Trauco como meia pelo lado, marcação por zona e a volta da mobilidade no Flamengo

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O jogo mais decisivo na rodada da Libertadores viu um Maracanã lotado apoiar o Flamengo. 3º em aproveitamento no ano dos times do Brasileirão, o Rubro-Negro vinha decaindo em desempenho. Na vitória sobre o difícil Atlético-PR, a entrada de Trauco como meia-esquerdo no 4-2-3-1 (com Diego próximo de Guerrero, quase um 4-4-2) deu ao Fla exatamente o que a equipe vinha pecando: mobilidade.

O peruano infiltrava, “pisava” na área com a bola na direita e flutuava para dentro, dando opção de jogo a Arão e Araújo. Um dos pontos fracos do Fla nesse ano, a saída de bola teve mais qualidade e passe. Num desses passes, cruzamento e pane na defesa do Atlético que abriu o placar. Afinal, a mobilidade não acontece apenas no ataque, mas em todos os setores.

Elaborou, pensou, acelerou e…cruzamento. Mas o problema do Flamengo não era o cruzamento em si, mas sim o aproveitamento dele. Quando tem gente na área para aproveitar tanto a primeira bola como um possível rebote, as chances de gol crescem. E adivinha quem fazia esse movimento de infiltrar? Ele mesmo, o camisa 13: mobilidade que ajudou o Flamengo a criar espaço, como o gol de Diego, vindo dessa segunda bola que cada vez ganha mais importância no futebol.

Entender a necessidade de movimentação passa por compreender o modelo de jogo do Flamengo. Como Zé sempre diz, é um time de “elaboração”: bola de pé em pé, triangulação, chegada na área. Se ninguém sai do lugar, a equipe não consegue abrir espaços para a troca de passes se converter em gols. A mobilidade veio de Trauco e de todo o time, que respondeu ao jogo mais importante no ano com agressividade e intensidade. Um jogão do Fla de altos e baixos desde 2016.

@CaioGondo escreve: Raça, conteúdo e 2 times marcando por zona na Libertadores

O futebol vem passando por mudanças e quebras de paradigmas. Se velhos chavões vem sendo quebrados, ainda há um no Brasil que encontra resistência: o “cada um marcando o seu”.

Flamengo e Atlético-PR mostraram que é possível se comportar sem a bola de outros modos sem gerar erros ou reclamações. Ambas as equipes marcaram por zona, ocupando o espaço defensivo de acordo com a movimentação da bola. Veja o Flamengo, fechando seu campo com duas linhas e acompanhando sempre o rolar da bola, e nunca a movimentação do Atlético.

Sidcley, o lateral do outro lado, está livre. Normalmente, uma virada de jogo – tão pedida no estádio – poderia ser um perigo. Se as premissas da marcação por zona são marcar a região onde a bola está e sempre ocupar a região frente ao gol, nessa virada de lado, todo o time se move lateralmente, virando para o lado da bola e ocupando, novamente, a região frente ao gol. Ficar em frente à própria meta pode não parecer muita coisa, mas, no mínimo, já se cria alguma dificuldade para o adversário finalizar.

No caso do Atlético-PR, percebe-se na imagem que Jonathan, Paulo André e Thiago Heleno se movem lateralmente e se posicionam na frente do gol. O lateral foi encurtar o espaço de Diego, que caiu por aquele setor – na marcação por zona também há um encosto mais individual, que pode ser por setor ou até individualmente. Mas a premissa sempre é ocupar o espaço.

Você prefere deixar o seu sistema defensivo à mercê da movimentação dos jogadores adversários, podendo ser levado para qualquer lugar do campo (inclusive fora da região frente ao seu gol), ou prefere deixar o seu sistema defensivo girando em torno da bola, sempre com gente pra dificultar a finalização do adversário?

Marcar por perseguição é mais fácil, mas sempre depende da capacidade de quem marca em desarmar. Se essa capacidade é superada, temos aí um efeito dominó no sistema defensivo. A marcação zonal é mais difícil, requer mais coordenação de grupo, mas protege o gol com mais segurança. Como tudo no futebol, são escolhas. Cada uma com seus pontos positivos e negativos. Flamengo e Furacão optaram pelos prós e contras da marcação por zona na grande noite de Libertadores.

