A CBF divulgou nesta semana o seu regulamento de licenciamento de clubes que inclui uma série de exigências para os times. Essas regras serão aplicadas de forma gradual a partir de 2018: algumas já valerão para os times do Brasileiro da Série A. O processo pode demorar de sete a dez anos. Fato é que os clubes serão obrigados a mudar bastante durante esse período.
São regras para as agremiações nas áreas jurídicas, infraestrutura, de finanças e esportiva. A CBF ainda vai estabelecer um cronograma para a implantação do regulamento.
”Será escalonado. Não vamos proibir de jogar de uma hora para a outra. Podemos demorar 10 anos para implantar tudo. Sabemos das dificuldades dos clubes”, analisou o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, que rechaçou que as normas não sejam cumpridas. ”Sim, lógico que vamos (punir em caso de descumprimento). É para todo mundo. O regulamento vale para time grande ou qualquer outro.”
A CBF pretende estabelecer o cronograma de aplicação das regras até o meio do ano. Antes disso, faz um diagnóstico dos clubes, principalmente na parte de infraestrutura, para estabelecer o calendário real. Certo é que as exigências comuns à Conmebol, pré-requisito para a Libertadores, já valem para 2018.
Pelo sistema, quando um time não cumprir um item, a comissão nomeada pela CBF vai instituir uma advertência. Em casos de insistência do descumprimento, o clube poderá perder direito de transferências, sofrer bloqueios de cotas de tv e até ser impedido de jogar.
Esse tipo de sistema já funciona na Europa. ”Esse é o mundo ideal. Vamos fazer um estudo pra saber que parte que já dá para a aplicar. A UEFA demorou sete anos”, contou Buzzoni. Exigências jurídicas e algumas esportivas devem ser as primeiras da lista. As obrigações de infraestrutura, CTs e estádios terão maior tolerância porque a CBF entende que os clubes terão de gastar dinheiro. Aí vão a lista das exigências.
1) Divisão de base – Clubes terão de ter dois times até 20 anos.
2) Técnico – Terão de ter curso da CBF ou da Conmebol, ou de mesmo nível da Europa.
3) Estádio – Clubes terão de ter um estádio próprio, ou um com quem mantenham aluguel com o proprietário. Haverá regras com padrões mínimos para as arenas.
4) CT – Todos os clubes terão de ter CT. E haverá especificações feitas pela CBF.
5) Finanças – Publicação de balanços com informações detalhadas para dívidas, investidores e demonstrações de resultados, entre outros pontos. Haverá também necessita de orçamentos.
6) Administrativas – Necessidade de contratações de diretores financeiro, de marketing e de futebol profissionais que respondam por seus departamentos.
7) Manutenção de times femininos – Isso já valerá para a Libertadores de 2019.
8) Estatutos – Apresentações das regras jurídicas de cada clube para a CBF.
Fonte: Rodrigo Mattos | UOL
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