A Alemanha foi campeã mundial em 2014 no Maracanã com sua tradicional camisa branca. Mas na vitória mais emblemática e histórica, o uniforme era rubro-negro. Assumidamente inspirada no Flamengo, numa clara tentativa de conquistar a simpatia da maior torcida do país. Conseguiu, mesmo impondo a maior derrota do futebol cinco vezes campeão do mundo.
Agora é a vez do Fla se inspirar na Alemanha. País que com três títulos mundiais resolveu se transformar. Condicionada, sim, por resultados frustrantes nas Copas de 1994 e 1998 e na Eurocopa 2000. Mas entendendo que as eliminações eram consequência de um desempenho insatisfatório. Fruto de um estilo ultrapassado.
A mudança passou por clubes, desde a formação até o profissional. O vice-campeonato mundial em 2002 ainda seguindo a velha escola poderia ser tratado como um sinal de que era possível vencer da mesma forma. Não mudou em uma vírgula o planejamento a longo prazo.
Não é na reestruturação do futebol em campo que o Flamengo precisa ter a Alemanha como espelho, embora seja um ótimo modelo. Mas sim na certeza de que a escolha de um caminho é essencialmente filosófica. Parte da ideia de que é a coisa certa a fazer. Mesmo que de 2005 a 2014 a seleção tenha convivido com eliminações seguidas nas semifinais. Da Copa das Confederações em casa até a Eurocopa 2012, caindo para a Itália.
A mudança no comando técnico, de Klinsmann para Joachim Low, foi absolutamente natural na manutenção do projeto. Na Eurocopa do ano passado, eliminação de novo na semifinal para a anfitriã França. Low segue e a perda do título não motivou nenhuma alteração no que estava projetado. Reservas na Copa das Confederações para dar férias aos mais experientes e rodagem aos mais jovens.
Com o mesmo propósito, mandou um grupo bastante jovem para a Olimpíada do Rio de Janeiro, até aproveitando o limite de 23 anos. Medalha de prata e mantendo a imagem para o mundo de prezar o bom futebol. Desde a vontade de privilegiar a técnica há mais de uma década, passando pela influência dos três anos de Pep Guardiola no Bayern de Munique para valorizar ainda mais a posse de bola. Mas também bebendo da fonte de Antonio Conte na execução do 5-4-1. Primeiro da Itália na Eurocopa e agora do Chelsea campeão inglês.
O principal: nenhuma derrota foi capaz de mudar as ideias e ideais dos alemães. Porque sabem que não há controle sobre resultados, nem garantia de títulos. Mas é saudável e também é possível fazer história pela bola jogada e não só pelas taças levantadas. Fazem porque acham o melhor caminho a seguir.
A diretoria encabeçada por Eduardo Bandeira de Mello equacionou dívidas, aumentou receitas e prometeu um Flamengo forte em três anos. A torcida comprou a ideia, mas agora começa a cobrar com mais intensidade os títulos relevantes na temporada brasileira e sul-americana.
Como se fosse uma equação exata, sem chances de equívoco: time popular + altas receitas = elenco qualificado, estádios lotados e hegemonia no país e no continente.
A questão é que futebol e matemática ou lógica nem sempre combinam. Ainda mais nessas terras de tanta alternância de poder. Com um Palmeiras que quase caiu pela terceira vez em 2014, mas com o auxilio inicial do presidente milionário Paulo Nobre e depois a injeção da Crefisa, alcançou resultados mais rapidamente: uma Copa do Brasil, um Brasileiro. Ainda vivo na Libertadores, prioridade no ano.
Agora um Corinthians que em termos de gestão tem muitas lacunas, mas dentro do campo construiu uma identidade vencedora com Mano Menezes e Tite que Fabio Carille resgata e forma um time competitivo que abre nove pontos em relação ao terceiro colocado Flamengo. O vice é o Grêmio que construiu um modelo de jogo com Roger Machado e Renato herdou acrescentando seu carisma e ajustando o que não vinha dando certo. Faturou uma Copa do Brasil e encaminhou a vaga na semifinal do mesmo torneio com os 4 a o sobre o Atlético-PR.
Clubes que no momento estão na frente do Flamengo, que acerta nas finanças, mas nem tanto no futebol. Contratações, montagem de elenco. Ano passado se equivocaram ao não preparar um estádio no Rio de Janeiro para evitar o desgaste de viagens seguidas. Custou o fôlego na reta final da última temporada.
