Pressão. Está aí a palavra que mais caminha ao lado do jovem Vinicius Jr. desde que ele despontou como uma joia valiosa do futebol brasileiro. A pressão por corresponder no profissional. A pressão por justificar os milhões investidos pelo Real Madrid para contar com seu talento. A pressão de ser solução do Flamengo, mesmo aos 17 – recém-completados – anos. Mas é exatamente aí que está a questão: ele não precisa ser solução. Explica-se:
Nas últimas semanas, Vinicius começou a sofrer fortes questionamentos e críticas em virtude de meninos, assim como ele, balançarem as redes e ganharem jogos para seus times. Os casos mais recentes foram os de Paulo Vitor e Paulinho, ambos do Vasco da Gama. O primeiro marcou belo gol no triunfo de 4 a 1 sobre o Vitória, enquanto o segundo balançou duas vezes as redes do Independência na vitória cruz-maltina sobre o Atlético-MG. “Supervalorizado”. “Só tem mídia”. “Não consegue fazer gol”. “Levaram o garoto errado”. “Real Madrid deve estar doido para devolver”. “Novo Negueba”. Isso tudo é justo?
Não! De fato, ninguém sabe se o investimento feito pelos espanhóis vai ter retorno. Você também pode até discordar e se assustar com o valor – assim como eu. O que não pode ser feito realmente é crucificar um garoto e tirar conclusões sobre o futebol dele por uma ou outra partida. Quantos iniciaram suas trajetórias com gols e assistências e depois sumiram? Quantos começaram decepcionando e depois despontaram? Já deveríamos estar calejados.
O caso de Vinicius Jr. é ainda mais delicado. As comparações são cruéis. Isso porque nenhuma outra revelação do Campeonato Brasileiro entra em campo com tantos holofotes e cobranças direcionados a si. “Olheiros” nacionais, globais… Nenhum deles entra precisando provar alguma coisa, dar resposta imediata. Vão ser escalados e, independentemente do que acontecer, o processo vai ser natural. Diferente, mas muito diferente de Vinicius Jr. Com toda certeza, se não houvesse a venda junto ao Real Madrid, nem relacionado o camisa 20 estaria sendo. Fisicamente? Longe de estar preparado…
E o mais importante: o Flamengo tem um elenco caríssimo, de jogadores extra-classe. O planejamento não foi feito para precisar de um jovem de 17 anos resolvendo as coisas para o clube. Pelo menos não agora. Diferente de outras equipes, onde possa haver escassez de talentos e circunstâncias de lesões e perdas de atletas. Coisas que não vêm afetando o Rubro-Negro carioca. Vinicius não precisa de números agora. Precisa de experiência e rodagem. Precisa dar os primeiros passos.
Infelizmente o futebol brasileiro ainda é banhado de clubismo e parcialidade. Aqui, temos a mania de colocar talentos em confronto. A exaltação de um em detrimento do outro. Querer, por distinção de camisa, queimar um garoto que pode render frutos para o futebol brasileiro como um todo (que deveria ser o objetivo comum de todos) é covarde. Precisamos ser mais racionais.
Que bom que temos Vinicius Jr. Que bom que temos Paulinho. Que bom que temos Paulo Vitor. Que bom que temos Wendel. Que bom que temos que Guilherme Arana. Que bom que temos Arthur. Que bom que temos talento. Que bom que temos uma geração promissora – independentemente das camisas que vestem.
Reprodução: Igor Affonso/ Esporte Interativo
Texto perfeito!!!!!
Põe ele de titular contra o palestino, jogo praticamente decidido, não vai fazer feio, e tem muitas chances de fazer seu primeiro gol pelo profissional, acho que isso daria mais confiança pro garoto.
Por o moleque em jogo pegado, numa pressão do cacete não dá.
É exatamente o que penso.
Contra o Palestino ele tem que ser titular e jogar os 90 minutos. Não só ele, mas também o Felipe Vizeu, o Lucas Paquetá e os outros garotos.
Hoje contra o Santos, dependendo das circunstâncias, por exemplo, termina o primeiro tempo com o Flamengo ganhando de 1 a 0, ou seja, para ser eliminado o Santos tem que ganhar de 4 a 1. Já coloca ele no intervalo pra jogar todo o segundo tempo.
Isso é complexo de inferioridade dos Vices…simples assim…A Nossa grandeza incomoda!!!