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Flamengo e Maracanã: reencontro e resgate

Seguimos trilhando nosso caminho em busca de uma tradição que nos tornou essa imensidão que somos. Forjados a partir das Glórias alcançadas em nossa longa trajetória vitoriosa e lutadora, sempre com raça, amor, paixão e nossas vozes.

Não me canso de repetir que NÓS somos o Flamengo, mas é sempre bom lembrar. A partir de amanhã, nossa postura voltará a ser fundamental para o reencontro com um caminho que trilhamos com sacrifícios e ardor ao longos dos últimos anos.

Nessa quarta-feira, dia 8 de março de 2017, daremos início ao primeiro ano do restante de nossas vidas em vermelho e preto. E não falo exclusivamente da Libertadores, mas de um ano pra marcar o resgate de nosso orgulho, um momento para registrar o reencontro de nós, o Flamengo, com nossa própria essência.

Lutar, gritar e vencer. Dentro de campo e fora de campo! Sabemos, sem qualquer falsa modéstia, que nós também jogamos e o quanto jogamos. Para que também possamos empurrar, precisamos lembrar daquilo que somos capazes, daquilo que fomos capazes e de tudo que realmente desejamos.

Aproveito essa oportunidade para avisar aos nobres irmãos rubro-negros que também precisaremos de um esforço extra. É preciso devolver a alma ao nosso templo. É preciso fazer com que esse Novo Maracanã imponha o respeito e o temor que nossa velha e querida casa sempre impôs.

Tarefa complicada, já que não podemos mudar, mesmo que para um jogo, seus traços ultramodernos de arena padrão FIFA. Ainda assim, a solução é viável e possível, partindo de um resgate daquela que sempre foi a nossa melhor jogada, nosso lance mais genial… Nossas vozes, nossa raça, nosso amor e nossa paixão.

Confesso que respeito as modernidades, de verdade. Consigo ser entusiasta de uma diversidade de mudanças. Desde que o “novo” consiga preservar a beleza, a elegância e a efetividade daquilo que pretende substituir. Constato com tristeza que aquele nosso Maracanã carece daquela nossa velha alma.

Mesmo que a busca pela segurança impeça a continuidade de determinados itens tradicionais de nossa festa e a modernidade traga sua novas belezas em forma de mosaico, é preciso que evoquemos pela alma de nosso velho templo com aquilo que o décimo segundo jogador tem de melhor: o grito.

Amanhã, apenas através de nossas vozes, poderemos tramar novamente as jogadas que pintaram a alma do Maracanã em vermelho e preto pela eternidade.

Na disposição do berro de cada rubro-negro apaixonado, levaremos vantagem em cada dividida.

Será através de nosso canto que faremos com que nossos jogadores não se deixem esquecer, nem por um segundo, que somos o Flamengo.

E também serão nossas gargantas as maiores responsáveis pelo temor que podemos causar aos adversários que se verão perdidos em um Coliseu com nossas cores.

O Novo Maracanã precisa do Flamengo. Nós precisamos do Maracanã com sua velha alma.

Que a forte rouquidão provocada na quarta seja como uma desculpa conveniente pra exibirmos nosso sorriso vencedor no dia seguinte.

Vamos, Flamengo!

Thigu Soares
Twitter: @thigusoares

Thigu Soares

Ver comentários

  • Thigu Soares seu texto está na sua essência perfeito,mas meu amigo entusiasta esse Maracanã e esse torcedor q vc citou estão em falta nas prateleiras rubro negras e enterrados com as famigeradas (ARENAS MULTIUSO).Hoje aquele torcedor q inflamava e embalava nossas vitórias( me coloco nesse balaio rsrs)não existe mais,hj temos torcedores de teatro,cinema e outros...Esse torcedor citado por vc está adormecido e asfixiado pelos altos valores de ingressos,não temos mais condições financeiras de ir ao Maracanã ou simplesmente o bom e velho MARACA,para o Maracanã hj ser de verdade do Flamengo temos q voltar as raízes do povão,cadê os espaços populares? Sem cadeiras igual na arena do grêmio?Acabar com esse estigma de ARENA é maraca e pronto...Setores com ingressos populares 20,30 no máximo 50 reais e ainda da nesse ingresso um copo de cerveja ou uma lata de carabao,ou de refrigerante sei lá..Atraia de volta a essência do Flamengo q sempre nos caracterizou como time de massa do povo dos desdentados e analfabetos...Essa é nossa raiz..ps...Nada contra as classes menos favorecidas e sendo preconceituoso,ao contrário estou aqui tentando buscar de volta nossa IDENTIDADE.

