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EBM, a onipotência e as sombras

Eleito com o grupo conhecido Chapa Azul, idealizado por Luiz Eduardo Baptista, no final de 2012 e reeleito três anos depois encabeçando a parte do grupo que não aderiu a dissidência, Eduardo Bandeira de Mello tem sido alvo da idolatria de alguns torcedores e de críticas veementes de outros.

A idolatria, exagerada ou não, decorre de um elogiável trabalho de saneamento das finanças rubro-negras após o Clube ter sido desmoralizado e quase chegado à bancarrota na desastrosa gestão de Patrícia Amorim.

Ocorre que este resgate não é fruto do trabalho de uma só pessoa, sendo oportuno lembrar que Eduardo Bandeira de Mello, antes de acumular a Vice-Presidência de Futebol, exercia função exclusivamente institucional, representando o Flamengo nos atos que demandavam a presença do mandatário máximo do Clube.

Bandeira de Mello, não obstante sua formação em Administração de Empresas, não é um líder nato e não exercia, antes de assumir a VP, funções executivas no Flamengo, sendo que os papéis decisivos no planejamento financeiro foram do competente Rodrigo Tostes, nos primeiros anos, e do craque Cláudio Pracownik.

Desta forma, afigura-se errôneo considerar Bandeira “o Salvador”, pois a credibilidade do Clube tem sido recuperada por grandes executivos que dão suporte imprescindível à Presidência desde o início.

Bandeira, o qual fez carreira em um banco público, é o homem que estava no lugar certo e na hora certa, após a impugnação da candidatura de Wallim Vasconcellos, tendo atraído, nos anos subsequentes, o apoio de correntes políticas suficientes para sua manutenção.

Do ponto de vista das críticas, a principal que os torcedores fazem a Bandeira de Mello é sua passividade e pouco pulso, agindo, muitas vezes, com espírito de acomodação em momentos graves nos quais os profissionais do Departamento de Futebol mereciam, no mínimo, “uma sacudida”. A derrota não pode ser vista como algo corriqueiro no Flamengo.

Enquanto EBM ficou nas sombras e exercendo funções de mera representação institucional, pouco tinha trocado os pés pelas mãos, atraindo, durante tal período, muito mais admiradores que oponentes.

O inferno astral do Presidente começou quando resolveu “interinamente” acumular a Vice-Presidência de Futebol, tendo, na sequência, abraçado a função – da qual mal entende e não tem perfil para exercê-la – como se fosse a sua principal e inarredável missão.

A partir de então, as inusitadas entrevistas de Bandeira de Mello, inclusive qualificando os críticos como “falsos rubro-negros”, a falta de atitudes mais enérgicas, o individualismo e, por fim, a malsinada “banana” que mandou para “um torcedor” em Florianópolis, durante o jogo contra o Avaí, revelaram que o mandatário não tem condições de capitanear a pasta mais importante do Clube e deve retornar, urgentemente, à função para a qual foi eleito: a de representação presidencial.

O profissionalismo propalado pela atual gestão demanda menos vaidade e mais bom senso, devendo Bandeira de Mello assimilar que ele é uma peça importante da engrenagem, mas apenas uma das peças, a qual deve restringir-se ao exercício dos já assoberbados deveres presidenciais, abandonando a pretensão da onipotência.

Que EBM volte às sombras da institucionalidade. Que venha logo um novo Vice-Presidente de Futebol, firme, disponível e entendido da função. “Cada macaco no seu galho”, pelo bem do Mengão, cujo elenco tem qualificação suficiente para não contentar-se com a mediocridade. A torcida quer vitórias.

Saudações Rubro-Negras! Vamos, Flamengo!

Cláudio Sampaio

Ver comentários

  • Daqui a pouco teremos uma coluna sobre o EBM com os dizeres

    The Winter is coming!!

    SRN

      • É essa a diferença de aparecer no momento certo contra aparecer no momento errado. Presidente não pode cansar a própria imagem. É outro modo de falar atue nas sombras.

  • E o seguinte ta vindo um jogador ai
    Que vcs vão fazer aerofla mais do que diego e Er7

  • EBM não tem perfil de cobrança (ao menos publicamente).
    E Mozer é um fantasma, de tão insignificante ninguém nem mesmo comenta dele.
    Precisa trazer um VP de futebol que diz que está junto com os jogadores mas que dá um esporro daqueles, até porque essa galera recebe aí, 300, 400, meio milhão por mês e tem que aguentar a pressão. E se a torcida quiser apoiar é porque está de bom humor.

    Só peço que não façam o Flamengo perder mando de campo, temos 8 de 10 partidas no Rio e precisamos engrenar.

