A diretoria do Flamengo está em choque. A prisão do então vice-presidente de futebol Flávio Godinho na Operação Eficiência, segunda fase da Calicute, braço da Lava Jato, surpreendeu o presidente Eduardo Bandeira de Mello e seus pares. O fato é que o comando não esperava lidar com o problema e tenta estancar a crise nos bastidores.
Em setembro do ano passado, Flávio Godinho foi conduzido coercitivamente para depor na Polícia Federal. O episódio fez parte da 34ª fase da Operação Lava Jato. Apesar do envolvimento na investigação, Godinho respondeu algumas vezes aos integrantes da gestão e ao mandatário quando questionado sobre o problema.
“Não tem risco de prisão”, batia na tecla o ex-dirigente rubro-negro.
O presidente Bandeira e toda a diretoria deram um voto de confiança e acreditaram no companheiro de clube. Enquanto tratava do delicado caso junto aos advogados, Godinho tocava o futebol do Flamengo e participava ativamente das contratações de Conca, Romulo, Trauco e Berrío.
Ele se ausentava de algumas reuniões de diretoria, aparecia em outras, mas se mostrava presente. Se os pares não o encontravam no celular, bastava enviar uma mensagem pelo WhatsApp. Conectado quase 24 horas por dia, Godinho seguia a rotina como se realmente não esperasse pelo pior.
Mas a prisão veio e deixou o comando rubro-negro desnorteado. O clube não teve alternativa. Godinho foi afastado e o presidente Eduardo Bandeira de Mello acumulou a pasta do futebol enquanto estuda um nome do seu grupo político para substituí-lo. Questionado sobre as conversas com o ex-dirigente, o mandatário evitou detalhes e não escondeu durante toda a quinta-feira (26) o abalo com o caso.
“Não quero falar, pois o assunto não diz respeito ao Flamengo. Apenas reafirmar que desejamos uma apuração rigorosa e transparente do caso com garantia de amplo direito de defesa aos acusados. E tenho a certeza de que assim será”.
Entenda o caso
Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike Batista, é investigado por ter dado propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, no valor de US$ 16,5 milhões – aproximadamente R$ 52,3 milhões. Ele é acusado de ocultação e lavagem de dinheiro.
“O dinheiro foi pago usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Esse valor foi solicitado por Sérgio Cabral a Eike Batista no ano de 2010, e para dar aparência de legalidade à operação foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados, por uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros, mas à disposição de Sérgio Cabral”, informou o Ministério Público.
Eike Batista, Flávio Godinho e Sérgio Cabral ainda são acusados de obstrução da investigação relacionada a busca e apreensão em um endereço vinculado a Batista em 2015, quando foram apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a empresa Arcadia.
Fonte: UOL
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Mas é claro, ele vai dizer q tinha risco de ser preso ? Todos nós sabemos q isso não é bom para a imagem do clube e nem dos patrocinadores, mas não acho q isso vá se transformar num empecilho p/ futuros patrocinadores. A pessoa mais importante do clube, o Presidente, tem q estar íntegro e nesse caso, não corremos riscos com Bandeira de Melo. Só das burrices pela venda a preço de banana do nosso Jorge, mas isso é outra história.
Deixa só abrir a caixa Preta do BNDS...
Só falta o Bandeira estar envolvido com os empréstimos de mãe pra filho do BNDES pro Eike...
nem brinca
Só não entendi o porque de usar a palavra crise ...
O assunto não tem nada a ver com o Flamengo, dirigente não entra em campo e nem começamos a disputar nada ainda, então que crise é essa sendo criada pela mídia?
Brother, querendo ou não, ter um alto dirigente, vice de futebol, preso numa operação nacional de combate à corrupção.. é óbvio que isso acaba envolvendo o Flamengo nas manchetes.
Sou grande apoiador de toda a boa administração do Flamengo desde 2013, mas não dá pra aceitar a presença do Godinho nessa diretoria. Certamente já sabiam do seu histórico e também da sua ligação com o Eike, e ainda teve a situação de ter sido levado coercitivamente para depor na lava jato, então já devia ter sido excluído da diretoria a muito tempo. E agora o Bandeira dizer que o problema é de cunho pessoal e que não afeta o Flamengo! Ora, como não, o caso Bruno também era de cunho pessoal e deu no que deu, Flamengo em páginas policiais por um longo tempo... Agora vai ser a mesma coisa, infelizmente. O Bandeira tinha que ser mais enfático e imediatamente declarar a exclusão do Godinho, sem deixar sombra de dúvidas sobre sua posição, embora já tardiamente. Essa notícia e o posicionamento do Bandeira foram lamentáveis.
Concordo em gênero, número e grau com tudo que escreveu Marcos. Eu só não acho lamentável, como também fiquei decepcionado com o Bandeira nesse episódio. Há de se ter mão de ferro em determinadas situações. Quando se representa uma instituição, como é o caso do Bandeira de Melo, ela tem que vir em primeiro lugar. Afastar o Godinho, quando da condução coercitiva, ao meu ver, era um dever e não uma obrigação facultativa.
Se envolver promiscuamente com um bandido que só prejudicou o Flamengo enquanto foi governador e outro 171 da alta sociedade, tem que pagar por isso mesmo, dane-se.
Erraram feio em não afastá-lo do cargo em setembro do ano passado. O cara estava na mira da justiça, foi conduzido coercitivamente. Acho que não souberam distinguir trabalho de amizade. Deixaram ele no cargo e deu no que deu. Sabemos que as atitudes dele nada tem a ver com o Flamengo, mas é certo que a justiça está de olho nos passos dele dentro de clube. Quem está adorando isso é uma boa parte dessa imprensa abutre e a arcoirizada.