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Coluna do Torcedor: “Zé Ricardo e a Pedra Filosofal”

José Ricardo Mannarino está longe de ser uma unanimidade. Tendo iniciado na profissão de treinador pelas categorias de base do Mais Querido, notabilizou-se por times bem montados e títulos – trajeto que o credenciou à sucessão do renomado “professor” Muricy Ramalho –  Muricy, sinônimo de trabalho, foi contratado pela diretoria do Flamengo após a reeleição do presidente Eduardo Bandeira de Mello, que buscava alguém que liderasse o time à sua vocação histórica de títulos e futebol ofensivo. Falou-se em implementar a filosofia ofensiva desde às categorias de base até os profissionais. Na época, recém regresso de um intercâmbio no futebol europeu, MR chegou falando bonito, prometendo igualar o jogo rubro-negro ao do Barcelona.

E o Flamengo começou o ano de 2016 buscando alcançar esta proposta ousada. Escalando um meio de campo com Cuellar, Mancuello e Arão, o time possuía uma boa saída de bola. Porém, com pouca criatividade, sem penetração no ataque, e com uma defesa frágil, o time não conseguia resultados – o que é fatal no futebol.

No segundo semestre, depois de várias licenças médicas e idas e vindas do hospital, Muricy Ramalho se desligou do Flamengo, cabendo ao ZR assumir interinamente o comando. Aos poucos, e ajudado pelas chegadas de Réver, Rafael Vaz, e principalmente, de Diego, o treinador interino foi conseguindo organizar a equipe, dar consistência ao sistema defensivo, e subir na tabela. Acabou efetivado e brigando pelo título do campeonato nacional, o que o credenciou a permanecer no comando da equipe até hoje.

Apesar do bom trabalho, entretanto, olhando lá atrás no discurso de campanha do Bandeira, Zé Ricardo não representa exatamente a tal “vocação ofensiva” do Flamengo. Sua organização tática e defensiva foram conquistadas com sucesso, mas às custas da qualidade do meio campo do Rubro Negro. Na metade do Brasileirão 2016, em debate com os leitores desta Coluna do Flamengo, opinei que, mesmo sendo campeão brasileiro, o nobre Mannarino não deveria permanecer no comando técnico na virada do ano, justamente por não representar esta filosofia de futebol.

Pois bem, há mais de um ano no comando do futebol, Zé Ricardo segue lutando contra críticas, e o time, apesar de manter-se como um dos principais do país, não apresentou a evolução técnica e tática que todos esperavam. E a verdade é que dificilmente irá apresentar, ainda que o Flamengo seja campeão de todos os títulos que ainda disputa (Copa do Brasil, Sul-Americana, Brasileiro e Primeira Liga). Em recente entrevista ao periódico “O Globo”, ZR revelou as suas preocupações com o sistema defensivo, e como ele entendia ser importante a manutenção de jogadores como Márcio Araújo na equipe, mesmo reconhecendo que este jogador precisava fazer trabalhos específicos na parte técnica.

Na lenda de Nicolau Flamel, alquimista da idade média, é dito que a pedra filosofal é aquele objeto capaz de transmutar metais de qualidade inferior em ouro, e por isso, muito desejado por aqueles de grande ambição. Aparentemente, o Flamengo parece acreditar que possui uma pedra filosofal enterrada no Ninho do Urubu, pois acha que conseguirá, com um pensamento inferior de futebol, atingir o seu ambicioso objetivo de resgatar as raízes de bom futebol.

Em que pese o trabalho competente que o Zé Ricardo vem fazendo, parece óbvio que as suas convicções jamais permitirão que ele atinja este patamar mais alto e conduza o clube à sua vocação histórica, ainda que conquiste títulos. Daí, existem duas conclusões: ou o Flamengo e a sua torcida se contentam com a filosofia de futebol do jovem e trabalhador professor Mannarino, abrindo mão de almejar um time mais vistoso, e até admitindo negociar alguns jogadores do atual plantel que fatalmente não se adéquam nesta visão conservadora do esporte bretão; ou, ao final do ano, encerradas todas as competições, a diretoria decide que esta filosofia foge do que se pretendeu aplicar quando da reeleição do EBM, e aposta na contratação de um novo treinador.

No mais, seria seguir acreditando na tal pedra filosofal.