Corrigido em 2017 com a Arena da Ilha do Governador. Questão de tempo e aprendizado. Que deve seguir mesmo que não venham o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul-Americana até dezembro. Sem a visão limitada de que é melhor voltar aos tempos de equipes vencedoras montadas sem compromisso com orçamento.
Porque mesmo que clubes vivam de glórias mais que as seleções, os títulos não podem ser um fim em si mesmo. A Alemanha começou a semear em 2000 e colheu 14 anos depois. Sem desvios. Porque havia convicção de que o resultado viria em algum momento. Porque era a coisa certa a fazer.
A seleção de Joachim Low está em mais uma decisão. Depois dos 4 a 1 na semifinal da Copa das Confederações contra o México. Mostrando ao mundo Goretzka, Werner e um futebol atualíssimo. Alternando linhas de quatro, cinco e até seis homens. Jogadores técnicos e inteligentes formados lá atrás e ganhando minutos e vivência com uma camisa pesada.
Mas se perderem a final para o Chile, país sem grande tradição com a sua melhor e maior geração da história, nada vai mudar. Nem um sinal de arrependimento de poupar os mais veteranos, nada de ”tivemos a chance de ganhar mais uma taça”. O trabalho segue com seus processos. Sem imediatismo.
Um bom norte para o Flamengo não mirar o futuro querendo voltar a um passado que deixou conquistas, mas também caos e um enorme passivo que quase inviabilizaram a recuperação dos últimos anos. Manter as contas em dia e investir em estrutura é o básico, o correto. Não necessariamente uma receita de bolo para empilhar troféus.
Fonte: André Rocha | Uol
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..."Porque sabem que não há controle sobre resultados, nem garantia de títulos"...
..."A questão é que futebol e matemática ou lógica nem sempre combinam. Ainda mais nessas terras de tanta alternância de poder"...
Quanta sensatez em poucas palavras. Sou completamente a favor desse pensamento e, por isso, acredito no trabalho de Zé Ricardo e, sobretudo, na diretoria do Fla.
Jogadores vem e vão, oscilam muito a cada momento. Aquele que foi craque em um time, não necessariamente o será no outro. Os torcedores têm mania do imediatismo, acham que porque tem um time de grandes nomes têm o direito de cravar resultados.
"Ah, porque o Brasileiro é obrigação!". Não penso assim! Eu também quero ver meu time campeão, mas não posso cobrar algo que não tenho controle. Como exigir um título de um time recheado de grandes jogadores se tem um Corinthians mais limitado e que é líder do campeonato? E a Chape, que iniciou o campeonato muito bem, sendo líder em algumas rodadas e hoje tem decaído?
Temos que entender que futebol é momento. O resultado se dá a cada jogo, dentro de campo. O Fla começou o campeonato mau, os torcedores pediram a cabeça de Zé Ricardo. Hoje, tem mostrado resultados melhores, não se vê mais tanta insatisfação como há 3 semanas.
E em todo esse contexto, não podemos deixar de reconhecer o belo trabalho feito nos bastidores: bendito seja Bandeira que deu a cara a tapa e foi firme ao dizer que não haveria caça às bruxas. E melhor ainda: não foram só palavras, podemos perceber nas ações. Isso tudo é muito bom e acredito que o Fla vai colher seus frutos num futuro não tão distante. Os tempos são outros, de organização e boa gestão, para que possa proporcionar as melhores condições de trabalho aos jogadores, atores que levam o espetáculo ao público.
Menos arrogância e mais humildade. Esse tem sido o segredo do Fla durante essa gestão.
Concordo.
Passar da primeira fase da libertadores era obrigação, ou não?
"Menos arrogância e mais humildade. Esse tem sido o segredo do Fla durante essa gestão."
Peraí, cidadão, o ebm pode saber pagar conta, mas não entende nada de futebol, centraliza o poder e sequer aceita críticas, seja xingando torcedor ou destravando repórteres que buscam a informação de modo mais critico, tal como aconteceu com o Mauro César após o jogo contra o San Lorenzo.
Além disso, a entrevista do Zé bosta ontem ao GE mostrou o quanto ele é soberbo, ao dizer que repetiria tudo de novo. Patético.
Afora isso, manter o baidu na função de volante é retroceder, escalando um volante que apenas destrói, e jamais cria ou constrói.
