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Ídolo do Fluminense, Conca vai disputar primeiro clássico pelo Flamengo

O ex-jogador Branco enxerga em Conca um pouco da sua história. Colecionador de títulos pelo Fluminense nos anos 80, com a conquista do Brasileiro como apogeu, em 1984, o então lateral-esquerdo decidiu se aventurar no Flamengo, em 1995, após uma segunda passagem pelo Tricolor em 1994, entrecortada por uma aventura no Corinthians no mesmo ano.

— É uma história parecida com a minha. Conca teve sucesso pra caramba no Fluminense. Agora, está no Flamengo. Quando eu fui, Romário tinha sido contratado e o Kleber Leite (então presidente) me fez o convite. Eu queria vir para o Rio. Sorte que a torcida tricolor nem pegou no meu pé. Apenas gritava: “Eô, eô, o Branco é tricolor” — lembra o ex-lateral.

Sem resistência dos antigos fãs, Branco não teve dificuldades no Flamengo. Nem dificuldades, nem títulos, é bom lembrar.

— Ganhei tudo pelo Fluminense, não ganhei nada pelo Flamengo e ainda perdi um título graças a um gol daquele barrigudo, o Renato Gaúcho (risos). Muita gente diz que manchei minha carreira, mas foi legal ter jogado no Flamengo, onde fiz 12 gols. Mas preciso destacar: no Fluminense, vivi um casamento perfeito. O clube abriu as portas do mundo para mim.

Mauro Galvão sentiu duas vezes a dor de quem trai seus fãs. Ídolo do Internacional a partir do fim da década de 70, mudou-se para o Grêmio nos anos 90. Xerife do Botafogo de 87 a 90, ganharia alguns dos mais importantes títulos da história do Vasco, de 97 a 2000.

— Foi difícil para mim. A torcida sempre sente muito. Mas o que atenuou um pouco foi o intervalo longo entre minha passagem por um clube rival e outro. Não saí do Inter direto para o Grêmio. Nem do Botafogo para o Vasco — lembra.

O ex-zagueiro acredita que Conca não sofrerá tanto desgaste. Os tempos mudaram, o futebol também.

— Antigamente, essa situação era o fim do mundo. Achavam que a mudança para um clube rival era uma traição máxima. A cobrança era uma loucura. Isso mudou. Conca tem que demonstrar no campo que é profissional e jogar bem — encerra.

Fonte: O Globo