partir das 20h (horário de Brasília) Nesta terça-feira (26),…
Inteligência artificial deu palpite para jogo do Flamengo contra o Fortaleza, na 35ª rodada do…
Fortaleza utilizou as redes sociais para comunicar a decisão O Flamengo entra em campo nesta…
Mirassol conquistou pela primeira vez vaga na Série A A 38ª rodada do Campeonato Brasileiro…
Zagueiro Wallace Reis, de 36 anos, jogará no Londrina-PR Campeão da Copa do Brasil em…
Ver comentários
Lembra muito o projeto da Odebretch em 2013, mas o governo proibiu as construções no entorno do estádio, e o único modo deles ganharem dinheiro passou a ser explorar as receitas geradas pelos clubes mesmo.
O plano deles...
Transformar o Maraca em casa de show. ???
Vergonhoso...
Bom mesmo eles assumirem o maraca falido , eles que paguem a conta pelos desvios de dinheiro das obras , O FLAMENGO e grande o suficiente pra sobreviver sem , ano que vem a receita vai ser maior que a dívida do clube , tá na hr de fazer um estádio pra chamar de seu , com bandeira acredito q n vai aver desvios , e sairá um belo estádio por uma quantia baixar por padrões brasileiros....ForçaChape
Fico olhando os estadios da europa de mais de 60 mil lugares, se o fla conseguir montar um estadio de 66 mil (10% dos visitantes e sobra 60 mil garantidos para nação)
será o maximo, com tudo do jeito do mengão, e ai sim uma arena para chamar de sua........e que São Judas Tadeu continue nos ajudando......ForçaChape.
O Fluminense sempre roendo a corda e dificultando a vida do Flamengo. Ao invés de endurecer como o Fla fez, já saiu assinando.
Fla que pensa grande tem mais é que manter a posição de ser o gestor principal ou realmente pular fora e contruir estadio proprio.
Esse discursinho de que é viavel sem o Flamengo todos nós sabemos que é conversa pra boi dormir.
O Fluminense assinou em 2013 o contrato dele com a Odebrecht, válido por 35 anos e que por sinal é muito bom.
O que acontece é que se a concessão for passada ou vendida (sem licitação) o Fluminense mantém esse contrato. Se houver nova licitação (o que não deverá ocorrer) o contrato fica nulo.
O Flamengo assinou até o final de 2013, e depois por mais 3 anos que se encerram agora em 2016
No mesmo contrato,o flor tem o direito de rescindir sem pagar multa.
Interessante notar que eles gerenciam arenas no Brasil sem prestar ou informar o balanço financeiro do negócio. Em vista de tudo o que continua sendo revelado pela Operação Lava à Jato, o mínimo que deveria constar do Edital é a transparência.
Vai acabar virando mais uma caixa preta de negócios do Estado.
SRN
Alô ilha do governador, tamo junto!
Maracanã e viável sem o Flamengo sim. Ta certo! Não preciso ser CEO de nenhuma operadora pra identificar essas jogadas de mercado!
1- Vão entupir o Maraca com shows e eventos, acabar com o gramado que nem fazem no allianz.
2- O cara quer comparar a Arena Dortmund (campeonato alemão) onde o estádio ta cheio todo jogo com a realidade do futebol brasileiro.
3- Uma empresa que tem BWA e Ferj como parceiras na operação de jogos no estádio, não pode ser boa coisa. Além de possíveis "roubos" cresce o número de intermediários até que a grana chegue no Fla.
4- O custo estimado de manutenção deles é de 50 MI por ano ao invés dos 30 MI que ja torna o estádio caro. Segundo ele o estádio tem que ser de primeiro mundo. E quem voce acha que vai pagar essa porra toda?
Eles que façam bom proveito. Nós partiremos pro nosso estádio próprio.
"Temos 58 arenas pelo mundo, sendo 45 de futebol. "So sabem falar isso??os caras querem fazer o Maracanã uma casa de shows,estao pensando mais em quantos shows poderão fazer no ano do que nós clubes,foda-se se cuidam de arena do borrusia,juventos ou oque for vcs não se sustentarão sem a média de 31 mil torcedores do fla nesse estádio, enquanto a dos traídores flores não passa de 20 mil,como esse time e sujo tinha falado que não jogariam no estádio tbm,voltaram atrás na primeira migalha jogada,espero que o bandeira não abra mais diálogo com esses porcos,oque e difícil se pensar ne como o bandeira e ingênuo.
Tudo lindo, mas...gostaria de ver a CSM o que tem a propor...o fato é que tudo isso é para fazer pressão no Estado. Sentiram que tem concorrência. "Se não for uma empresa séria, não vai pagar e quem vai ter que pagar é o governo e o povo". CSM, o recado foi direto...e desde quando Empresário está preocupado com o povo. Tem que rir. E dizer que pode ser viável Maracanã sem o Flamengo, é no mínimo um desconhecimento da história o futebol. Quero ver de Camarote. Vai transformar o Maracanã numa casa de shows? É assim que quer que o Maracanã seja rentável? Tá "sero". QUERO VER NO FUTEBOL. Nesse contexto, que é o que importa, SEM O FLA É FERRO. Fato.