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MCP: “O fim dos ‘carregadores de piano’ no futebol”

Quando o assunto é futebol, ainda lemos e ouvimos “coisas” que remetem ao passado. Não é preciso se tornar usuário de expressões como “triângulo de base alta” ou ser um adepto ortodoxo do dialeto tatiquês para entender que alguns conceitos ficaram lá atrás. E há tempos não se encaixam no futebol atualmente praticado.

Muletas como “alguém tem que carregar o piano”, são apoiadas em ideias superadas, e favorecem jogadores ruins. Hoje todos carregam o tal piano, certamente mais pesado do que há algumas décadas, graças ao jogo muito físico, intenso, sem espaços generosos por onde um dia desfilaram craques e pernas-de-pau que para eles e por eles corriam.

Claro que no futebol nem todos se movimentam da mesma forma ou percorrem distâncias idênticas. Características, idades e funções decretam diferenças específicas. Mas na montagem de um time, fica cada vez menos aceitável estrutura-lo em função de um ou dois que “não correm” para que outros cumpram a quilometragem mínima por eles.

Obviamente há casos específicos nos quais alguém muito talentoso, realmente acima da média, veterano ou de perfil pouco participativo cria uma zona de conforto. O conjunto se adequa a tal elemento ao reconhecer seu poder de desequilíbrio dentro de um cotejo. E alguns se matam quando a pelota está com o adversário para o tal descansar, até que a mesma seja recuperada e o campeoníssimo volte a jogar.

Mas isso é cada vez mais raro. Não apenas pela dificuldade de se conseguir alguém de fato tão acima da média, como pela necessidade de participação coletiva. O que é comum, óbvio, rotineiro em vários países ainda é visto como tema de discussão no Brasil.

Importante na vitória sobre o Avaí, sábado, pela Série A, Nenê cumpriu função diferente do habitual. Não marcou alucinadamente como se fosse um desses pontinhas velozes, que “fecham o corredor”, como dizem os “professores”. Mas fez o lado esquerdo, fechando espaços sem a bola e abrindo-os na jogada decisiva em que serviu Yago Pikachu, lance do tento único da peleja.

O Vasco não gira mais em torno de seu veterano camisa 10. Nenê começa a contribuir jogando para o time, não mais o time para ele. Sequer precisa correr tanto quanto o volante Wellington, por exemplo. E aí entram as diferenças citadas, pelo perfil, idade e função em campo. Mas não cabe mais o jogador que age apenas quando sua equipe está com a bola.

O exemplo vascaíno, em fase de mutação, faz contraponto com o rival Flamengo, que desenvolveu uma espécie de dependência espontânea de um “carregador de piano”. Márcio Araújo se sustenta como titular em função da rapidez e capacidade de recuperação na retomada da posse de bola, que muitas vezes ele mesmo perde, por sinal.

Jogadores com tal perfil vão ficando para trás a cada dia, pela dificuldade que apresentam quando a equipe está com a pelota. Fazem pouco com ela nos pés. Não sabem tocar o piano. E jamais aprenderão.

Não estranhemos ver até o pianista mais talentoso segurar uma das pernas do pesado instrumento para deixá-lo no melhor lugar. E é melhor assim do que o carregador cumprir quase solitariamente tal papel. E por tê-lo levado até lá no muque, sem ajuda do “músico”, ganhar um lugar na orquestra para a qual não está qualificado.

Fonte: Mauro Cezar Pereira/ESPN

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • Esse tipo de jogador não tem mais espaço,principalmente em um grande time como o Flamengo. Não basta ser voluntarioso, tem que saber o que fazer com a no pé

  • esse jogador, volante cabeça de bagre, carregador de piano so existe aqui no brasil, em outros lugares sabem sair jogando, fazem gol e até passe sabem dar, isso começou nos inicio dos anos 90 com o dunga e se firmou na era luxa e felipão no brasil, e graças a deus esta acabando o que sobrou e que ninguem aguenta mais ver que o marcio araujo.

  • Sabe qual é o problema? Emocional. Se o Flamengo combater esse problema emocional que tá assolando o time nos últimos anos, não só vai ganhar tudo que disputar no Brasil, como vai ter grandes chances de beliscar nosso tão sonhado título sulamericano.

