Entre os 20 clubes que disputaram o Brasileirão 2016, o Flamengo foi o time que menos perdeu atletas para o Departamento Médico durante o ano, segundo pesquisa feita pelo GloboEsporte.com. O levantamento apontou que, de janeiro a dezembro, 17 jogadores diferentes foram parar no DM do clube por 22 vezes. Em seguida, Fluminense e Ponte Preta fecham o Top 3 com 29 e 32 registros de atletas na parte médica dos clubes em 2016, respectivamente.
O chefe do Departamento Médico do Flamengo, Márcio Tannure, relatou que o sucesso do clube com as poucas lesões no ano foi fruto de um trabalho multidisciplinar, de todos os setores do futebol, comissão técnica e Departamento Médico.
– A fisioterapia faz um trabalho preventivo que soma para o trabalho da preparação física, e conseguimos fazer o controle de carga dos treinos, que é de suma importância a fim de que não façamos esforços nem para mais, nem para menos, e consigamos evitar lesões durante os treinamentos. Lógico que há as lesões traumáticas, que são inerentes a um esporte de contato como o futebol. E estas não têm relação com o controle de carga, não temos como prevenir, mas mesmo assim conseguimos diminuí-las por conta do nosso trabalho preventivo realizado desde a pré-temporada, com exercícios individualizados focados na qualidade e na correção dos movimentos de cada um.
Já o Furacão foi o time que mais sofreu com o veto clínico de jogadores durante a temporada. Em 68 oportunidades, o técnico teve que buscar alternativas para substituir os vetados do DM. Entramos em contato com a assessoria do Atlético-PR, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria.
Vale destacar que, para esta pesquisa, qualquer quadro clínico que tenha sido motivo de veto de algum jogador de alguma partida entrou no levantamento. Com isso, uma virose ou uma dor muscular em algum membro do corpo, que tenha impedido um jogador de atuar em uma partida, entrou como um dado para esta investigação.
Um caso surpreendente quanto aos outros motivos que vetaram atletas de partidas durante o ano foi sobre os casos de caxumba na temporada. Grêmio, Santa Cruz, Santos e São Paulo sofreram com o “surto” da doença durante o ano. Entre março e abril, o Grêmio teve que recuperar quatro atletas que pegaram o vírus da caxumba: Luan, Henrique Almeida, Ramiro e Pedro Geromel.
Outro fato curioso foi o único afastamento de jogador por problema no glúteo no ano. O veterano Grafite, do rebaixado Santa Cruz, sofreu um hematoma na região do glúteo em março e ficou afastado por cerca de dez dias.
Confira a lista completa dos locais das lesões por clube:
Outros: motivos de saúde não musculares que foram razão de veto de alguma partida, tais como: rose, gripe, amigdalite, caxumba, infecção urinária etc.
Nem todos os problemas musculares apresentados pelos jogadores durante o ano evoluíram para lesões constatadas por exame médico. No entanto, seguindo os critérios desta pesquisa, uma dor muscular na coxa e uma lesão constatada na coxa foram agrupadas.
O ex-médico da seleção brasileira e do Flamengo, José Luiz Runco, ressaltou a importância de um Centro de Reabilitação de atletas da melhor qualidade possível. Segundo avaliou, os clubes brasileiros já entenderam isso e têm buscado investir na estrutura de seus CTs (Centros de Treinamento).
– Um Departamento Médico dá uma sustentação muito grande para que um clube possa se desenvolver porque todas as competições hoje são longas. O Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e agora a própria Libertadores são longos. Então, se você não tiver um Departamento Médico, em que as pessoas dali saibam fazer, principalmente, prevenção (de lesões), você vai ter desgaste. É necessário também ter uma estrutura para oferecer um bom tratamento ao atleta.
A coxa é a parte do corpo com maior incidência de lesões entre os jogadores dos 20 clubes que disputaram a Série A neste ano, conforme apontou o levantamento do GloboEsporte.com. Das 824 lesões identificadas, 386 foram na coxa – o que representa quase metade do total de 2016: 46,84%. Em seguida, os problemas no joelho e no tornozelo foram os que mais causaram dor de cabeça aos técnicos e membros da equipe médica dos clubes. Os números podem ser conferidos nesta arte:
Outros 38 problemas clínicos foram registrados pela pesquisa, mas sem a identificação da parte do corpo em que ocorreram. Até o fechamento desta matéria, os clubes envolvidos não revelaram os locais onde tais problemas teriam ocorrido.
Dr. Runco explicou que o motivo de a coxa ser o músculo com mais lesões no futebol da elite brasileira é por este ser o mais exigido em uma partida de futebol.
– Os grupamentos musculares da coxa – principalmente a parte da posterior e do adutor – são muito exigidos na velocidade e no chute. Então, automaticamente, eles tendem a ter mais lesões – esclareceu o ex-médico da Seleção.
Runco ainda contou o porquê de o joelho e o tornozelo apresentarem um alto número de lesões. Um motivo é que ambos “sofrem” com movimentos rotacionais realizados durante o jogo de futebol.
