André Rocha: “Flamengo passa com louvor por seu “batismo de fogo” na Libertadores “

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O futebol é dinâmico. O Botafogo, que conseguiu sua classificação para a fase de grupos da Libertadores em duas etapas, foi considerado um time com vantagem por ter passado por disputas eliminatórias bem duras.

Mas no momento de confirmar a classificação no Grupo 1, hesitou no Engenhão contra o Barcelona de Guayaquil. A derrota por 2 a 0 não é nenhuma tragédia, mas abalou a imagem de time sólido mentalmente e fortíssimo em casa.

Já o Flamengo vem sendo consistente em desempenho dentro de casa e fora. Mas só pontua no Maracanã. A terceira partida com estádio lotado, porém, era decisiva. Com os surpreendentes 3 a 0 do San Lorenzo sobre o Atlético Paranaense na Arena da Baixada, não conseguir os três pontos significaria levar a decisão para a última rodada exatamente contra os argentinos. Fora de casa.

Foi o ”batismo de fogo” do Flamengo, que nas últimas edições do torneio continental costumava se complicar em jogos com estas características. Também se dispersava quando as partidas se alternavam com decisões estaduais, priorizando a disputa regional.

Não desta vez. Torcida e time sintonizados no clima de final. Cientes da dificuldade diante da Universidad Católica que era organizada no 4-2-3-1 e com bons valores individuais, como Fuenzalida, Buonanotte, Kalinski. Mais Santiago ”El Taque” Silva na frente.

Cabia ao Flamengo atacar com paciência e sem perder a concentração defensiva, grande virtude na vitória sobre o Fluminense na primeira final estadual. No primeiro tempo, alguma afobação e um dilema na execução do 4-1-4-1 proposto por Zé Ricardo: Guerrero era o único jogador capaz de um passe diferente quando recuava para articular. Mas também é o finalizador mais eficiente do quinteto ofensivo.

Sacrificado, o peruano não se escondeu. Pelo contrário. Das 23 finalizações, tentou nada menos que 13. Na primeira etapa, porém, a única oportunidade cristalina foi completando passe de Willian Arão e chutou em cima do goleiro Toselli. A mais clara, no entanto, foi de Fuenzalida infiltrando livre entre Rafael Vaz e Trauco.

No segundo tempo, a surpresa com Rodinei na vaga do apagado Mancuello, que desta vez não tem desculpa pelo mau rendimento. Foi escalado na função para a qual foi contratado no início de 2016 e não deu sequência às jogadas.

Com cinco minutos, golaço de canhota do lateral reserva transformado em ponteiro. Rodinei seguiu voando pela direita, fazendo dupla com Pará. Gabriel, centralizado, mesmo com todas as suas limitações, confundiu a marcação adversária circulando às costas dos volantes. Mas novamente faltou contundência para matar o jogo.

Pagou com a única finalização de Santiago Silva no jogo. Cabeceando entre Rever e Vaz. Em três conclusões do centroavante nas duas partidas entre as equipes, dois gols. Silêncio no Maracanã, massa preocupada, time tenso.

Entrou em cena Guerrero, para marcar exatamente na finalização mais complicada: com o marcador em cima, o chute cruzado entre as pernas do defensor e no canto de Toselli. Depois de onze tentativas. Haveria mais uma, no final, bloqueada.

Mas a vitória a esta altura já estava definida pelo gol de Trauco. Lateral que virou meia de novo, com a entrada de Renê no lugar de Gabriel. Mas centralizado, porque aparentava cansaço e Everton seguiu recompondo no setor esquerdo que a Católica atacava seguidamente.

Gol de perseverança, na sequência de chutes que podia ter virado um passe para Arão livre. Mas a conclusão de direita entrou e resolveu a questão da penúltima rodada. Não garante a classificação e envolve até um certo risco, já que a derrota na Argentina combinada com a vitória atleticana no Chile elimina o time carioca.

A rigor, um time que finalizou 40 vezes no campeonato, média de oito por jogo, já deveria estar com a vaga garantida, 100% de aproveitamento. Ainda falta contundência, que pode fazer falta mais à frente na temporada.

Mas valeu pela liderança do Grupo 4 e, principalmente, por seu simbolismo. Por não se entregar nem se desesperar depois do empate. Por manter o foco na competição que é prioridade em 2017.

Pelas mudanças do treinador que, mesmo questionáveis para quem não entende a diferença entre posição e função, deram certo na prática. Sem Diego, Donatti, Romulo e Berrío. Fora Conca. Com bela atuação de Marcio Araújo na proteção da retaguarda.

Na prova mais difícil até aqui, o Flamengo passou com louvor.

Fonte: André Rocha | Uol

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  • “Ainda falta contundência, que pode fazer falta mais à frente na temporada.”

    Acho que a gente vai melhorar, lembrando que nossos lesionados e suspensos (Berrio) estarão voltando e nossa qualidade técnica vai subir; e acho que isso já vai acontecer no jogo contra o San Lorenzo.

    OBS: Na minha opinião Gabriel e Mancuello não foram bem, mais uma vez.

    SRN #VaiPracimaDelesMengo

  • Cara, Baidu queimando minha língua.
    Parabens pelo jogo MA.

  • Tenho que dar meu braço a torcer: Márcio Araujo jogou muito bem. Mostrou valor. Mancuello tem que fazer algum trabalho de força. Ele é muito fraco fisicamente. Não consegue atingir o ritmo dos jogos.

    • fraco fisicamente e corre todo torto, ja reparou?

  • Primeiro tempo foi uma pelada de fim de ano. Mancuello jogando de 9 só pode ser brincadeira.

    • Por isso que saiu no intervalo. O Mancuello deu uma de louco onten…oh cara ruim

      • Deu uma de louco ou seguiu instruções ?

    • E tem gente que diz: “Ah ele nunca joga na posição real dele”. Tá ai, fez nada ontem, jogando na posição em que ele se destacou no seu time anterior, mostrou que o problema realmente é ele, até agora só jogou bem contra os times pequenos no carioquinha no inicio do ano.

    • Pensei a mesma coisa… O que o Macuello está fazendo lá na frente de 9 e deixando buraco no meio campo para os caras atacarem???

  • Só achei que com o Gabriel o time sofreu não fez nada em campo, até mesmo no segundo tempo o time sofreu na esquerda, e a questão do Mancuello, acho que o time estava mal na defesa, estava espaçado demais este não é um exímio defensor, e sim bom na recomposição o Católica entrou com três meias rápidos e bastante intensos, mudando de variações, acho que isso pegou o time e Zé de surpresa, sendo assim não soube se reorganizar dentro das característica da Católica. Acabou que ficamos mais num 4-2-3-1 do que o 4-1-4-1. Foi uma partida em termos de organização muito abaixo em todos os sentidos, defesa -meio e ataque, sobrou raça e vontade!
    Ultima pauta, faltou pontaria!

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