    Que problema é esse? Simples: Levar gol. Eu não percebo o time abalado quando tem um jogador expulso. Mas quando leva um gol, parece que o chão se abriu.
    Isso aconteceu especialmente no jogo contra o Ixpó em recife, em que após o gol, o time ficou tão apavorado, que não trocava 3 passes certos.
    O dia que esse grupo FORTÍSSIMO que temos, que é dirigido por um técnico que é muito inexperiente, visto que sequer muda o esquema de jogo, perceber que tanto fazer gol, quanto levar gol é do jogo - e que a partida ainda continua, veremos a nova potência sulamericana rubro-negra em todos os jogos.
    Fiquei lembrando do jogo que fizemos contra o tricoflor em 2004, que fizemos 1x0 com Jean, tomamos a virada de 3x1 e com Felipe, Roger e Roger novamente viramos pra 4x3. E também em 2012, com Imperador e Love, viramos o jogo de 3x2 pra 5x3 com 1 jogador a menos.
    E pq conseguimos essa virada? Respondo: Os jogadores não ficaram com medo da derrota ao levar o gol. Uma vitória ou derrota só ocorre ao fim do jogo, não após levar o gol.

    Que tenhamos esse pensamento de hoje em diante, pois assim, teremos um time forte no ataque, forte no meio, forte na defesa e quem tem que se preocupar em não levar gol, é o adversário e não o Flamengo. Pense nisso antes de escalar Márcio Araújo, Zé Ricardo. A sua chance é essa.

    SRN

    • ótima observação Paulo...
      Porém, isso acontece devido eles (o que estão em campo), saberem que o time não está bem e que o jogo coletivo não flui!! a partir do momento que o jogo coletivo fluir, pode ter certeza, que veremos mais viradas desse time!!

      • O márcio araújo é escalado exclusivamente pelo medo que o ZR tem de levar gol. Ele chegou ao absurdo de admitir que o rômulo é 2º volante, por sair pro jogo.
        Ora, quer dizer que um defensor não pode ter técnica, então o Juan também deve ser 2º volante e não zagueiro, concorda?
        Eu fiz essa observação, pra mostrar que o Cuéllar é jogador de força e passe, o Romulo é jogador de técnica e passe, Ronaldo idem, já Massaraújo é jogador de força e defesa. Isto basta pro ZR.

        Mesmo tendo pontas defensivos ele não arrisca colocar jogadores que podem ir à frente pelo maldito medo de levar gol. Mesmo que o time faça muitos

  • O negócio é muito mais embaixo... se ele realmente ajudasse com a velocidade dele na marcação... pronto, daria para engolir ele no time... mas vou repetir de novo... EU NÃO VEJO PODER DE MARCAÇÃO NO MARCIO ARAÚJO... é um jogador preguiçoso, que corre a hora que quer, não se movimenta... se posiciona mal, sempre está correndo atrás do adversário, e ilude "alguns" com isso, pq recupera 1 bola em 90 minutos.... E quanto aos 89 minutos.... o q fazer???

    • Há vários exemplos disso que você falou. Jogadas em que ele larga o jogador que estava marcando, e esse aparece na cara do gol. Mas tem um número que pra mim derruba totalmente a tese de que o Márcio Araújo é um grande marcador: o Cuellar, com 4 jogos no Brasileiro, já desarmou mais que ele em 8 partidas. Não há mais argumento para manter alguém tão pouco efetivo.

  • Comentários inconstantes mostra as incertezas do comentarista, outro dia na libertadores o Márcio era muito útil agora já não serve para o elenco.

    • Não lembro do Mauro ter falado que o Márcio era útil .
      Lembro apenas dos Palmeirenses da Fox elogiando ele, no jogo contra o Católica no RJ.

