Primeiro você me azucrina, Flamengo. Me entorta a cabeça. Me bota na boca um gosto amargo de fel.Depois vem chorando desculpas, assim meio pedindo, querendo ganhar um bocado de mel. E EU DOU. Isso resume bem o que VIVI com o Flamengo em 2016. Me sinto menos abandonada nesse mundo quando estou ao lado de um rubro-negro no meio da torcida do Flamengo. Descobri na arquibancada que não somos só uma nação, mas torcedores com um motivo para amar o Flamengo todos os dias das nossas vidas e fazer desse amor um ato de eternidade. Flamengo até morrer eu e meus 11 leitores…somos. Por isso esse ano foi tão especial, mesmo diante das eliminações vexatórias, do cheirinho que sufocou um time ainda despreparado para um título tão importante como o HEPTA que ainda virá, de um não-planejamento no departamento do futebol que estourou meu cartão de crédito. É Flamengo, não vê que eu me rasgo, engasgo, engulo, reflito e estendo a mão?
Eu queria escrever sobre esse nosso ano. Sobre os jogos que viramos. Sobre aqueles que entregamos. Queria escrever sobre a política do “estamos no caminho certo”, a filosofia do “daqui há alguns anos seremos uma potência”, ou ainda, “não ganhamos nada, mas, fizemos um bom campeonato” [me abracem] mas aí 2016 derrubou um avião e devastou um clube, uma cidade, um país, meu coração. Eu que tantas viagens fiz esse ano “na conta” da Vice-Presidência de Futebol, lembrei que minhas urgências por títulos, vitórias e conquistas em relação ao Flamengo tem SIM muita razão de ser, afinal: Será que é tempo que falta para perceber? Será que temos esse tempo para perder? E quem quer saber? A vida é tão rara. Tão rara. A torcida da Chapecoense, aquele povo, aquela gente ME FEZ MAIS FLAMENGO. Diante de tanta dor e tragédia, uma palavra dita por TODOS os entrevistados e envolvidos foi: Família. Sim, repetiam eles: “Nós éramos uma FAMÍLIA”. E isso me fez olhar para o nosso ano e resgatar a essência de torcer: viver em família. Eu não ganhei os títulos que sonhei em 2016 mas conquistei novos membros dessa família rubro-negra. Ganhei tantos abraços, tantos amigos de PAPO FLAMENGO, tanto carinho seguindo o Flamengo a TODO LADO. Ganhei um amor. MEU. Então, mesmo quando tudo pede, um pouco mais de calma, até quando o corpo pede, um pouco mais de alma, eu sei, a vida não para. A vida não para não. E eu agora, além do Hepta, quero a Libertadores e o Mundial. E quero para o ano que tá chegando. E a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência. VAMOS, VAMOS FLAMENGO.
Então, perguntei para um mago rubro-negro sobre o Flamengo de 2016. Ele me respondeu assim: “De ruim: eliminações ridículas e nenhum título. De bom: a base de um bom time, mas que precisa ser reforçado, o CT sem dúvida e a constante melhora administrativa e financeira do clube, que nos permite sonhar alto.” Veja bem! É o amor agitando o meu coração. Há um lado carente, dizendo que sim. E essa vida dá gente e o Márcio Araújo gritando que não. A Chapecoense me fez MAIS Flamengo. E achei que isso era impossível. Mas não é. Nada é impossível para os que amam o Flamengo. Lembrei do filme Lisbela e o Prisoneiro, quando o personagem principal contou pra mocinha por qual motivo ele seguia um Zeppelin iluminado. Ele explicou que correu tanto atrás dele que não sabia mais voltar para casa. E desde então seu destino era correr atrás de tudo que é bonito e iluminado nessa vida. Esse também é o destino do rubro-negro. Desde que os remadores correram atrás da sua primeira embarcação e passaram a ganhar títulos, o destino do Flamengo é correr atrás de tudo que é belo. E ganhar títulos é o nosso “Zeppelin Iluminado”. Nós não sabemos viver diferente. Somos assim, como o poeta, onde tudo que é belo (e Flamengo) nos chama e nós vamos. Que a esperança e o amor pelo Flamengo transforme ainda mais nossos corações. Nós também somos uma família. Daquelas beemmmmmm grandes. Veja bem, Flamengo. Nosso caso é uma porta entreaberta. E eu busquei a palavra mais certa. Vê se entende o meu grito de alerta: Queremos TÍTULOS. Queremos ganhar TUDO, S I M.
Pra vocês,
Paz, Amor e Feliz 2017.
Vivi Mariano
Fonte: República Paz & Amor
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Ufa. Por um momento achei que ela fosse usar a tragédia da chapecoense pra pregar a volta da irresponsabilidade fiscal.
Confesso, o texto é muito bom, bonito é o que eu também imagino do Flamengo, poema. Como a natureza que é bela é o Flamengo, porém os que habitam a natureza a destroem, alguns que estão flamengo o impedem de chegar ao Zeppelin por não entender do que precisam pra alcançar tudo que é belo. O DP de futebol. Comparando a um poema de Drumond que não me ocorre, quando olhamos só o Flamengo, é como olhar uma vista maravilhosa de uma praia paradisíaca, mas quando volta.os olhos pro jornal e vemos as mazelas dá.sociedade é como olhar o DP de futebol que está atrapalhando o flamengo de chegar ao que é belo.