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Mauro Beting: “Em busca do tempo perdido. Flamengo 2 x 0 Atlético Paranaense”

Pode até não parecer. Mas o duelo entre Rubro-Negros era de extrema importância. O Flamengo, finalista da Copa do Brasil e buscando se recuperar no campeonato nacional veio num misto de 4-2-3-1 e 4-4-2. Rueda mandou a campo Cuellar e William Arão atuando centralizados. Berrío, novo xodó do torcedor, aberto pela direita. Everton na esquerda. Diego atuando hora como meia central e hora encostando mais em Guerrero. Tentando assim diminuir um pouco de seu desgaste. E aproveitando para entrosar um pouco mais a espinha dorsal que deve atuar na primeira partida da decisão frente ao Cruzeiro. Já o Furacão veio num 4-2-3-1 clássico. Eduardo Henrique e Pavez como volantes. Sidcley e Nikão nas extremas. Guilherme centralizado e Ribamar no comando do ataque.

O time visitante adiantou suas linhas de marcação e tentou sufocar o adversário. Até finalizou mais no início do jogo. sempre conseguindo boas jogadas pela esquerda, na combinação Fabrício/Nikão. Porém, não conseguiu ser efetivo e levar perigo a meta de Diego Alves. Os donos da casa, ao contrário, foram letais e objetivos. Mantiveram a posse de bola. Trocaram inúmeros passes. E marcaram duas vezes. Aos 17, após cobrança de escanteio que Arão testou. Weverton defendeu no susto. Diego aproveitou a sobra e fez um a zero. E aos 31, quando Berrío ganhou no corpo de Fabrício e cruzou. A zaga afastou mal. Arão pegou de primeira e marcou um belo gol.

O dedo do treinador colombiano começa a aparecer de maneira mais evidente. O Fla agora fica com a bola, como ficava nos tempos de Zé Ricardo. No entanto, não cruza tantas bolas altas na área. Usa a posse da pelota para abrir espaços, com paciência. Também aproveita bem as bolas longas, especialmente os lançamentos em diagonal que saem dos zagueiros em busca dos jogadores de lado campo. Chega menos vezes na meta do oponente. Contudo, é muito mais letal, objetivo. Além de sofrer poucas ameaças na retaguarda. Em suma, controla a partida com eficiência e qualidade.

Na etapa complementar, o Atlético voltou com Pablo e Douglas Coutinho nos lugares dos apagados Ribamar e Sidcley. O time carioca recuou. O Furacão rondou a área, continuando a levar vantagem pelo lado esquerdo de ataque. Chegou a criar alguns lances perigosos. Porém, a zaga formada por Rhodolfo e Juan esteve impecável, tanto por baixo como por cima. De qualquer forma, Rueda percebeu o perigo por aquele setor e tirou Berrío para a entrada de Rômulo, passando Arão para acompanhar as descidas de Fabrício.

Depois, voltou ao 4-2-3-1/4-4-2 com a saída de Cuellar. Vinícius Júnior entrou para jogar na esquerda. Arão voltou para a faixa central e Everton ficou incumbido de fechar o lado direito. Nos últimos 15 minutos, o Flamengo só não ampliou ainda mais a vantagem porque Weverton fez pelo menos três ótimas defesas em finalizações de Guerrero, Rhodolfo e Rômulo.

A primeira derrota do Atlético fora de casa com Fabiano Soares não é motivo para desespero. O time segue se recuperando na competição e deve brigar por uma vaga na Taça Libertadores do ano que vem. Hoje, acabou sofrendo com algumas atuações individuais ruins. E com um adversário forte, que o suplantou tecnicamente. Completamente aceitável e compreensível.

A vitória serve para comprovar o crescimento do Mengo sob o comando do colombiano. Uma equipe que se torna mais consistente, perigosa e encorpada a cada rodada, conforme vai evoluindo a todo vapor. Uma pena para os torcedores que Rueda tenha chegado tão tarde. Ou, possivelmente, o brasileirão e quem sabe até a Libertadores ainda seriam objetivos alcançáveis. Agora é correr atrás do tempo perdido.

Fonte: Mauro Beting/Uol

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • Bom resumo. E agora todo mundo vai enxergando o óbvio, o tempo perdido pela insistência em manter o Zé Ricardo quando claramente ele já havia chegado ao limite.

    • exatamente Johny_Fla; e ainda temos mais de um ano com esse competente treinador;

  • Tenho quase certeza que quem cabeceou a bola para Weverton espelhar no pé do Diego foi o Guerrero e não o Arão.

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