Boa reflexão. A meu ver é questão de equilíbrio para se vencer. O Palmeiras trouxe o Cuca, um técnico rodado, pronto e que levou o time a conquista do Brasileiro, fora o aporte financeiro para contratar jogadores efetivos PN e Crefisa). O Flamengo: aposta (hoje) em um técnico da base, ainda tem peças ruins no time (Vaz, MA, Gabriel), mas agora consegue trazer jogadores fortes para se montar uma equipe competitiva (desde a transição o Flamengo teve que "amargar" um time modesto e que teria que se manter na série A). Saneou as contas e hoje colhe os frutos. A meu ver no sentido financeiro o Fla tem um norte maravilhoso, rumo a autossuficiência...Um pequeno resumo.
É complicado traçar algum paralelo entre clube e Seleção. Alemanha é uma Seleção, um país rico, orçamento milionário...complicado. No tocante ao planejamento, renovação, gestão, OK. Nesse contexto o Flamengo ainda tem muito a aprender no futebol. Bem nas finanças, mas ainda "amador" no futebol. Desequilíbrio. Se tem um projeto forte como para esse ano com: Libertadores, CBD e Brasileirão, tinha que ter trazido um treinador mais rodado, pronto, para já montar o time competitivo, dar um padrão, montar a espinha dorsal(Zé não tem esse perfil ainda): Zé Ricardo é um técnico com potencial, mas muito "amador", fechado em seu pequeno mundo...os seus discursos demonstram o quanto ele é "verde" elogiando MA, Gabriel, Vaz de uma forma quase "intima". E os considerando "fundamentais", mesmo tendo opções muito melhores. Complicado. Que parâmetro de jogador tem Zé, para ter tanta "convicção"? Qual a sua vivência no futebol? Tudo começa pelo Técnico, que vai montar a equipe...Nesse sentido o Flamengo começa mal a meu ver, com uma "aposta" e o próprio time irregular é o reflexo disso.
O tempo passa, já estamos em Julho...a libertadores já foi....e ai, até quando esperar por um lampejo de sorte...é o que penso. SRN.
""Zé Ricardo é um técnico com potencial, mas muito "amador", fechado em seu pequeno mundo...os seus discursos demonstram o quanto ele é "verde" elogiando MA, Gabriel, Vaz de uma forma quase "intima". E os considerando "fundamentais", mesmo tendo opções muito melhores. Complicado.""
Infelizmente, essa também tem sido minha leitura...
Fala Carlos. Infelizmente batemos na mesma tecla, queria que fosse diferente...e pelo que eu vejo nos discursos dele (Zé), não vai mudar...complicado. SRN.
Pelo menos, mudar, não tão cedo...
SRN...
Pois é, mas talvez a própria diretoria tivesse consciência disto, tanto é que no ano passado trouxe o Muricy, técnico mega rodado e experiente, confiável, com respeitabilidade imensa quanto à dedicação ao trabalho, pena que não deu certo, ao contrário, foi um grande fiasco;
o barco então ficou sem rumo e colocaram o ZR, que teve a sorte de acabar de ser campeão da Copinha e que, aparentemente seria promissor, dedicado ao trabalho, identificado com o clube;
o plano, acho eu, seria o ZR assumir o time principal daqui uns dois anos ainda, até lá o Muricy consolidaria uma doutrina disciplinada (ao contrário da história recente do clube) e vencedora... o processo se acelerou e o resultado, até o momento, não é mesmo dos melhores; espero que o curso dos acontecimentos seja corrigido; torce muito para que o ZR possa melhorar suas falhas tão óbvias (já que errar todo mundo erra mesmo) e assim continue à frente do Flamengo; entretanto, a se apegar tanto a conceitos um tanto ultrapassados, que o Flamengo possa ter o profissionalismo e a sorte de encontrar, o quanto antes, um técnico do nível que o Flamengo carece atualmente.
Boa, mas ai teria que ter trazido outro já pronto para esse ano. Zé Ricardo foi uma aposta e muito arriscada...lembrando que ele teve uma eliminação ridícula na Sul Americana do mesmo ano, outra pior da liberta esse ano...e o time vem oscilando muito com ele. SRN.
É... mas na Sul Americana consideraram normal... o tipo estava sobrecarregado, ele ainda era recente... o que pegou mais foi a Libertadores deste ano, mas aí já estávamos no meio da programação do ano... se não for bem este ano, acho que haverá alteração, caso seja campeão em algo, acredito que fique...
cara libertadores com marcio caramujo e gabriel vc ainda tava iludido?