Leonardo Pereira


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Matheus Brum

Ver comentários

  • Equilíbrio eis a questão. Zé Ricardo para mim tem potencial, mas tem muitos poréns: falta de variação, teimas com peças defeituosas, substituições equivocadas muitas vezes). A questão do ruim MA é pessoal, ele tem alguma dívida de gratidão com esse moço só pode. Um time com ambições e hoje com um elenco tão forte, não pode ter um jogador ruim como titular inquestionável. Isso que eu critico e muito. Os seus argumentos caem por terra, quando ele diz que MA faz a cobertura atrás porque fulano vem por trás da zaga e tal, pera ai todos os times jogam igual? O "crak" com a bola faz o quê? Tabelas, triangulações, lançamentos...Ah! a função dele é só marcar (pensamento do século passado), hoje tem que saber sair com a bola, dar passes, se apresentar para o jogo, ai meu começa o "abismo" que separa o ruim MA de jogador e como Cuellar, Rômulo e até Ronaldo. O Zé não dá chances aos outros sabidamente melhores (isso me intriga). Duvido que Rômulo esteja tão mal assim nos treinos.
    O comportamento do time em campo é o reflexo do pensamento do Treinador. Vive do individual, pois o coletivo não funciona. Quando Diego, Everton Ribeiro, Guerrero não estão inspirados, ferra. Enquanto no meio tiver MA, não adianta, pois será sempre essa falta de criação crônica e Diego, Cuellar, tem que se matar em campo para suprir a deficiência desse pereba. Quero ver até ande vai o Zé com isso.

    • Exato!

      Falou (quase) tudo. Sem falar que o Caramujo nem marca tanto assim. Vá lá, ser escalado ocasionalmente pelas circunstâncias do adversário e do jogo mas, absoluto?! Eu heim...
      O mais engraçado no "futebol atual onde todos marcam e atacam" (palavras do Zé) é a contradição em escalar um cara que só faz uma coisa! Pois é... Diego e o restante do setor ofensivo ficam o jogo inteiro num vai e vem dos diabos. Enquanto o privilegiado muitas vezes só assiste a partida!

      • Ele nem sabe o que esta fazendo ali.

        Treinador de time de serie B e C.

        Pontas Marcadores, volante brucutu e chuveirinho na área.

    • perdemos duas chances, com o Cuca antes de cairmos da Liberta e com o Dorival indo para o SP, agora não tem ninguém que valha o investimento...

        • Douglas eu até acho o Marcelo melhor que o Zé, mas não acho ele muito melhor que o Zé, como vejo o Dorival, o Cuca...e o melhor atualmente que é o Tite. Nos dois ultimos trabalhso do Marcelo, o time sofria de um problema parecido com o Zé, sempre o mesmo esquema e sempre as mesmas peças...

  • Perece uma maldição, temos um elenco de altíssima qualidade mas não temos comissão técnica que nos faça brigar por títulos.

  • São dezenas quase 1 centena de artigos nesse site só sobre o Zé Ricardo....vamos parar com isso...o Zé é fraco, mas agora que o SP contratou o Dorival não temos alternativa decente no mercado.....o pior é que sabemos no intimo que não seremos campeões de torneios importantes com ele a frente do elenco....

  • Vamos trocar treinador no meio do campeonato? Isso nunca da certo... A melhor opção é continuar com ele ate o final, e ja ter um projeto pro ano que vem com um tecnico de ponta. Isso é planejamento, e nesse ponto tenho que bater palmas para EBM, com essa filosofia de gestão vamos sempre disputar titulos.

    Ser treinador do Flamengo não é fácil, Cuca foi campeão ano passado jogando feio (Cucabol) e as pepas eram so alegria. Aqui, não basta ganhar, tem que jogar bonito, mal acostuados que estamos desde a geração de Zico.

    O Carille montou um time da defesa pro ataque, e encaixou. Ze Ricardo tenta montar a partir do ataque, com muitas mudanças, mas a qualidade individual melhorou muito com as chegadas. Quando esse ataque se entrosar, ninguem segura o Mengão.

    • Mudar o técnico no meio do campeonato, nunca dá certo?
      * Em 2007 chegamos a ser lanternas com o Ney Franco, trouxeram o Joel e paramos em terceiro.
      * Em 2008 mantemos o Caio Jr. o campeonato inteiro, chegamos a ficar 5 pts do vice-líder, no final nem vaga Libertadores tivemos. (Botei essa pra mostrar que manter o técnico não significa sucesso)
      * Em 2009 a gente brigava pra não cair com o Cuca, chegou a Andrade... bom, o resto é lenda.
      * Em 2010, certamente a gente iria pra Série B se insistissem com o Silas, mas o Luxa nos botou na Sulamericana.
      * Em 2011 o time se desgastou com Luxa e não ganhamos nada além do Carioca Championship, invicto, mas era só um Carioquinha.
      * Em 2012 o time ia mau com o Joel, mas com Dorival não chegamos à lugar algum, mas nos livramos do rebaixamento com folga, até rebaixamos o Palmeiras.
      * Em 2013 eu não onde iríamos com o Mano, com o Jayme o time se motivou e ganhamos uma Copa do Brasil.
      * Em 2014 o Ney sem dúvidas nos levaria à Série B se fosse mantido, o Luxa mais uma vez nos livrou e com folga, inclusive foi a última vez que ganhamos do Corinthians, o Luxa não tinha medo dos Gambás com os técnicos que treinam ou treinaram o Flamengo depois dele.
      * Em 2015 tava brabo com o Cristóvão, o Oswaldo ao menos noa fez sonhar um pouco.
      * Em 2016 com Muricy não chegariamos em lugar algum, mas acho que teria campanha semelhante ao do ZR depois da chegada do Réver e do Diego.

