Não assistiu? Leia na íntegra o bate-papo com Daniel Orlean, VP de Marketing do Flamengo

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Em mais do que uma entrevista, numa conversa descontraída, nosso Vice-Presidente de Marketing, Daniel Orlean, fala com exclusividade ao Coluna do Flamengo a respeito de novidades para 2017 sobre patrocínio, estádio da Ilha do Governador, Arena multiuso, naming rights, programa Sócio-Torcedor e claro, o elenco de futebol.

Nosso apresentador fez uma série de perguntas, tentar esclarecer ao máximo o que acontece nos bastidores do Flamengo. Confira na íntegra!

Orlean,  o que é estar na frente do principal Clube do Brasil, da marca mais valiosa, sendo VP de Marketing?

R: Eu não estou nem na frente, nem atrás. Estou junto. E isso é o que move todo mundo que dedica sua vida ao Flamengo, que dedica seus dias e suas horas… Que faz do Flamengo ser parte da sua vida.

Quem é Daniel Orlean?

R: Eu sou empreendedor antes de qualquer coisa. Eu trabalhei durante 15 anos, fundei uma empresa no início dos anos 2000 e completei o ciclo dela quando vendi. Após a venda entrei num período sabático e experimentei novas coisas: fiz curso de cinema, fiz uma peça de teatro, tentei aprender a surfar… A 4 meses fui convidado a fazer parte desse concelho sendo vice diretor de marketing. Já deu pra fazer muito coisa mas aprendi que dá pra fazer muito mais.

Orlean, explica para gente o Sócio Torcedor do Flamengo. 

R: Para mim um dos melhores programas que a gente tem no mercado hoje, mas ele está muito aquém do ideal. Não só no ponto de vista dos benefícios, mas de poder avançar cada vez mais na torcida, poder contar com mais perfis. Hoje a gente tem um programa que é voltado totalmente para benefício de ingressos, de descontos, experiências que estão a anos-luz na frente de qualquer outro clube no Brasil. O programa do Flamengo foi o que mais ativou experiência para os sócios, foram mais de 8 mil sócios beneficiados. Seja de match day, encontro com ídolos, participar de algum jogo com seus ídolos ou outros atletas. Nós criamos um grupo para olhar o programa sócio torcedor e fazer dele o melhor do Brasil, porque a melhor torcida a gente já tem. 

Quais benefícios a mais um torcedor Off-Rio pode ter?

R: Hoje um terço dos nossos associados estão fora do estado do Rio. Mais um terço está fora da cidade do Rio. Ou seja, dois terços dos associados estão longe de onde vão acontecer os jogos. A primeira coisa que vamos trabalhar, é intensificar a nossa grade de programação e de conteúdo, vamos fazer com que esses sócios torcedores tenham acessos quase que inesgotáveis. Treino, chegada de um ídolo, informações, entrevistas, visita ao CT, visita virtual ao CT… Tudo isso faz parte do que a gente pode oferecer ao torcedor que está fora (do Rio). Se eu não conseguir criar uma rede de descontos, vou me dar como falho. Preciso oferecer para meu sócio torcedor que está no nordeste, que está no norte, no centro-oeste, no sul, eu preciso oferecer para ele um benefício diferente daquele que está aqui na cidade do Rio de Janeiro.

Preços estão incluídos neste novo modelo de sócio torcedor? Há um projeto de algum plano ter um custo mais acessível? 

R: Nós temos que fazer isso com muito cuidado. O programa Sócio Torcedor é muito importante para o orçamento do Flamengo. Nós não podemos correr o risco de por um sócio torcedor mais barato e a torcida não perceber a diferença de um pro outro. Eu quero trazer outros benefícios que sejam mais baratos, outro programa para aquele torcedor que pode pagar R$ 9,90, R$ 14,90, para que esse torcedor também tenha a ”experiência Flamengo”. Hoje não há um planejamento para que baixe o valor do sócio torcedor. Vamos lançar outras formas de um torcedor consumir Flamengo e ajudar o Flamengo. O objetivo é a gente analisar e fazer como um marketing. Vamos trabalhar com números, dados, informações, pesquisas, interação, experiências com o cliente. 

