André Rocha: “De Berrío para Diego. Na jogada diferente, Flamengo na sétima final”

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O roteiro do jogo no Maracanã com 90% de rubro-negros sinalizava a decisão por pênaltis.

Porque a tensão, o Botafogo negando espaços e sem Rodrigo Pimpão como válvula de escape e o Flamengo mais uma vez com dificuldade para criar espaços, além da arbitragem do goiano Wilton Sampaio parando demais o jogo com faltas (37 no total) facilitavam o trabalho dos sistemas defensivos.

No primeiro tempo, a rigor, foram duas chances. Uma cristalina, de Guilherme completando centro da direita de Roger após falha de Rodinei, que ficou olhando para a bola e deixou o atacante completamente livre. Outra de Guerrero, em virada que fez Gatito Fernández trabalhar.

45 minutos de 54% de posse da equipe de Reinaldo Rueda, armada num 4-2-3-1 com Pará improvisado na lateral esquerda e o peruano Trauco no banco, e cinco a quatro nas finalizações – duas do Fla contra nenhuma dos alvinegros.

Segunda etapa de mais eletricidade e equilíbrio nas ações. O Bota repetia o 4-3-1-2 variando para as duas linhas de quatro e sofria atrás sem Joel Carli. Marcelo Conceição, o substituto, cometeu pênalti, segundo as novas orientações da FIFA, em virada de Guerrero, de volta ao time no sacríficio e de novo sendo o pivô fundamental.

Cuéllar podia ter sido expulso por entrada duríssima em Matheus Fernandes, mas menos dura que a de Pimpão em Berrío na ida no Nílton Santos. O colombiano, porém, foi novamente preciso em desarmes, antecipações e passes. O melhor nos 180 minutos.

Quando o Cruzeiro marcou com Hudson no Mineirão o cheiro de penalidades definindo os finalistas da Copa do Brasil ficou mais forte. Porque as partidas decisivas novamente careciam de cuidado com a parte técnica. Futebol. A insanidade de tratar qualquer partida eliminatória como ”jogo pra ganhar” e não jogar. Muita disputa física, pouco risco.

Até que o improvável aconteceu. Berrío, apesar da fibra, do vigor físico e da velocidade habituais, novamente vinha errando em algumas tomadas de decisão e sem conseguir vitórias pessoais sobre Victor Luis. Talvez por isso tenha surpreendido o lateral do oponente com um drible espetacular, de Neymar, na linha de fundo. Clareou tudo.

Principalmente o passe para Diego. O heroi que novamente não teve boa atuação na parte técnica. Errando ao tentar dominar e girar contra uma marcação muito estreita, sem respiro na pressão. Mas de novo a entrega foi absoluta e, quando pisou na área adversária e recebeu com liberdade, o toque foi de primeira e cirúrgico.

Gol único de uma vitória que só não foi mais ampla porque Vinicius Júnior, substituto de Berrío, demorou a finalizar à frente de Gatito num contragolpe mortal. Desta vez sobraram concentração e espírito de decisão ao Fla. Rafael Vaz substituiu o lesionado Réver e jogou simples, sem preciosismo, ao lado de um Juan preciso.


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O Botafogo de Jair Ventura finalizou apenas uma vez no alvo em 180 minutos. Apostou tudo no erro do rival que não foi aproveitado no primeiro tempo por Guilherme. A punição veio na jogada diferente, que desmonta a defesa. De Berrío e Diego, investimentos do clube com finanças saneadas.

O Flamengo se impôs com 57% de posse e nove finalizações. Rateou na Libertadores e sonhava estar na condição do Botafogo no torneio continental. Mas vai à sua sétima final de Copa do Brasil para buscar o quarto título e igualar o Cruzeiro, o adversário definido nas cobranças de pênalti no Mineirão.

Decisão sem favoritos, ao contrário da de 2003, vencida com facilidade pela equipe celeste histórica de Vanderlei Luxemburgo e Alex. Que seja mais jogada que brigada e o talento prevaleça, como na noite de clássico carioca no Maracanã.

Fonte: Blog do André Rocha | Uol

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  • Grande cirino colombiano. SQN

  • Problema do Berrío: Joga sem levantar a cabeça, tá quase sempre olhando pra bola. Quando procura alguém sempre sai boas jogadas como essa assistência. Mas o colômbia tem mta raça, vontade, com essa disposição eu até relevo os problemas técnicos. Dale Berrio!

  • Essa jogada do Berrío, o rolar para quem chega, ao invés de cruzar, foi o que consagrou o Borja, que chegava bem nessa condição e aqui no Fla ele fazia pouco. Mas quando resolveu fazer, pqpqpqpqpqpqpqpqpqp! Outro detalhe importante foi a ação do Guerrero de sair da bola.

