Era 26 de maio de 2016. No CT Ninho do Urubu, o presidente Eduardo Bandeira de Mello comunicava a substituição de Muricy Ramalho pelo técnico da casa Zé Ricardo no comando do Flamengo. A decisão surpreendeu – Abel Braga era o favorito ao cargo naquele momento -, mas rendeu alguns frutos ao clube. Um ano depois, no entanto, o treinador lida com um time abalado pelo recente vexame na Copa Libertadores e o clima tenso na relação com a torcida.
No início, Zé Ricardo conseguiu o que parecia improvável. Sem experiência com jogadores consagrados, o técnico campeão da Copinha motivou o elenco após três eliminações consecutivas – Campeonato Carioca, Primeira Liga e Copa do Brasil. O Flamengo sem padrão de Muricy mudou e fez um Brasileirão sólido. A briga pelo título com o Palmeiras foi até as últimas rodadas, quando o time falhou em sequência e precisou se contentar apenas com uma vaga na Libertadores.
Naquele momento, Zé Ricardo já ouvia questionamentos de parte da torcida e de conselheiros do clube. Nunca se escondeu o temor nos corredores da Gávea por disputar a principal competição do continente com um técnico ainda inexperiente. A eliminação para o Palestino na Copa Sul-Americana era lembrada a todo o momento pelos mais radicais no dia a dia rubro-negro. A diretoria bancou e o Flamengo iniciou 2017 com o treinador formado em casa.
O título carioca veio e quebrou um jejum de três anos sem conquistas do clube. No entanto, tudo foi por água abaixo com a eliminação precoce na Libertadores. O Rubro-negro deu adeus ao que considerava a menina dos olhos da temporada com requintes de crueldade. O gol do San Lorenzo-ARG no último minuto foi um vexame do elenco milionário que se atrapalha na busca de um título de expressão.
Neste contexto, as convicções de Zé Ricardo ficaram expostas. A insistência com jovens da base em jogos decisivos enfrenta resistência nas arquibancadas e nos bastidores. A improvisação de jogadores também não costuma ser bem recebida. Um exemplo foi na sofrida classificação na Copa do Brasil. O Flamengo iniciou a vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-GO com quatro laterais em campo – Pará, Renê, Trauco e Rodinei.
O time se mostrou incapaz e por muito pouco não sofreu o segundo gol antes de conseguir a vitória. Uma nova eliminação passou perto da Gávea, o que deixaria a situação de Zé Ricardo insustentável. No mesmo jogo, o contestado Matheus Sávio entrou e deu o triunfo ao Rubro-negro em um lance de sorte. Enquanto conversava com o jogador, o técnico era vaiado e chamado de “burro” no Serra Dourada e nas redes sociais. Não dá mais para camuflar o clima de tensão entre comandante e torcida, assim como o abalo psicológico dos jogadores, admitido até por Guerrero.
E tudo isso tem uma explicação. A eliminação na Libertadores não foi digerida. O elenco, então elogiado pelos torcedores, terminou recebido com protestos no Rio de Janeiro depois da tragédia na Argentina. A sintonia virou naquele momento. No vestiário, em Goiânia, nenhuma comemoração pela vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Zé ainda não conseguiu fazer o Flamengo “virar a chave” e caminhar em busca de outros títulos na temporada.
“A ferida está aberta. São nas noites que pensamos que poderíamos ter dado um pouco mais no objetivo de sair campeão da Libertadores. É complicado esquecer, mas precisamos fazer isso. Não comemoramos a classificação, pois ainda dói muito. Mas precisamos esquecer tudo isso para não nos atrapalhar daqui para frente”, afirmou um abatido Paolo Guerrero.
Longe de ser unanimidade e com a obrigação de reparar mais um vexame sul-americano, Zé Ricardo completa um ano de Flamengo sem saber o que esperar pela frente. Como qualquer técnico, ele precisa de resultados para continuar referendado pela diretoria mesmo com a resistência crescente da torcida.
O aniversário de um ano poderia até ser celebrado com festa, mas o panorama atual passa longe de qualquer comemoração. Ao técnico resta apenas juntar os cacos e tentar fazer do Flamengo o que conseguiu em boa parte do Brasileiro de 2016. Caso não consiga, dificilmente o novato terá a oportunidade de celebrar mais uma marca como a deste 26 de maio.
Zé Ricardo dirigiu o Flamengo em 68 jogos oficiais. Foram 39 vitórias, 18 empates e 11 derrotas. O treinador foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de 2016 e campeão carioca de 2017. Nas competições de mata-mata, ele terminou eliminado da Copa Sul-Americana do ano passado pelo desconhecido Palestino e caiu na primeira fase da Copa Libertadores, em mais um vexame histórico do Rubro-negro.
Fonte: Uol
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Repito e insisto, o Flamengo não saiu da Liberta porque perdeu pro San Lorenzo, mas porque deixou de pontuar em outros jogos fora em que foi superior ao adversário. Perder na Argentina para um time como o do Papa, não é algo anormal de acontecer.
Sei que está dolorido para todos, ainda mais da maneira que foi aos 47 minutos do segundo tempo e com a combinação de vitória do time paranaense fora de casa.
Mas precisamos levantar a cabeça e acreditar. O trabalho do Zé Ricardo é no mínimo bom, e os jogadores tem a sua parcela de culpa também. Vencer o Flamengo hoje é muito difícil e não se atenham a última partida pela Copa do Brasil, o time dificilmente repetirá uma partida ruim como aquela.