    • Melhor comentário. Tem que trazer um VP e mandar o Mozer embora. Serve pra nada. O Gabriel Skinner voltou da China e está no Criciuma. Traz ele pra gerente de futebol de novo Flamengo!

  • EBM é um excelente gestor financeiro e tbm ótimo negociador, não há dúvidas em relação a isso, mas ele precisa ir atrás de profissionais melhores principalmente na área futebolística do clube

  • Quando a o jogo sujo da política se sobrepõe à paixão pelo FLAMENGO. É evidente a tentativa de usuários deste canal em tentar denegrir o excepcional trabalho realizado pelo EBM à frente do Mais Querido. É evidente que não faz nada sozinho, está cercado de excelentes profissionais, como os citados pela coluna, mas vivemos um regime presidencialista em que os louros são capitaneados pelo detentor do cargo. Nunca em mais de cem anos de história se fez tanto pelo FLA. Estamos caminhando a passos largos para dominar o Brasil e a América Latina, quiçá nos aproximar dos europeus. Mas para satisfazer interesses pessoais é preciso atacar o que o resto do mundo elogia. É óbvio que existem erros, mas os acertos são tão magníficos que os eventuais erros em breve serão esquecidos. Força, EBM, a NAÇÃO está com você!!! Mesmo que os títulos mais importantes não venham em 2017, acredito que virão, não se desvie deste caminho, pois não nos deixaremos contaminar por interesses pessoais mesquinhos em detrimento do futuro do FLAMENGO. SRN.

  • Muito bom o texto. Nossa sociedade tem mania de acreditar em salvadores da pátria e acaba sempre quebrando a cara. Com a Nação não é diferente. Vejo muita gente agindo como se o EBM tivesse tirado o Flamengo da lama sozinho, mas isso está longe de ser verdade. Nem mentor intelectual do projeto ele foi. Tem crédito pelo que ajudou a construir, mas não merece receber todo o crédito sozinho, porque seria injusto com outros protagonistas da recuperação do mais querido.

    Se o EBM realmente quer o bem do Flamengo, deveria começar ouvindo mais a torcida e reconhecendo suas limitações pra deixar de lado esse totalitarismo que impera hoje em dia. Não dá pra cagar solenemente para o que os torcedores têm a dizer e depois ficar com hipocrisia de que a torcida é fundamental, de que é nada do Flamengo e tudo pelo Flamengo. EBM, se você considera realmente a torcida tão importante assim, começa a ouvir mais o que ela tem a dizer. O Flamengo não é seu brinquedinho.

  • Assino embaixo o lúcido texto. O EBM tem se mostrado um Presidente equilibrado na condução do clube, mas não é o principal responsável pela revolução ocorrida no Flamengo, até porque não fazia parte do grupo de empresários que iniciou esse movimento em favor do nosso clube. Para se liderar, há que saber conviver com as críticas. Elas, se bem aproveitadas, nos levam à reflexão e possíveis correções de rumo. Aprender a lidar com o poder não é tarefa fácil, nem para amadores. Saudações rubro-negras.

  • "A derrota não pode ser vista como algo corriqueiro no Flamengo."
    Nada pode ser tão mentiroso e falacioso como essa afirmação. O desavisado que a lê pensa que o FLAMENGO foi o time mais vitorioso nas duas últimas décadas e que só experimenta fracassos na gestão EBM. Apesar de ter sido dolorosamente desclassificado na libertadores (fato que experimentamos em todas últimas participações), o desempenho do FLA é um dos melhores do país, tendo sido derrotado pouquíssimas vezes nos últimos meses. Os derrotados utilizam-se de jogo sujo e raciocínios equivocados -aproveitando-se do momento ruim do time- para tentar desmerecer o excepcional trabalho do EBM e sua equipe. Não conseguirão. Somos soldados do FLAMENGO e estamos com nosso comandante EBM. Força, Bandeira, a NAÇÃO te apoia.

  • "A derrota não pode ser vista como algo corriqueiro no Flamengo." Torceu durante 93-07? Pessoal fala como se estivéssemos com 20 Brasileiros em 20 anos, 18 libertadores e 15 mundiais.

    A grande verdade é que o período de ouro do Flamengo foi entre 80 e 92. Depois foram 20 anos de TERRA ARRASADA, passando 15 anos na parte de baixo do Brasileiro e colecionando fracassos internacionais e nacionais. Ganhamos um brasileiro que caiu no nosso colo e uma copa do Brasil, mais nada (a não ser que considere cariolixo algo super importante)!

    Agora que estamos voltando a ter um time competitivo, devemos cobrar, mas nunca esquecer das práticas e dos dirigente que DILAPIDARAM o Flamengo durante 20 anos. Parem de falar como se fossem décadas douradas e que agora está piorando. Nada mais diferente da realidade.

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