  • Que jogada fora de série do Berrio, é esse tipo de jogada que eu cobro do Everton, alguém tem dúvida que ele é menos grosso que o Colombiano? Mas o colombiano é muito mais ousado, se comporta como atacante, tem fome de vencer, quer o gol a qualquer preço, custe o que custar.
    Cadê os chatos chamando o cara de Cirino 2.0? Estão mais sumido que a torcida do Botafogo…

    • Os dois colombianos tem gana de vencer, isso faz a diferenca.

      • Com certeza! Eles tem o espírito e tá ajudando muito

    • Mas o Cirino jogou bem em 2013. Só no Fla que não engrenou. Aliás, o RJ deve ter desligado metade do cérebro dele.

      • Muita cachaça e festa

      • Kkkkkk…

    • O problema do Berrio é a afobação que ele quase sempre tem, não acho ele grosso… Tá precisando controlar essa “loucura” dele
      O Cirino também teve seus momentos, mais se a dona cachaça conseguiu derrubar até o Adriano, quanto mais um Cirino da vida…. E nessa parte de profissionalismo o Berrio é exemplo

      • E o Everton quando fará esse tipo de jogada?
        Você viu como ele sai comemorando após a substituição? Vibrando, chamando a galera, podia fazer biquinho mas não, é profissional demais.

        • Então a gente acabou de chegar a conclusão que no par ou impar quem ganhar escolhe o Berrio
          O Everton tem a importância dele dentro desse time, mas o Berrio tem muito mais poder de protagonismo que ele, e isso eu acho que vai ser sempre

          • Tmj! SRN

        • Mas o próprio Berrío já saiu put* quando foi substituído numa partida. E foi muito mais notório do que o Éverton. Achei que tanto ele na época como o Éverton recentemente estavam bem nessas partidas e sentiram isso, por isso não gostaram de ter saído.

          • Não lembro disso, quando foi? Eu sou contra jogador reclamar, tem que sair pianinho.

            • Não me recordo. Faz tempo. Acho que foi no Carioca. Tentei achar aqui e não consegui. Ele estava bem no jogo em questão, o ZR substituiu o Berrío, que fez cara feia e saiu gesticulando.

              • Eu acho que lembrei

              • contra o palestino 1 jogo, tinha acabado de fazer o dele, ai entrou mancuello

                • Obrigado

    • Berrio é mais jogador que o Everton Cardoso, tem mais drible, sabe jogar melhor no corpo e finaliza muito melhor que o Everton, basta dizer que mesmo jogando muito menos que o Everton deve ter metade dos gols do mesmo e quase o mesmo total de passes para Gol. Berrio só não vingou ainda no Mengão, porque o Zé Ricardo tinha suas preferencias e não escalava os que jogavam melhor sempre. Eu acho que o time pode jogar no 4-1-4-1, com Berrio de um lado, Vinicius Junior do outro, e Diego e Everton Riberio no meio com o Cuellar na cabeça de area, mas isso é para quando o tecnico tiver tempo de treinar adequadamente.

      • Eu acho o Everton mais técnico, porém ele ousa pouco, tá com um vício negativo de chegar na lateral do adversário e sair cruzando, tem que se arriscar mais.
        É incrível como o Berrio sabe usar o reportório que tem como você bem analisou, espero que ofereçam um caminhão de dinheiro pra tirar ele do Fla.

    • Concordo em partes. Concordo com vc que o Berrío tenta as jogadas, é muito mais incisivo que o Éverton e é tão raçudo quanto, porém ele é meio grosso. Tem dificuldade para dominar a bola e muitas vezes se atrapalha com a mesma. Ontem ele e o Diego não se omitiram, mas ambos não estavam acertando praticamente uma jogada e eram os mais criticados durante o jogo até que quando menos se esperava o Berrío acerta aquele drible desconcertante no Victor Luis e o Diego fazer o gol da classificação.

      • Concordo com a questão dele ser menos técnico que o Everton, por isso que eu cobro mais ainda o motorzinho, as vezes parece que o camisa 22 não erra mas também não tenta nada acima da média, não se arrisca.
        O futebol é apaixonante por essas coisas, se o Rueda tira o Berrio dois minutos antes, o colombiano teria feito uma má partida e o Victor Luís seria exaltado por anular ele, mas com aquele drible tudo se inverteu, o Victor Luís que não tinha perdido nenhuma bola agora é o vilão da partida.

        • Concordo com tudo

  • 50% do gol do Diego deve ser creditado ao Berrio, que enganou até as câmeras da globo kkkkkkkkkkkkkkk

    • 80% no mínimo

      • 80% seria se tivesse rolado a bola apenas pra empurrar pro gol. Tinham vários jogadores na frente do Diego, ele se posiciona bem pra receber o passe e chapa de primeira, mandando a bola no único lugar em que ela entraria sem bater em ninguém. Teve méritos também. No primeiro jogo, por exemplo, o Berrio teve uma chance mais clara, de frente pro Gatito, com o gol aberto, e chutou no goleiro.

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