Blog Painel Tático, do Léo Miranda no globoesporte.com

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  • Para colocar um “freio” nas pseudo e falsas “críticas”, achincalhe e achacamento ao Técnico do Flamengo…

    Que quando joga mal… é culpa do ZRicardo.
    Que quando joga bem… os jogadores são estrelas e jogam sozinhos e o Técnico é um “burro”, “paneleiro”, “estagiário”… etc.

    Nunca parece ter sido bom para alguns que aqui escrevem e tenho certeza que NUNCA vai estar.

    Esse é um recado para ex-técnicos de times inexpressivos de várzeas, jogadores de futebol virtual que em seus consoles comandados por inteligências artificiais só sabem apertar botões e pseudo-críticos que ao invés de trazerem respostas para o que acham problemas e comentar na boa, vem aqui destilar suas insatisfações e frustrações pessoais no “mundo real” descontando em quem aqui não visita e não lhes deve explicação nenhuma.

    Apenas apequenam a instituição que dizem torcer.

    Ficou chateado pelo que leu ???

    Fica não… afinal a inclusão digital está aí e “papel” aceita tudo que nele se escreve.

    Se leu e ficou chateado é porque sabe que no fundo estou certo e a carapuça caiu e coube certinho, ao invés de querer bater de frente comigo (o que de nada vai ganhar com isso) repense a forma que escreve sobre quem nos representa.

    Crítica e ACHINCALHE são duas coisas MUITO diferentes, porém separadas por um sutil fio de inteligência + bom senso + real desejo de somar.

    Grande abraço a todos que valorizam os jogadores, funcionários e patrimônios do Clube de Regatas Flamengo.

    Mengão sempre!!!

  • A melhor parte da atuação do Trauco é que ele atuou como meia, voltava bem, dava passes verticais, colocava velocidade, e não ficava naquela preocupação de jogar abertão pela esquerda se limitando na parte lateral do campo, assim como o Diego não se limita a ficar apenas pelo centro, é esse tipo de percepção que falta ao Mancu, perceber que apesar dele estar escalado pelos lados ele não precisa o tempo todo agir como um robô preso na linha lateral e improvisar boas jogadas, se movimentar, atrair marcação.

  • Pra mim o Flamengo jogou a maior parte do tempo em 4-4-1-1, com o Diego flutuando entre a linha de meio campo e o Guerrero. Em alguns momentos o time se alinhava no já tradicional 4-2-3-1, mas foi mais raro. A falta de pontas talvez tenha mostrado ao Zé Ricardo uma solução pro esquema que já estava manjado. O Autuori preparou o Atlético para enfrentar o Flamengo de sempre, por isso conseguimos abrir distância no primeiro tempo. No segundo tempo, o Atlético voltou com uma postura diferente e equilibrou o jogo. Gostei do que vi e espero que o Zé consiga criar mais alternativas táticas para surpreender os adversários, principalmente agora que ficaremos um tempo sem o Diego. SRN.

  • Nessas horas lembro do Paschoal da FOX e sua cara de bunda falando do Trauco. BABACA!

    SRN #IssoAquiÉFlamengo

  • “Marcar por perseguição é mais fácil, mas sempre depende da capacidade de quem marca em desarmar. Se essa capacidade é superada, temos aí um efeito dominó no sistema defensivo. A marcação zonal é mais difícil, requer mais coordenação de grupo, mas protege o gol com mais segurança. Como tudo no futebol, são escolhas.”
    — Entendem agora porque gosto de jogadores como M. Araújo e Maldonado? &;-D

    • N curto M. Araújo mano… mas o Maldonado era um Deus… lembro até hj do gol dele contra o Atlético Mineiro em 2009… aquele jogo do gol olímpico do Pet, ele jogava mt bola e era mt raçudo… gostava dele e do Victor Cáceres, se matavam pelo time

  • Até o Blog Painel Tático que é do globoesporte, prefere usar as imagens da Fox para fazer as análises, pois a Globo fecha demais a câmera durante a transmissão, tem momentos em quebeu penso está vendo o jogo por um buraco.

    • É porque as Imagens das competições da Conmebol (Libertadores, Sul Americana etc) pertencem à Fox Sports que é a detentora dos direitos de transmissão, a FLA TV não pode fazer imagens do jogo justamente por isso (e usaram a da Fox Sports para mostrar os gols no Canal).