    • Exatamente, Watson. É perfeitamente possível mesclar o velho e o novo. O tradicional e o moderno.
      Ninguém pediu um Maracanã inseguro ou que não atendesse ao torcedor que busca assistir o jogo com conforto.
      Uma arena pode ser moderna e multiuso, mas mesmo assim atender a todos os tipos de torcedor. Os setores Norte e Sul do Maracanã podem perfeitamente ter suas cadeiras retiradas. Inclusive, até mesmo no novo Maracanã, são os setores onde os torcedores ainda assistem aos jogos de pé.
      Não entendo qual é a dificuldade em permitir que o torcedor que gosta de viver o jogo e o torcedor que gosta de assistir ao jogo possam coexistir. Qual é a dificuldade em abrigar os dois tipos?
      Em que momento obrigar todos a assistirem os jogos como se estivessem num teatro passou a ser um traço de modernidade sofisticado?
      Obrigado pela sua contribuição. SRN!

  • O único problema das arenas é o preço. Não há saudosísmo que resista a bons banheiros e restaurantes, acesso fácil, amplos, sem mau cheiro nem risco de receber um copo na cabeça ou algo que valha. Tampouco a ficar o jogo todo em pé. Parte da redução das capacidades dos estádios veio porque a divisão das torcidas não reduzia a capacidade dos estádios. Eu não tenho saudades de ver jogos em pé. Hoje fica-se muito mais perto do gramado no maracanã novo do que no velho. Não adianta disfarçar saudosismo de raiva porque os preços subiram absurdamente. isso sim deve virar objeto de reclamação.
    Os preços obcenos afastam o personagem folclórico do estádio, não as cadeiras.

    • Concordo!
      E também não somos mais aquele país de pés rapados de décadas atrás, embora não sejamos ainda um país rico, também não somos mais um país de miseráveis!
      É pra frente que se anda.
      Quem gosta de passado é museu!
      SRN

      • Áreas sem cadeiras existem em países e arenas evoluídas. O Signal Iduna Park é um exemplo.
        O novo estádio do Orlando City tem uma área específica para fumaça e pirotecnia.
        Será que estamos falando de países pobres ou atrasados? Acho que não.

    • Dieki, é perfeitamente possível fazer arena seguras e confortáveis com áreas sem cadeiras, principalmente atrás dos gols.
      O torcedor que quer e gosta de assistir de pé e empurrar o time durante 90 minutos deve ter seu direito e característica respeitado, assim como aquele que prefere assistir o jogo sentado.
      A Arena do Grêmio é moderna e tem setores sem cadeiras atrás dos gols, o Signal Iduna Park, em Dortmound, também tem setores como esses. A modernidade e a tradição podem conviver em perfeita harmonia, desde que haja o mínimo de bom senso e apreço democrático.
      SRN

  • Tbm não gosto dessa rede véu da noiva,parece rede de pelada.Prefiro a rede do fla x cruzeiro copa do brasil 2013.

    • Admito que sou fã da véu de noiva! Essa rede quadrada não me inspira muita simpatia rs.

  • Muito bom, Thigu! Se me permite, só queria fazer um comentário, amigo: não se envergonhe de ser um conservador, nunca! Conservador é aquele que preserva o que gosta e o que tem valor na vida. E o Maracanã remete TODOS os torcedores (ouso dizer "em especial nós Rubro-Negros") aos melhores momentos que um esporte pode levar o homem.

    • O Maracanã é o que temos de melhor, merece ter sua alma resgatada, principalmente para esse jogo! Estamos juntos! SRN!

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