Orlean, fale um pouco sobre os patrocínios.

R: Nestes meses que eu tenho trabalhado com a marca Flamengo, com o poder da máquina de mídia Flamengo, percebi que isso é muito além do que eu imaginava. Quando você chega numa empresa hoje e fala da gestão, fala da preocupação do Flamengo com a governança, austeridade e de fazer as coisas da maneira certa, a gente enxerga que a primeira escolha das empresas que envolvem esporte é o Flamengo. Além disso, o Flamengo está sendo reconhecido como o Clube que as empresas buscam. Não estamos oferecendo só mídia, estamos oferecendo uma maneira das marcas crescerem juntas, a gente se posiciona como parceiro estratégico das marcas. Então não é só ser a maior torcida do mundo, ser o mais querido do Brasil… Isso tudo é muito importante, mas o o mais importante é do lado de cá terem pessoas que pensam com a cabeça de quem está do lado de lá, poder sentar na mesma mesa e conversar sobre o futuro da marca patrocinadora. Um patrocinador do Flamengo não quer só mídia, não quer só camisa, ele quer muito além. Hoje somos capazes de oferecer isso. 

Quais são as novidades sobre os patrocínios?

R: Temos contrato vencendo de 2016 para 2017 e temos contratos que perduram até 2018, como é o caso da MRV. Temos negociações em aberto não só com os atuais, mas com outras empresas também.

Pode adiantar nomes de alguns patrocínios?

R: Não podemos adiantar porque não está assinado, mas posso adiantar que as negociações estão sendo bastantes proveitosas. Eu acho que o torcedor vai ficar bastante feliz num espaço de tempo bem curto.

O que o marketing pensa em relação a arrecadação além da camisa?

R: Hoje a gente já conta com parceiro que não estão na camisa e que já são fontes de receita. Que estão na camisa de treino, no CT, que nos ofereceram produtos e serviços para gente construir o CT, empresas que estão sendo reconhecidas pelo meio das nossas redes sociais, canal de comunicação, estádio, redes sociais. O Flamengo conta com uma propriedade de marketing muito maior do que a camisa. O Flamengo vai muito além da sua camisa.

Daniel, conta pra gente um pouco sobre o estádio.

R: Neste caso a gente tem que ter bastante responsabilidade. É um grande ativo de marketing. Foi um ponto super positivo a concessão da Arena. São 3 anos e outros 3 anos renováveis. Estamos pensando em tudo, desde cor à naming rights.

Existe a ideia de popularização do Maracanã?

R: Eu não posso adiantar nada que tenha sido aprovado pelo clube. Existem ideias e projetos sendo discutidos e aprovados, trabalhados pelas instâncias responsáveis. O Flamengo vai sempre trabalhar com a legislação, com a segurança do seu torcedor. A gente quer do Pop ao Top. A gente que tenha o Maracanã +, mas queremos um setor onde as pessoas que seguiram na nossa trajetória de todas essas décadas também possam estarem lá pra ver o Flamengo ganhar e ser campeão. Todo nosso trabalho vai ser na medida de equilibrar receitas com despesas trazendo uma boa receita de bilheteria que já foi aprovado em nosso orçamento, alcançando a nossa meta e poder dar espaços à todos esses consumos. 

O que vocês esperam da Arena da Ilha?

R: Infelizmente nós sabemos que trabalharemos com escassez. Todo nosso programa de sócio torcedor vai fazer uma diferença. A gente vai seguir o modelo de prioridades. 

Qual a expectativa da vinda desses (talvez) dois estádios? Que impacto isso vai ter no programa Sócio Torcedor? 

R: O programa ST não pode depender de estádio e desempenho esportivo. Ele tem que ser bom por si só. Claro que essas duas concessões influenciam na adesão. A gente teve uma subida muito bacana no final do ano tanto pelo futebol apresentado, quanto pelas melhorias apresentadas ao torcedor. Nós acreditamos que tendo esses estádios o programa vai ter mais um impulso mas não vamos só nos basear neles. Vamos trabalhar na melhoria do programa, contando sim que os estádios darão um impulso adicional.

