O Governo do Estado e a concessionária Maracanã S. A., formada por Odebrecht e AEG, se eximem e apontam o Comitê Rio 2016 como responsável pelo abandono do estádio. Conforme mostra reportagem do jornal O GLOBO, o Maracanã chega a 2017 com falta de cuidados e manutenção (veja acima reportagem do Globo Esporte). Nesta sexta, o diretor de comunicação do comitê, Mário Andrada, defendeu a entidade. O dirigente apontou falhas da concessionária e disse que o comitê teve de investir um montante de R$ 2 milhões assim que assumiu a responsabilidade pelo estádio. Segundo ele, o complexo foi entregue dependendo de “pequenos reparos” que custariam o total de R$ 420 mil.
– Nenhum detalhe oferece risco ou impede a utilização do estádio, tanto que já teve jogo do Flamengo, do Fluminense, do Vasco lá. Não recebemos todos os recursos que deveríamos ter recebido do município, nem do Governo Federal, e temos de priorizar o dinheiro das pessoas que devolveram ingressos, depois o pagamento dos fornecedores. Só depois vamos poder contratar fornecedores para resolver esses detalhes do Maracanã – disse Andrada.
Os R$ 2 milhões a que o diretor se refere foram contabilizados de isenções fiscais, mas Mário Andrada alega que este dinheiro – gasto com manutenção da rede elétrica, dos elevadores, aquecimento de água e outras questões de infraestrutura – poderiam ter sido investidos em outras pendências olímpicas se o estádio tivesse sido entregue aos Jogos em perfeitas condições. O diretor diz que, quando a entidade assumiu a responsabilidade, encontrou as baterias de aparelhos “no break” estragadas. Mais para frente, ainda de acordo com Andrada, a entidade reformou totalmente o telhado do estádio e a quadra do Maracanãzinho, além de cuidar da parte de impermeabilização. Em outro momento, reformou o Parque Aquático Julio Delamare.
– Quando gente assumiu o estádio não foi feito nenhum laudo que eu tenha conhecimento por parte da concessionária. Assim que a gente assumiu, notou que tinha problemas. Investimos R$ 2 milhões. Quando termina o prazo de concessão, a lei diz que a gente é obrigado a devolver o bem. Começamos a entrar em negociações com o Governo e a concessionária. A devolução foi feita. Fizemos negociações com a presença de concessionária e, no dia da assinatura, a concessionária não apareceu. Então a gente devolveu para o Governo do Estado. Quem assinou a devolução foi o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola. As partes reconhecem que o estádio estava apto. A gente fez uma lista de pequenos reparos de R$ 420 mil, que é menos do que a gente investiu no estádio para consertar – explicou.
A concessionária Maracanã S.A. acusou o Comitê Rio 2016 de ter usado mais fogos de artifício do que o permitido durante a Olimpíada e a Paralimpíada, no ano passado. Por isso, a empresa que controla a arena pede indenização, por supostos danos provocados na cobertura. Um documento mostra que, no dia 5 de julho de 2016, exatamente um mês antes da Olimpíada, o Governo do Estado recomendou ao comitê o uso de 81 toneladas de fogos de artifício, seguindo orientações da empresa que instalou a cobertura. Os planos dos organizadores eram de usar 189 toneladas, como revela o ofício.
O diretor de comunicação Mário Andrada diz que a acusação é infundada. Ele questionou a validade de um documento datado de um período anterior à gestão da Rio 2016 no local e afirmou que o comitê possui dois laudos posteriores, sendo um emitido por uma empresa estrangeira, que comprovam que não houve danos. Além disso, o dirigente falou que a empresa alega que não pode receber o estádio se os reparos não forem feitos, contudo, ela “já recebeu, porque o guarda que está lá é ela quem paga”, ou seja, “está exercendo a posse sobre o imóvel”.
– Quem comprova que a gente colocou um grama acima do permitido? Quem pesou nosso equipamento? Vocês viram as cerimônias e a final do Maracanã? Estava como? Lindo, deslumbrante, estava perfeito. Trocamos o gramado, e ele morreu por falta d’água. Antes do começo do processo tinha uma discussão que a estrutura do Maracanã não aguentaria luzes e coisas no teto. Montamos projeto de criar duas torres do lado de fora do estádio. Quando o projeto chegou, e o orçamento apareceu, era ridículo o custo. A gente falou: “Não, faz a cerimônia com o telhado do jeito que está”. O que estão falando é em cima de uma afirmação fictícia. A carga colocada no telhado era compatível. Acha que a gente vai colocar coisa no estádio sem checar? O telhado não caiu, não foi afetado, não está bambo. Como um laudo de antes da nossa ocupação pode ter alguma força depois do que a gente viu? Foi entregue direito, teve jogo do Flamengo, e você não viu nada – argumentou o diretor.
Por fim, Mário Andrada ainda comentou a situação relativa ao incêndio de pequeno porte que ocorreu no mês de setembro e atingiu o quadro de luz do Maracanãzinho. O reparo, entretanto, jamais aconteceu. A fuligem ainda está por toda a sala que abriga o sistema,ainda de acordo com reportagem do jornal O Globo publicada nesta sexta-feira. Ele disse que a responsabilidade é da concessionária Maracanã S. A.
– O incêndio na caixa de luz de uma sala aconteceu por falta de manutenção. Quem era responsável é quem estava a cargo, a concessionária. A gente fez a manutenção elétrica do Maracanã, mas não deu tempo de fazer no Maracanãzinho. O incêndio não atrapalha a utilização para jogos. A gente trocou o telhado do Maracanãzinho, já refez a quadra, consertou elevador, mas não tinha como consertar a situação desse incêndio – concluiu.
Fonte: Globo Esporte
#estádioprópriojà
A atuação do Governo para resolver o problema e NULA. Mas, o que podemos esperar de um Governo, onde o “Governador” é um Incompetente.