– O joelho é a maior articulação do corpo humano e onde é feito o movimento de rotação. Se você olhar uma partida de futebol, você é obrigado a mudar de direção muito rápido. E hoje “o campo encurtou” porque o jogador tem que toda hora mudar de direção pela maneira que se tem de marcação, como marcação sob pressão. Então, ele (jogador) faz movimento de rotação e o joelho passa a ser uma articulação atingida porque ela faz parte do movimento rotacional. O tornozelo tem também por mecanismos rotacionais, com menor intensidade, e por impacto. O tornozelo toma muita pancada. A altura da bola no gramado é mais ou menos a altura do tornozelo e, com a disputa da bola, o jogador leva pancada. E depois incha, o atleta não consegue caminhar porque com o tornozelo inchado, ele não consegue fazer o movimento normal. Por isso, se encontra muita fratura também no tornozelo.
Quando questionado sobre o número de problemas no púbis – na região do quadril – e na lombar entre os jogadores, Runco respondeu que as duas regiões devem ser alvo de preocupação dos departamentos médicos dos clubes para prevenção destes tipos de lesões.
– A lesão no púbis ocorre em função de um desequilíbrio dos músculos abdominais e do músculo adutor. Há de se fazer um equilíbrio. Hoje, existe uma técnica chamada “Core”, que faz o equilíbrio da musculatura abdominal e adutora para tentar o reequilíbrio do púbis. Já as lesões na lombar se devem, muitas vezes, por conta dos saltos nas bolas aéreas. A bola aérea está presente no dia a dia do jogador. E no movimento da descida, o impacto vai direto na lombar.
As informações levantadas para esta pesquisa foram retiradas a partir de informações divulgadas nos sites oficiais de cada um dos 20 clubes que disputaram a Série A em 2016.
O recorte temporal da pesquisa foi desde 01 de janeiro de 2016 até a data da publicação desta matéria: 22 de dezembro de 2016. Todas as lesões sofridas pelos jogadores fora deste universo temporal não entraram na pesquisa.
O critério para inclusão de uma “lesão” no levantamento foi o jogador ter sido vetado de alguma partida pelo quadro clínico que apresentava. Isto é, a informação de que um jogador com uma gripe ou dor muscular no ombro tenha sido motivo de veto da partida seguinte do time, fez com que este dado fosse computado para este levantamento. Porém, um jogador que teve, por exemplo, um problema físico durante a semana, mas que tenha se recuperado para o jogo no fim de semana, fez com que este dado não fosse levado em consideração pela pesquisa.
Somente problemas que influenciaram na escalação da equipe foram computadas na pesquisa.
Fonte: GE
Alguém sabe do ederson? Ele iria volta no brasileirao e agora ninguém fala nada, ele seria um excelente reforço, estava bem até aquele carniceiro machucar ele, porém a lesão foi mais grave do que foi falado , pois esta desde julho machucado
A lesão era simples, porém com o Ederson nunca é simples, nem iria precisar de cirugia se fosse outro jogador porém era o Ederson…
Kkkkkkk engraçado seu comentário porém realista, gosto do futebol dele mas pro próximo ano é complicado continuar com ele.
Mas não foi pra fazer graça, o Ederson tem dificuldades físicas, qualquer lesão com ele demora mais.
Gosto do futebol de quem joga e definitivamente não é o caso dele.
Se foi pra fazer graça ou não, achei engraçado. E ele em condições já provou ser um bom jogador infelizmente as lesões encurtam muito sua carreira.
Tmj Felipe!
Ou seja: uma simples lesão agravada pelo “fator Éderson”… &;-D
Esse é um detalhe importantíssimo e que em geral é ignorado.
Mais que um CT que seja esteticamente agradável,confortável e que auxilie na logística, temos que pensar que temos equipamentos e conhecimento para chegar a esses resultados incríveis.
Isso dá uma média de 43,5 lesões por clube. Ou seja, além de sermos o clube com menos lesões, estamos muito abaixo da média, num ano em que o time foi o que mais viajou disparado, com menos tempo de recuperação e descanso, exposto a diferentes climas, gramados, dentre outros fatores.
Dessa forma, sempre que aparece na internet um comparativo entre os CTs dos clubes brasileiros, tentando achar o melhor, fico me perguntando: Qual seria a melhor forma de mensurar?
Óbvio que o torcedor quer uma fachada bonita, com um urubuzão monstro na portaria e um bandeirão, mas certamente equipamentos e metodologia fazem toda a diferença nesse cálculo.
E quanto a isso, amigos, podemos ficar tranquilos. Investimos milhões em equipamentos, mas também vejo o Flamengo buscando tecnologia em todos os níveis para melhorar a performance. Quem lembra da análise de suor, em parceria com a Gatorade, feita nos atletas para verificar o padrão de desidratação dos atletas e, consequentemente, hidratá-los com mais eficiência? E dos equipamentos que avaliam os problemas de marcha, de forma a “balancear” os jogadores para prevenir uma das maiores causas de lesão? E o pilates funcional, que reduz a carga e trabalha mais grupos musculares? O que falar então das análises de esforço, da previsão de lesões, da câmara hiperbárica, da exos……
Parabéns aos envolvidos, principalmente não fazer um discurso populista, com um CT arrumadinho mas sem o que realmente importa, mas realmente buscar a excelência.
Excelente comentário. Infelizmente ainda têm torcedores que criticam o trabalho do departamento médico do FLAMENGO.
Valeu irmão. Acho que as críticas são feitas sem muita reflexão. Sabe como é né? no calor do momento! hehe
Rapaz, que comentário hein …. pode ser colunista da coluna do Flamengo com certeza!
Opa. Valeu. Quem sabe um dia eu mando um texto para ver se eles aprovam!