Foi cogitado algum benefício de Sócio Torcedor para quem mora fora do Brasil?

R: A gente tem que trabalhar no Flamengo com três dimensões: curto, médio e longo prazo. É apenas consenso com todos os VPs, todos do marketing. O Flamengo precisa internacionalizar. Precisamos ir muito além das fronteiras do Brasil. Todos os grandes clubes do mundo estão se internacionalizando. Tanto na Europa quanto na China. Precisamos aproveitar essa intensidade que o apaixonado pelo futebol tem. Vamos ocupar nosso espaço no mundo. Estados Unidos, na Europa, na Ásia, todos esses lugares onde a marca Flamengo tem que estar e que também vai permitir que a gente cresça, que saia da liderança brasileira e tenha 60 milhões, 100 milhões de torcedores no mundo todo. A Adidas tem embarcado nas nossas ideias e nas nossas loucuras e tem nos ajudado a crescer bastante. O próximo passo é essa internacionalização mas antes disso vamos fazer alguns ajustes para chegar lá.

Nos conte sobre a Arena Multiuso.

R: Estou bastante orgulhoso com essa conquista. Ela vem de vários anos dos VPs que trabalharam nisso. Antes de tudo eu quero dizer que ainda é um pouco cedo para falar de como o marketing vai trabalhar em cima da Arena. É um lugar esportiva de última geração. Com certeza iremos trabalhar como grandes arenas no mundo tem trabalhado. Do naming rights à experiências que acontecem dentro dela. Tudo isso vai fazer parte da nossa rede de propriedades de marketing.

O que vocês fez na sua viajem para China?

R: Primeiro eu quero esclarecer que eu fui pra China como empreendedor. Como Daniel Orlean e não como VP de Marketing do Flamengo. Experimentar uma cultura como a China é fantástico e traz novas ideias. Não fui negociar jogador porque não é minha missão. Fui conhecer tecnologias.

Chegou a tomar café com o Conca lá na China?

R: Não. Eu fiquei bem perto, fui pra Xangai mas não tive contato com ninguém de lá. Muito aprendizado na China, mas nenhum jogador, nenhum patrocínio, nenhum parceiro para estádio. Foi para aprender e trazer nosso aprendizado pra cá.

Elenco influência no marketing?

R: Claro. O elenco que a gente tem hoje está dando prova disso. Temos um elenco fantástico no ponto de vista de envolvimento nas ações de marketing. 

Há algum tipo de consulta do departamento de futebol ao departamento de marketing na hora de contratar jogadores?

R: A gente respeita muito a autonomia do departamento de futebol. Todos os selecionados, foram escolhidos por causa da sua inteligência no assunto. O departamento de futebol é totalmente autônomo neste sentido. Toda vez que o marketing tentou influenciar no elenco, isso não foi bem sucedido.

O Diego joga com a camisa 10 para ajudar no marketing?

R: Não estamos trabalhando com isso. Quem decide é o departamento de futebol. Caso eles queiram, nós iremos trabalhar em cima disso.

Quais são as expectativas para 2017? O que podemos falar para o torcedor?

R: É um ano que vamos entrar com muita garra, com muita vontade, muito amor, muita paixão, tanto no marketing quanto no futebol. A gente espera ter excelentes resultados no campo, excelentes resultados fora de campo. Acreditamos que a gestão continuará trabalhando da maneira correta, então eu, como torcedor, estou animado. Espero que todos os torcedores também estejam animados. E como VP eu vou trabalhar muito para que possamos trazer, para o time e para o clube, tudo aquilo que possa transformar em resultados.


Confira toda a matéria, em forma de vídeo, no canal TV Coluna do Flamengo. Basta clicar aqui!

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  • Cara, esse Daniel Orlean é gente boa demais! Entrei em contato com ele
    pra falar humildemente sobre ideias que tive visando o crescimento do
    marketing do clube através de filmes publicitários, e ele foi super
    receptivo. Desejo boa sorte pra esse grande profissional! SRN!

  • Maravilha, obrigado por transcrever, li muito mais rápido do que se tivesse que assistir.

    • Somos dois kkk

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