Deus te ouça
Logo depois do jogo contra o San Lorenzo, falei que havíamos sido eliminados pelos gols perdidos fora de casa, mas também e muito porque abdicamos de jogar na Argentina. Esse jogo não pode ser minimizado, foi nossa pior atuação na Libertadores e de uma covardia que não costuma passar impune. Perder para o time do Papa lá pode até ser normal, mas não da maneira como foi. Até porque eles jogaram pior do que a Universidade Católica no Chile e Atlético-PR em Curitiba, que atacou menos, mas foi uma equipe mais organizada. Sobre o Zé, a evolução do trabalho depende do quanto ele está disposto a rever suas convicções.
Ele teve a pré-temporada para trabalhar formações diferentes do 4-2-3-1 / 4-1-4-1 e não fez, apenas adaptou, por necessidade, jogadores de diferentes funções às posições nas quais tinha desfalques, notadamente na ponta. Começou no jogo contra a Católica, onde o Flamengo não atuou de fato com 3 volantes, pois o Arão era o meia-direita, e em jogos mais recentes tivemos os famigerados 4 laterais. Mesmo a escalação do Mancuello aberto não pode ser considerada uma mudança tática, pois manteve o mesmo desenho. O pior foi que, passado os dois primeiros jogos, ele foi ficando cada mais preso ao lado direito, como fazem Gabriel e Berrio, provavelmente por orientação do técnico. Como não tem as mesas características, não funcionou nem pra ele nem para o time.
Mas o que mais se questiona são as oportunidades infinitas para jogadores que cansam de errar, se mostram limitados, mas têm vaga cativa no time. Nem precisa citar os nomes. Outros jogadores não recebem as mesmas oportunidades e, mesmo que entrem e joguem bem, voltam pro banco. Difícil conquistar títulos importantes assim. O apego ao que conhece pode proporcionar regularidade, mas também torna o time previsível e limitado. Agora que está pressionado, vamos ver se ele vai repensar isso. SRN
Zé Ricardo tinha e tem tudo pra fazer uma jornada melhor par Flamengo e para si próprio. Mas inacreditavelmente sobre do mesmo Mal dos inúmeros treinadores do Flamengo.. é 'cabeça dura' não faz o óbvio em substituir jogadores que não estão rendendo, e mantê-los no time titular, irritando a torcida, só pra mostrar a tal convicção idiota dos treineros.. uma pena. Mas ainda há tempo se acordar pra vida! Quem sabe?
No Flamengo tem algo estranho quanto a escalações.
Gabriel, "revelado" na pelada do presidente do Bahia, empresariado em 50% pelo famoso Carlos Leite, jogou com todos os treinadores.
Márcio Caramujo e Ronaldo são do mesmo empresário, André Cury. Óbvio que vai jogar o mais velho, que tem menos mercado que o mais novo.
Rômulo provavelmente é outro que vamos ter que aturar, mesmo Carlos Leite, de Wallace, Gabriel e Cia.
"Título da Libertadores"
Alguém em juízo perfeito confiava no título do Flamengo ?
Esse negócio de falar em Mundial antes da Libertadores é um zica danada.
Só a turma idiota do Cheirinho e do Bandeira de Mito que não percebe.
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Tenso é pouco...
Zé Ricardo está longe de ser perfeito. Mas muito longe. Mas é quem faz o melhor trabalho em anos no Flamengo. O elenco tbm está longe de ser perfeito. Por sinal, além disso, o elenco hoje está bem fragmentado sem Everton, Berrio, Conca e Diego. Fora Donatti e o indigesto Gabriel.
Tem que seguir em frente mesmo, esquecer essa de Libertadores pq não tem mais nada a ser feito em relação isso.
Hoje os melhores técnicos estão empregados, inclusive o ZR. O resto não tem nada a oferecer ao Fla.
Exatamente, mas os modinhas e falsos rubro negros ao invés de apoiar o time, só ficam cornetando.
SRN
Excelente treinamento profissional para o professor, só acho que agora ele deveria pedir uma licença e fazer um estágio de 1 ano na europa. Depois volta!!!
Números não ganha campeonatos, e outra só ganhou no sufoco de times pequenos,perdeu SulAméricana,Brasileiro e agora Libertadores vai esperar mais o que pra mandar embora cair pra segunda.
Insiste em Vaz,Márcio Araújo, William Arão, Gabriel, não dar chance ao Ronaldo e Cuellar que ta indo embora em Definitivo pra ficar com Márcio Araújo e Rômulo songa monga, é só ver o Wendel, Douglas do Fluminense da base, e o Douglas Coutinho do Vasco jogam muito e são da base, e esse Paneleiro FDP não dar chance.
Foraaaaaaa FDP
Modinha. Jorge tinha todas as chances.
Vizeu tem várias chances. Sávio, paqueta, Ronaldo, thiago, Cafu.
Um ano de "treinamento" e ainda não vi uma jogada ensaiada. Dá brechas até pro Vaz pegar a bola pra bater falta.
Vários gols saem de bolas paradas. Escanteio, falta, lateral
Contra o Flamengo... normalmente. Nessa última partida saiu, mas em bola rebatida, nao foi planejado aquilo.
Esse sim, um grande treinador de merda. Treineiro, cabaço, se diz intelectual e estudioso. Ele tá fudido na ilha da nação, se ele não perder o emprego depois do jogo contra o atlético paranaense, eu desisto desse presidente. Renato gaúcho com um elenco bem inferior, tá se saindo bem. O Zé tem em mãos um ótimo material humano. Mas insiste na burrice.
EBM tem que decidir se quer fazer do ZR um grande técnico ou fazer do Flamengo um grande Campeão.