      • Como é o planejamento de times grandes? se a gente ganhou 1 titulo em 17 anos com essa filosofia de troca constante de tecnico, vc acha isso bom? Leia o livro "a bola nao entra por acaso"...

        • Mas que planejamento? O ZR tá lá por acaso, caiu de paraquedas, e não tem o perfil de jogo que a diretoria planejava no início do ano passado, e nesses anos todos tivemos atrasos de salários e times medíocres, o problema não era só a troca de técnicos, o ZR foi escolhido sem critério nenhum, e a cada dia mostra que apostar nele foi um erro.

          • E mermo, melhor demitir ele agora, tras algum medalhao que ja chega pensando na multa que vai receber quando sair. O proprio Dorival Jr ja fez isso com EBM, ja levou uns milhoes na brincadeira, nao custa nada a gente fazer a mesma coisa de novo. O planejamento que me refiro é o da diretoria, tambem nao gosto de Ze Ricardo, foi um erro, mas a essa altura seria um erro ate pior trocar ele no meio do campeonato. O Barcelona entrou em crise com Luis Enrique, foi eliminado, mas nao demitiram, agora na nova temporada comeca um novo projeto. Eu acredito na gestao de EBM, se nao for campeao esse ano, pelo menos estamos cada vez mais fortes e com credibilidade, os titulos virao de maneira consistente daqui pra frente, e nao a cada 17 anos com a troca troca de tecnico.

          • Também gosto da gestão, mas manter o ZR é um erro tremendo.

  • Seu eu fosse o Zé mandava os abutres procurar o que fazer. Pois quem filósofa não manda para outro lugar .

  • Parabéns, ótimo texto!
    Também acho que o Zé fez um bom trabalho defensivo, mas é treinador de time pequeno.
    Se acostumou com fernandinho, Cirino, Gabriel, caramujo no seu sistema de pontas que marcam e avançam com velocidade. Está perdido com as as novas contratações pois o time agora pode muito mais, mas ele não tem competência pra isso.
    Também era mais cômodo pra ele pois se o time não fosse bem a culpa sempre estava na qualidade dos pontas que eram fracos.
    Um time com ER, Diego, VJ, Ederson, Guerrero não pode se limitar a cruzamentos e ligações direta ao atacante. O pior é que os cruzamentos são quase todos muito mal feitos, parece que nem isso o time treina.
    Controle de bola até tem, mas do meio pra trás. O time gira e gira a bola e não sabe ainda como envolver o adversário.
    Zé pode conseguir isso um dia, mas a torcida precisa ter paciência, pois ele faz jus ao apelido de aprendiz de técnico. E nesse ritmo em 2019 talvez o time esteja pronto.

  • Já falei algumas vezes aqui que essa diretoria não tem critério algum na hora de escolher o técnico, eles planejam um time ofensivo de troca de passes e contratam Muricy Ramalho, depois colocam e mantém o Zé Ruela que não tem perfil ofensivo e não sabe compactar o time. O técnico que mais se encaixa no perfil desejado pelo Flamengo é o Dorival.
    Pra defender a permanência do treineiro, citam o Tite, mas o Tite foi eliminado da Libertadores, mas no mesmo ano (em 2011 pra quem não lembra) o Corinthians começou o Brasileirão com tudo, nas primeiras 10 rodadas teve um desempenho quase tão bom quanto esse time do Carille, outro argumento usado é que não tem técnico unânime disponível, mas em 2010 quando o Tite chegou no Corinthians, também não era nenhuma unanimidade, ganhou uma Sulamericana no Internacional, mas estava desmpregado e já havia feito trabalhos ruins, inclusive no Palmeiras, maior rival do Corinthians, e não havia ganho nada além dessa Copa Sulamericana até então, e já com 20 anos de carreira.
    Quando eu sugiro o nome do Dorival aqui, logo dizem que só ganhou estaduais e Copa do Brasil, bom, já falei o que era o Tite quando chegou no Corinthians, o Tite deu certo lá, porque tinha um estilo parecido com o do Mano que fez sucesso lá, então ele só continuou um trabalho e foi escolhido com critério, já no caso do Flamengo, o perfil do Dorival é sim, o que mais se encaixa com o que o Flamengo deseja, com o elenco atual do clube, enfim.

    • O jeito era trazer o Rueda visando já o ano que vem e com pouco de sorte ainda conseguir mesmo que em adaptação morder algum título esse ano, continuar com um Zé de treinador é desrespeitar a torcida, e jogar fora todo o. Investimento feito na montagem do elenco, Zé nos diminuiu e muito.

      • Gosto dessa opção do Rueda. Acho a melhor escolha, assumiria agora usando esse segundo semestre como adaptação e ano que vem ia pro pau.

      • É o único schumacher disponível no mercado sul americano que pode pilotar essa ferrari...

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