    • Lembro bem do comentário do Mauro Cezar. Ele afirmou que o Marcinho pode e deveria ser aproveitado em situações específicas de jogo. Nunca o time deveria desenvolver dependência a ele ao ponto da escalação começar por esta figurinha.
      Outra: que um time no estágio do Fla atual, com outra realidade econômica e com possibilidades cada vez maiores não deveria contar com um jogador cuja importância estaria presa aos conturbados anos pós-Patty Amorim. Time de ambição não pode até porque não funcionaria ter no elenco titular um jogador tão limitado.
      Mauro ainda comparou Marcinho aos volantes do Atlético Mineiro, Parmera, Santos e Grêmio com a óbvia perda do nosso camisa 8.
      Saudações rubro-negras.

  • Mauro Cézar Pereira para vice de futebol do Fla! Se até Kléber Leite ex-repórter foi presidente, por quê não? Kkkkk

  • Sensacional o texto do Mauro.

    Márcio Araújo é o único jogador que foi titular em todos os jogos do Flamengo no Brasileirão.
    Sentiram como quando se trata de Marcio Araújo, a coisa desequilibra ?

    Marcio só vai parar de ser escalado se não renovarem contrato dele.
    Em nenhum clube ele ficou no banco, os técnicos ultrapassados do Brasil, que nem na China ficam, sempre acham o Márcio fundamental.

  • 2014 o fla campeão carioca,, gol do marcio araujo,, chegou na copa do brasil semifinal o que já foi pra mais de meia temporada.. o fla acabou por aí meio de tabela.. jogou um ano mais ou menos, ==== falsa sensação de time bom,,
    2015 tb, algo parecido 6 vitorias seguidas.. ou seja noa teve muito a ideia do time ser ou estar jogando ruim ====falsa sensação de time bom,,
    2016 , msm coisa
    2017, os 4 primeiros meses, tb. falsa sensação de time bom,,
    conclusão é q time bom consagra jogador ruim,, é simples..
    esse cara fez lampejos em temporadas,, ele é lmitado..
    qualquer outra argumentação a favor dele, é nesses lampejos e na fase boa do time, fase enganadora..
    maior exemplo q cito é o
    valdez (barcelona) pegar um penalti num jogo e passar 6 7 jogos sem a bola se quer chegar pra ele tentar a defesa. pois tinha um time q era bom (baarcelona),
    hoje basta ver o valdez na inglaterra esse ano, ruim demais..

  • Ontem vendo o time do gremio jogar me deu nojo olhar nosso elenco cheio de meias e o ze q se diz estudioso entra com um a menos todo jogo...aliás o time do gremio tem 7 jogadores formados no clube..o ze mais do q ninguém conhece toda a base do flamengo e virou as costas pra quem lhe credenciou a ocupar o cargo que ocupa..e ah quem diga: se o ze sair,colocar quem..horas,se alguém aqui sugerice o nome do Renato ano passado seria apedrejado,assim como apedrejaram o Abel q tbm faz um bom trabalho com o pouco que tem e hoje apedrejam m.Oliveira..e nessa vamos ficando nas mãos de um estagiário,um treinador de primeira viagem que nunca foi auxiliar,nunca foi jogador profissional,nunca esteve envolvido com futebol profissional.foi ali atirado de paraquedas...

    • Se alguem fosse minimamente inteligente no Flamengo já passava uma conversa no Renato pro ano que vem. Sonho dele é treinar o Flamengo e claro ficar no Rio de Janeiro e trabalhando no Flamengo, acho que viria correndo. Como pelo visto vão morrer abraçados com o ZR até o fim do ano, empurra com a barriga e traz o Renato pro ano que vem, acho que seria uma boa.

      • Eu gosto dele pela postura de vencedor e até arrogante dele perante os adversários..isso combina com flamengo,jogo psicológico olhar de cima pra baixo e não o contrário a ponto de comemorar empate como no último domingo..ja tinha falado isso ano passado,mas advinha? Me chamaram de louco...

  • Um dos grandes problemas do Fla deve-se à limitação técnica do MA, que além de não conseguir dar um bom passe, não sabe fazer a transição e ligação do meio para o ataque. Força o Diego a voltar para buscar a bola. Além de recebê-la de costas, marcado, tentando se desvencilhar do adversário, o recuo do Diego causa um espaçamento entre as linhas e uma distância enorme do ataque. MA é um câncer. Precisa sair urgente. Chega!

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