O Flamengo x Vasca da Taça Rio já começou todo errado com o Flamengo dando a saída pra trás. Não posso conceber nada mais simbólico do atraso trazido pelas federações ao futebol do que o Flamengo, que se notabilizou pelo moto Vencer, Vencer, Vencer, tocando a primeira bola do jogo pra trás no cemitério clandestino onde os mão grande enterraram um bilhão de reais por motivo de Copa do Mundo. Só mesmo nesse freak-show chamado Campeonato Carioca.
E quando começa assim, meus amigos, não tem jeito de acabar bem. Apesar do mau augúrio o show tem que continuar e o Flamengo partiu pra cima da baranga. Que, como sempre, reclamou, deu unhada, fez teatro e chorou à beça, lançando mão de todos os recursos estranhos ao futebol, esporte que vem perdendo prestígio dia a dia em São Janu, hoje um mero valhacouto de ex-jogadores em atividade.
Bonitão, com dinheiro, todo bem vestido, exercendo um domínio absoluto e incontestável dentro das quatro linhas o que poderia fazer o Flamengo em tal situação? Tomar um gol da vasca, é lógico. E cá pra nós, estava escrito há mais ou menos uns dez mil anos que um dia o Flamengo tomaria um gol de Pikachu. Podia ter sido pelo Payssandu, mas foi pela vasca. Do destino ninguém escapa e o Flamengo, de sua sina onomástica, muito menos.
Como sói acontecer nos jogos do vice, assim que a baranga marcou seu gol safado acabou a luz no estádio. Ah, esses times pequenos e seus costumes bárbaros. Ficou tudo apagadão, quer dizer, quase tudo, uns palhaços ligaram os celulares e proporcionaram, nas palavras do esteta Luís Roberto, “uma linda imagem no Mané Garrincha”. E ainda bem que o jogo era televisionado para todo o Brasil, porque muita gente só percebeu naquela hora, que Brasília estava coberta pelas trevas. Que fase, jogador.
A luz acabou voltando, e apesar da contrariedade dos vascaínos, que pediam há horas o término da partida, o Flamengo foi se arrumando. Mais organizado e com a camisa mais maneira, o Flamengo não encontrou dificuldades para ir ocupando os espaços, girando a bola e fazendo valer a superior categoria de seu elenco. Aliás, me permitam agradecer extemporaneamente ao Botafogo, em especial à sua diretoria, que deu mole e deixou um craque excepcional como William Arão VIR DE GRAÇA PRO FLAMENGO. Continuem assim, seus manés.
E foi justo o Arão, pivô de todo o faniquito alvinegro, quem fez o gol de empate e colocou o clássico dos milhões dentro de uma perspectiva mais realista. Vocês sabem que cada gol do Arão, seja lá em quem for, é uma faca cravada no peito dos chorões. Fato que só aumenta nossa admiração por esse grande jogador que ESCOLHEU O FLAMENGO para brilhar. Depois do nosso empate o jogo seguiu o curso natural das coisas e logo, logo o Mengão virou o placar com um golaço de Berrío.
Foi a senha para que a vasca intensificasse o espetáculo de indisciplina, insubordinação e antidesportividade que já vinha dando. A baranga apitou o jogo todo, os come-e-dorme da camisa feiona se jogavam no chão, rolavam pelo gramado simulando amputações sem anestesia, reclamavam de cada falta, de cada lateral, como se fossem um golpe parlamentar de estado sustentado pela mídia golpista. A timinhagem sãojanuaresca comia solta até a hora em que baixou uma Maria Padilha no 9 dos caras. Que saiu peitando o juiz até ser brindado com o cartão vermelho e sair correndo de campo. Dizem que deu fuga só pra aproveitar os chuveiros com água corrente do Mané Garrincha. Apesar de tremendamente deseducativa foi uma cena fa-bu-lo-sa.
Aí foi a hora do Mengão, que não é de ferro, dar seu mole também. Teve duzentas e oitenta e sete chances de matar o jogo, mas ficou de palhaçadinhas. Inclusive o moleque Paquetá, é importante destacar, deu uma humilhada lá num pobre-diabo do vice, que foi tão maneira quanto improdutiva. Futebol tem dessas coisas e quem não faz leva mesmo. Ainda mais em um dia em que nosso piloso goleiro estava de chico. Saiu errado do gol várias vezes, deu bicudas sem qualquer direção pra se livrar da bola e acabou sendo castigado.
O castigo foi coletivo, porque o árbitro marcou um pênalti do tipo nota de 3 dólares, absolutamente inexistente e todo o time foi penalizado. Mas nem perco meu tempo falando desse rapaz que apitou o jogo. Já foi devidamente comprovado que o Índio é incapaz de uma honestidade. Apesar do que pregam muitos religiosos, pênalti roubado entra, sim. E a vasca empatou roubado, conquistando um dos seus melhores resultados no ano. Palmas para seus atletas e para-atletas, que lutam, nem sempre em igualdade de condições, para que o sofrimento nunca acabe por lá.
O carioca não vale nada, mas é claro que não podemos ficar satisfeitos com um resultado construído artificialmente. Ficamos putos, muito putos. Quase um minuto inteirinho putão da vida. Mas já passou. E, vamos falar sinceramente, do ponto de vista moral a nossa invencibilidade já era, empatar com a baranga é mesmo o fim da picada. Já tem uns jihadistas pregando que o Flamengo entregue as paçoca e as cocada na quarta pro Voltaço, só pra desajudar um pouco o vil bacalhau. Nem sei o que dizer sobre tal absurdo, mas a ideia parece ser sensacional.
Mengão Sempre
Não acredito, Arthur como Colunista ? pqp ! Agora o bagulho vai fica sério kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Colunista sim, mas não daqui e sim do site
futebolzinho
.com/
show!
Arthur…o zico da escrita rubro-negra.
Exato, a acidez e o egocentrismo debochado na vanguarda do seu tempo que é tipico do carioca da zona sul.
Por isso não se pode taxá-lo como apenas Flamenguista, exigindo dele uma bandeira de socialmente ou politicamente correto.
Porque além de ser Flamengo ele representa o orgulho de ser do carioca que se basta e esculacha os de outras terras somente pelo prazer de se sentir superior em ser bem nascido e abençoado pela natureza próxima.
Arthur mestre do coluna.✌
Não é daqui do coluna é do site
futebolzinho
.com/
Arthur é simplesmente o melhor. Mestre.
A melhor coluna. Quem não gosta não entende. Pobres idiotas de cabeças cartesianas e vazias. SRN
Sou muito fã desse cara, estava com saudade de ler um texto de qualidade….