É a diferença entre uma sociedade evoluída, que entende o que é planejamento, e uma sociedade onde imperam as leis de Gérson e Gil, e onde o imediatismo suplanta o bom senso
Não vejo ninguém querendo voltar aos tempos de irresponsabilidade, mas cobrando visão esportiva, que se houvesse, teria providenciado um estádio no Rio ano passado, não teria renovado com jogadores que já não agregam ao Flamengo e reforçado o elenco para Libertadores. Só estamos nos reforçando de fato agora, como acontece há 3 anos, quando a direção espera o time ir mal no primeiro semestre pra trazer reforços em posições que já se mostravam carentes - não estou considerando aí as oportunidades de mercado que surgem no segundo semestre, mas o fato de que a avaliação ao final do ano passado era de que precisávamos apenas de reforços pontuais e esses reforços pontuais não incluíam, por exemplo, a zaga. Também não viam como fundamental trazer dois jogadores para os lados, um poderia ser suficiente, sempre confiando em quem já estava no elenco. Mas o que esperar ainda de Gabriel e Cirino?
Concordo com o André que futebol não é matemática, mas também não vejo o Flamengo fazendo todas as contas certas nessa equação pra voltar a alcançar títulos expressivos.
Rubro-negro,
Só complementando, o Departamento de Futebol estimava - indo até mesmo na contra mão do que de fato está ocorrendo até agora ao longo do ano - que o Thiago Santos seria a opção pelos lados. Com a "contusão besta", e séria, que ele teve nas peladas de fim de ano é que se alegou a necessidade da contratação de mais uma opção de lado de campo.
Entendo também que se o VJ não tivesse sido vendido pelo valor que foi talvez não tivéssemos feito as 3 contratações que fizemos no meio do ano.
Mas é muito se para termos certeza.
SRN
Eu arrisco dizer que o brasileiro, ao contrário do alemão, gosta mais da vitória do que de um futebol bem jogado.
Gostamos mais do resultado final, do que do caminho que perseguimos até ele.
É da nossa cultura. Não adianta, pode colocar vários jogadores no Flamengo jogando um futebol vistoso, com posse de bole e dribles...
Se empatar 1 e perder 2, já era o planejamento.
Concordo com vc, é o imediatismo. Nego não entende que um futebol bem jogado vai trazer mais títulos no longo prazo que um futebol feio que conquista um título solitario
Exatamente. Esse foi o grande problema da diretoria é da torcida ano passado. O Flamengo jogava mal mas vencia os jogos e chegou à libertadores e na hora que o bicho pegou o desempenho ruim falou mais alto.
A torcida não tem humildade acham que flamengo ainda é aquele de 81... se quisermos ter aquela reputação precisamos dar um passo de cada vez e parar de ficar gritando ser isso e aquilo sem ser.
A análise é sempre de resultado, e não de desempenho. Acertou em cheio, amigo!
Oq eu acho legal éq eles sempre tocam pra quem está melhor colocado fazer o gol, quem está d frente pro gol tem mais ângulo, não são fominhas, tem a obediência tática dos japoneses, só q com mais técnica e força física, acho q o Fla no momento tem o melhor time e elenco da era Bandeira, qualquer q seja o tema do post o assunto é sempre Marcio Araújo, se não for ele será Arão ou Rômulo, Ronaldo não vai jogar, MA, Arão em má fase e Rômulo múmia são do mesmo nível, jogadores ruins, o Fla deveria ter contratado um volante q presta, SRN
Alemanha, Grêmio e Corinthians trocaram de técnico sem alterar o modelo. Por que o Flamengo não faz o mesmo?
Mas o certo era vir outro com mesmo modelo de jogo do Muricy q implantou essa formação no Flamengo , Zé n gosta de joga no 433
blah, blah, blah e mais um defensor do ZR na mídia e esse é vascaíno.
Tecnico bom com tempo de trabalho, trás títulos e engrandece o clube.
Tecnico fraco com tempo de trabalho, trás fracassos e apenquena o clube.
Arsene Wenger manda lembranças!!!
Contra o México a Alemanha deu uma aula de futebol coletivo. Aquela jogada do 7x1 em que o ponta cruza a bola para outro jogador bater da entrada da área continua firme e forte. Gostaria de ver o time do Zé Ricardo fazendo isso, já que cruzam várias bolas para a área.
Olha nos jogos dos gambas, já tem uns 2 anos os cruzamentos na linha de fundo são sempre pra trás, sempre pegando a zaga no contrapė, quase ninguém percebe isso! Não tem balão dentro da área!
o zé ama o pará que so sabe cruzar pro bolo la no meio pro vento tentando a sorte.