      • Verdade, mas ainda sim a Globo fecha demais o ângulo da câmera, por isso passei a assistir os jogos na Fox.

    • Realmente, as vezes não dá pra ter um panorama do jogo, não dá pra ver as opções de passe e lançamento, incomoda, nada como ver no estádio rsrsr

      • Sei lá, mas acho que eles fazem isso porquê não querem mostrar as placas de publicidade, pois nem todos as placas são de patrocinadores da Globo.

  • ……………………muralha……………….

    ………Pará……..Donatti……….Rever

    ………………..M. Araújo(Ronaldo)

    ……….W.Arão………………Rômulo(cuellar)

    Conca………………………………………….Diego

    (pontas do Flamengo)

    …………………………………Guerrero

    3..5..2, o que vcs acham?

    • Falta um jogador, só tem 10 no que vc escreveu.

      • Está certo , é porque eu botei ( pontas do Flamengo ) confesso que não sei quem colocar entendeu ?

        • Coloca o Trauco na Lateral, porque não temos jogadores pra uma Formação estilo Antonio Conte.

          • Pode ser o Trauco no lugar do Diego , e o Diego fazer a posição de segundo atacante?

            • Em que formação ?

              • O mesmo que eu botei acima , 3…5…2

                • Não concorda com a formação que vc escreveu (porque acho que não tem sentido colocar Diego e Conca de Alas), mas gosto do 3-5-2, acho que ficaria bom (atualmente) assim:

                  ———-Everton——–Guerrero———-
                  ———————-Diego———————–
                  Trauco—–Rômulo—-Arão——Pará
                  ———Revér—–M.Araújo—-Donatti
                  ——————-Muralha———————

                  Obs: Márcio Araújo de Zagueiro justamente por não termos jogadores pro 3-5-2.

                  • Se o Caramujo jogar de zagueiro, teria que ser pelo lado, pois com baixa estatura dele não é bom ele ficar no olo da zaga.

                    • Concordo.

                  • Rapaz, eu tava pensando um dia desses o time nesse estilo, mas com o Rômulo de terceiro zagueiro, Everton na ala e Trauco fechando o meio junto com o Arão, na frente o Berrio flutuando com o Guerrero.

    • Pará, que é baixinho, na zaga? aqui tem coragem.

    • Horrível… Se pegarmos atacantes de lados chatos, ficamos na m****… &;-D

  • só sei que defensivamente o flamengo joga com 2 linhas de quatro
    mesma coisa que juventus
    mesma coisa que real madrid

    a questão é, na chegada ao ataque o zé tem que arrumar o posicionamento defensivo
    e de fato, falta jogadores mais inteligentes no flamengo

  • Põe essa matéria na capa da coluna

  • “time de “elaboração”: bola de pé em pé, triangulação, chegada na área.” Não era o que se via com Vaz dando chutões e fazendo ligação direta…o time realmente tem que ser de toque pela qualidade do elenco, e era contraditório isso. O problema é manter né…no segundo tempo tudo mudou e para pior. Trauco na lateral, time paradão e tomando sufoco, era outro jogo. Tem que atingir o equilíbrio e manter a regularidade.
    Torço que Rômulo volte e que Conca estreie logo. Não dá para dar mole com o Zé, que ele já arruma um jeito de MA ficar…aliás o Rômulo estava bem, não sei porque não ficou, pelo menos no banco…não adianta inventar MA até de lateral.

    • “Rômulo estava bem”
      Não sei aonde,,,lento quase parando, recomposição horrível..só melhorou na jogada área ofensiva. Se tiver um condicionamento melhor e começar a correr pode ser titular, mas se voltar do jeito que estava é banco…seja para o MA ou para qualquer outro.
      SRN

    • Romulo tava bem aonde amigo?

    • Não concordo. Vaz errava muito e isso é realmente um problema. Porém acontece que ele tinha muita qualidade na saída de bola, coisa que Rever, Donatti e o Márcio Araújo não tem. Sendo assim o time ganha defensivamente mas perde no início da construção de jogadas. O time jogou melhor devido à fome de bola que os jogadores tiverem sobretudo no início. Trauco ali no meio ajudou muito também, senão ficaria tudo nas costas do Arão.

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